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segunda-feira, 30 de junho de 2014

A FRAUDE POLÍTICA DA AUTONOMIA XXI.14


Volto a insistir, pois para além do PLÁGIO CONCEPTUAL, existe uma FRAUDE POLÍTICA. E isso é inadmissível. É evidente que há assuntos que, dada a sua importância, são transversais. Defender uma política de habitação ou de saúde, por exemplo, ou, então, assumir a defesa de boas prática ambientais, tanto defendem, programaticamente, os partidos da direita como os da esquerda. Depois, é na prática política que os processos se tornam mais claros. Mas essa é outra história. Do que falo e do que está em jogo é o plágio conceptual que corresponde a uma monumental fraude política. Do que falo e do que está em jogo é vermos pessoas que sempre tiveram uma determinada postura, hoje, dizerem precisamente o seu contrário, inspirando-se nas posições da oposição política, que de resto estão escritas, cometendo, intencionalmente, o erro de as transmitir no sentido de levar os eleitores ao engano. A isto designa-se por FRAUDE POLÍTICA. É não ter vergonha na cara, mesmo que, na Assembleia Legislativa sejam confrontados com as contradições discursivas.


Ao longo do dia de ontem confrontei as posições da Autonomia XXI.14, divulgadas no DN-Madeira, com alguns diários das sessões da Assembleia. Em várias matérias, não tenho dúvidas sobre as fontes onde foram buscar o conhecimento que assumem, agora, como verdadeiro e o mais indicado para a Região. Está lá tudo nas posições assumidas pela oposição, em geral e pelo PS, em particular. Eu próprio vivi, escutando, tudo quanto defendiam e que os levavam a chumbar tantos projectos que agora são tidos como de relevante importância. Das duas, uma: ou enganaram os eleitores durante muitos anos, ou, então, subsistem graves problemas de coluna em muitos subscritores do documento, o que me leva a dizer que os defensores da Autonomia XXI.14 sofrem de amnésia e, pior do que isso, de um oportunismo político de arrepiar. E não se trata, apenas, da minha leitura de processo. Recebi, entre outros, dois comentários ao texto que ontem publiquei (através do facebook):
Urbelino Ferreira: "A tentativa de intrujice, desse programa, é uma ofensa intelectual e política a toda a Oposição madeirense. Denunciá-la, é urgente".
José Alberto Machado: "Se estudassem um pouco de História perceberiam que as chamadas "primaveras" foram o fiasco que redundou sempre, com os custos conhecidos, em processos anormais e dolorosos para as sociedades, em especial os mais desfavorecidos. Tal como os apregoados delfins, calaram quando fazia falta dizer basta. Agora, é fácil falar. É bom que falem e que se lhes não neguem os direitos que pisaram durante estas décadas. Mas, é bom que saibam que há memória e memórias. Que nada apagam, nem o bom nem o mau, o muito mau". 
Sinto que não estou só nesta análise. Há muitos de  olhos bem abertos para estas manifestações de puro oportunismo político. Disse, inicialmente, que existem propostas que são partidariamente universais. Mas, expliquem, como é que se pode, durante anos, defender a existência, por exemplo, do Jornal da Madeira, enquanto órgão de comunicação social pago pelo povo