Um povo que fez a monumental obra das levadas, não é pequeno, certamente. Mas fizeram-no pequeno no plano dos seus direitos, da sua afirmação, da sua incapacidade de olhar para o senhorio e bater-lhe o pé, mandando-o às malvas! Hoje, a colonia é que é outra. Os colonos existem, andam por aí a impor as regras do jogo, vendendo gato por lebre, desviando atenções, falando em nome do povo, mas apertando-o por todos os lados. Os novos colonos, embora não passem de meros gatinhos domésticos, olham para o espelho e nele vêm reflectida a imagem de leões. E é essa imagem de leão que tentam apresentar, diariamente, aos olhos de todos, quando a sua capacidade é débil e os decibéis dos rugidos apenas assustam quem tem uma coluna de plasticina! Gente que se engana a si própria, que não tem noção de um tempo para estar e de um tempo para partir. É o caso do presidente do governo e não só. O caso do presidente mete dó. Os "espectáculos" que proporciona na Assembleia e as suas declarações a propósito de tudo e do nada, para quem se predispuser analisá-las com frieza e distanciamento, concluirá que os seus disparos políticos contra a oposição reflectem a leitura que, certamente, tem dele próprio. Faz do ataque a sua própria defesa. Mas não é apenas ele. Toda esta equipa de governo regional já cria engulhos.
O meu Caro Amigo, Coronel Fernando Vouga, a propósito de um texto que ontem escrevi sobre o debate na Assembleia da Madeira, que versou a revisão constitucional, deixou um comentário que aqui reproduzo: "Uma coisa parece evidente: o homem está mesmo convencido de que é capaz de salvar o país da desgraça que ele ajudou a agravar. E continua a ambicionar o cargo de PM ou mesmo de PR. Será que não tem espelhos em casa, na Quinta Vigia ou nos hotéis de Bruxelas? Respondi-lhe: "Espelho ele tem, só que a sua pergunta diária talvez seja esta: espelho meu, espelho meu, haverá alguém mais poderoso do que eu? O problema é que definhamos enquanto povinho. Aliás, há um provérbio, julgo que chileno, que diz: "povo pequeno, problema grande".
Talvez aqui resida o problema, a propósito do provérbio, sem qualquer ofensa para com o povo a que pertenço. Povo pequeno, no nosso contexto, significa o que dele fizeram no plano político. Um povo que fez, apenas como exemplo, a monumental obra das levadas, não é pequeno, certamente. Mas fizeram-no pequeno no plano dos seus direitos, da sua afirmação, da sua incapacidade de olhar para o senhorio e bater-lhe o pé, mandando-o às malvas! Hoje, a colonia é que é outra. Os colonos existem, andam por aí a impor as regras do jogo, vendendo gato por lebre, desviando atenções, criando fait-divers, falando em nome do povo, mas apertando-o por todos os lados. Os novos colonos, embora não passem de meros gatinhos domésticos, olham para o espelho e nele vêm reflectida a imagem de leões. E é essa imagem de leão que tentam apresentar, diariamente, aos olhos de todos, quando a sua capacidade é débil e os decibéis dos rugidos apenas assustam quem tem uma coluna de plasticina! Gente que se engana a si própria, que não tem noção de um tempo para estar e de um tempo para partir. É o caso do presidente do governo e não só. O caso do presidente mete dó. Os "espectáculos" que proporciona na Assembleia e as suas declarações a propósito de tudo e do nada, para quem se predispuser analisá-las com frieza e distanciamento, concluirá que os seus disparos políticos contra a oposição reflectem a leitura que, certamente, tem dele próprio. Faz do ataque a sua própria defesa. Mas não é apenas ele. Toda esta equipa de governo regional já cria engulhos. Figuras repetidas, anos a fio ali sentados, quando abrem a boca já percebemos o que vão dizer, alguns que até denunciam seguir uma agenda própria tal é a obstinação por, todos os dias, encontrarem motivo para uma visita, uma conferência de imprensa, pensando que, por aí, conseguem, primeiro, agradar ao "chefe", em segundo lugar, mostrarem que podem ser continuadores da "obra" trágica. Quanto enganados estão! Porque podem ter feito deste povo um povo quase amordaçado durante três décadas e meia, mas esse povo já demonstrou que, de quando em vez, acorda e põe a selva à rasca, mostrando as garras. E aí, coitados dos gatinhos domésticos.
Ilustração: Google Imagens.
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