Com que então... uma sociedade democrática tem o direito de cultivar a diferença! Com que então... todas as sociedades que se consentem viver na obsessão patológica de destruir pessoas por causa de pontos de vista diferentes... blá, blá, blá, blá... são sociedades em auto destruição! Mas o que é que o autor de tais declarações, politicamente, tem feito ao longo de trinta e tal anos? Não tem sido exactamente o que agora anda a apregoar? Quantos, na diferença, foram atirados à "fogueira", quantos foram ostracizados, quantos foram vilipendiados na praça pública por terem opinião diferente, quantos foram atirados para a lama por apresentarem posições técnica e cientificamente correctas? Quantos? Reconhecimento democrático seria, esse sim, aceitar os homens e mulheres de ciência, aceitar os tais pontos de vista de todos aqueles que não comungam dos princípios, valores e projectos de quem governa. Reconhecimento democrático seria não chumbar por chumbar todos os projectos apresentados pela oposição na Assembleia Legislativa da Madeira. Reconhecimento democrático seria apresentar-se quinzenalmente na Assembleia para um debate sobre questões de oportunidade, cara a cara e olhos nos olhos, sem subterfúgios regimentais que impeçam o debate plural e as intervenções a solo. Reconhecimento democrático seria não gastar milhões no Jornal da Madeira e permitir que o mercado da comunicação social funcionasse livremente. Cultivar a diferença não pode nem deve ficar-se, portanto, pela retórica discursiva, no caso em apreço, no Dia da Cidade. O respeito pela diferença tem de ser diário, desde as pequenas às grandes atitudes, pois tudo o resto traz o cheiro da hipocrisia e gera repulsa.
Estive com esta "loja" fechada durante alguns dias. Por razões óbvias. A morte de um ente muito querido não só prostrou-me como seria insensato por aqui andar com reflexões de ordem política. Regresso, hoje, também porque o mar amainou e o barco da vida tem de continuar. Com memória!
Depois da "Grândola", "abaixo a mamadeira", "Jardim para a rua" e de dois vereadores (um do PSD e outro do PND) terem saído da sala em sinal de desprezo pelo presidente do governo regional da Madeira, questiono-me, uma vez mais, sobre o que conduz um homem a se querer manter na desengonçada cadeira do poder? Tem medo de quê? O que o atormenta e condiciona? O que esconde? É refém de quê? Se pergunto é porque não se trata de um propalado "amor à Madeira" (se tivesse amor a esta terra tinha interrompido as férias aquando dos incêndios) mas um significativo sinal que não sabe viver sem uma ida diária à Quinta Vigia (com humor já dizem ser mais centro de dia do que centro de decisão política), uns discursos de circunstância normalmente repetitivos e a transmissão do sentimento que deseja sair, mas por cima. A ideia que fica da sua proverbial lengalenga é que anda em busca de uma onda positiva que lhe garanta deixar o comando do navio em condições de navegabilidade, e com uma imagem de salvador que conduza a uma outra de eterno reconhecimento da população pela "obra feita". Só que isso não vai acontecer não só pela conjuntura económica e financeira, como pelo facto da República não perdoar parte da dívida, como pelo cansaço das pessoas que, de forma crescente, estão a formar a ideia de que foram, politicamente, enganadas. E quando isso acontece já não há nada a fazer. Pressuponho, por isso, e esta é apenas uma mera especulação política, que Jardim é refém dos interesses gerados à sua beira e que, politicamente, o povo e os partidos não sabem missa meia destes trinta e tal anos de poder. E talvez por isso lhe invada um sentimento de medo que outras verdades sejam conhecidas. É possível que sim. Só que a natureza é implacável. Ou pela via do voto ou pela via da lei da vida, tarde ou cedo, o fim da linha política chegará, inevitavelmente.
Estive com esta "loja" fechada durante alguns dias. Por razões óbvias. A morte de um ente muito querido não só prostrou-me como seria insensato por aqui andar com reflexões de ordem política. Regresso, hoje, também porque o mar amainou e o barco da vida tem de continuar. Com memória!
Depois da "Grândola", "abaixo a mamadeira", "Jardim para a rua" e de dois vereadores (um do PSD e outro do PND) terem saído da sala em sinal de desprezo pelo presidente do governo regional da Madeira, questiono-me, uma vez mais, sobre o que conduz um homem a se querer manter na desengonçada cadeira do poder? Tem medo de quê? O que o atormenta e condiciona? O que esconde? É refém de quê? Se pergunto é porque não se trata de um propalado "amor à Madeira" (se tivesse amor a esta terra tinha interrompido as férias aquando dos incêndios) mas um significativo sinal que não sabe viver sem uma ida diária à Quinta Vigia (com humor já dizem ser mais centro de dia do que centro de decisão política), uns discursos de circunstância normalmente repetitivos e a transmissão do sentimento que deseja sair, mas por cima. A ideia que fica da sua proverbial lengalenga é que anda em busca de uma onda positiva que lhe garanta deixar o comando do navio em condições de navegabilidade, e com uma imagem de salvador que conduza a uma outra de eterno reconhecimento da população pela "obra feita". Só que isso não vai acontecer não só pela conjuntura económica e financeira, como pelo facto da República não perdoar parte da dívida, como pelo cansaço das pessoas que, de forma crescente, estão a formar a ideia de que foram, politicamente, enganadas. E quando isso acontece já não há nada a fazer. Pressuponho, por isso, e esta é apenas uma mera especulação política, que Jardim é refém dos interesses gerados à sua beira e que, politicamente, o povo e os partidos não sabem missa meia destes trinta e tal anos de poder. E talvez por isso lhe invada um sentimento de medo que outras verdades sejam conhecidas. É possível que sim. Só que a natureza é implacável. Ou pela via do voto ou pela via da lei da vida, tarde ou cedo, o fim da linha política chegará, inevitavelmente.
E vem isto a propósito da intervenção que o presidente do governo proferiu no Dia da Cidade do Funchal. Logo a abrir disse: "(...) Uma sociedade democrática tem o Direito de cultivar a diferença, de opor pontos de vista alternativos, até de inflamar discussões na diversidade dos temperamentos. Mas, sobretudo, tem a obrigação ética de saber mostrar Reconhecimento àqueles que serviram o Povo. Todas as sociedades que se consentem viver na obsessão patológica de destruir pessoas por causa de pontos de vista diferentes, que não são capazes de reconhecer quaisquer quotas de Mérito a quem trabalha para a comunidade, são sociedades em auto destruição". Sinceramente, se me tivessem contado talvez colocasse algumas reticências sobre estas declarações, talvez procurasse, primeiro, ler, para depois ter a certeza do que efectivamente foi dito. Li e aqui transcrevi. Só um pormenor: e aquela plateia aplaudiu, desde militares, à Igreja, passando por muita gente que deveria manter-se discreta. Ou não ouviram, ou qualquer coisa não bate certo!
Com que então... uma sociedade democrática tem o direito de cultivar a diferença! Com que então... todas as sociedades que se consentem viver na obsessão patológica de destruir pessoas por causa de pontos de vista diferentes... blá, blá, blá, blá... são sociedades em auto destruição! Mas o que é que o autor de tais declarações, politicamente, tem feito ao longo de trinta e tal anos? Não tem sido exactamente o que agora anda a apregoar? Quantos, na diferença, foram atirados à "fogueira", quantos foram ostracizados, quantos foram vilipendiados na praça pública por terem opinião diferente, quantos foram atirados para a lama por apresentarem posições técnica e cientificamente correctas? Quantos? Reconhecimento democrático seria, esse sim, aceitar os homens e mulheres de ciência, aceitar os tais pontos de vista de todos aqueles que não comungam dos princípios, valores e projectos de quem governa. Reconhecimento democrático seria não chumbar por chumbar todos os projectos apresentados pela oposição na Assembleia Legislativa da Madeira. Reconhecimento democrático seria apresentar-se quinzenalmente na Assembleia para um debate sobre questões de oportunidade, cara a cara e olhos nos olhos, sem subterfúgios regimentais que impeçam o debate plural e as intervenções a solo. Reconhecimento democrático seria não gastar milhões no Jornal da Madeira e permitir que o mercado da comunicação social funcionasse livremente. Cultivar a diferença não pode nem deve ficar-se, portanto, pela retórica discursiva, no caso em apreço, no Dia da Cidade. O respeito pela diferença tem de ser diário, desde as pequenas às grandes atitudes, pois tudo o resto traz o cheiro da hipocrisia e gera repulsa. Mas se falou a verdade, então, peça desculpa por tudo quanto andou a fazer e a dizer.
Ilustração: Google Imagens.
Com que então... uma sociedade democrática tem o direito de cultivar a diferença! Com que então... todas as sociedades que se consentem viver na obsessão patológica de destruir pessoas por causa de pontos de vista diferentes... blá, blá, blá, blá... são sociedades em auto destruição! Mas o que é que o autor de tais declarações, politicamente, tem feito ao longo de trinta e tal anos? Não tem sido exactamente o que agora anda a apregoar? Quantos, na diferença, foram atirados à "fogueira", quantos foram ostracizados, quantos foram vilipendiados na praça pública por terem opinião diferente, quantos foram atirados para a lama por apresentarem posições técnica e cientificamente correctas? Quantos? Reconhecimento democrático seria, esse sim, aceitar os homens e mulheres de ciência, aceitar os tais pontos de vista de todos aqueles que não comungam dos princípios, valores e projectos de quem governa. Reconhecimento democrático seria não chumbar por chumbar todos os projectos apresentados pela oposição na Assembleia Legislativa da Madeira. Reconhecimento democrático seria apresentar-se quinzenalmente na Assembleia para um debate sobre questões de oportunidade, cara a cara e olhos nos olhos, sem subterfúgios regimentais que impeçam o debate plural e as intervenções a solo. Reconhecimento democrático seria não gastar milhões no Jornal da Madeira e permitir que o mercado da comunicação social funcionasse livremente. Cultivar a diferença não pode nem deve ficar-se, portanto, pela retórica discursiva, no caso em apreço, no Dia da Cidade. O respeito pela diferença tem de ser diário, desde as pequenas às grandes atitudes, pois tudo o resto traz o cheiro da hipocrisia e gera repulsa. Mas se falou a verdade, então, peça desculpa por tudo quanto andou a fazer e a dizer.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
Lamento as razões da sua ausência, mas como disse a vida continua. Um abraço de solidariedade também tive um problema há pouco tempo semelhante mas lutar é preciso, Obrigada por se dar a conhecer.
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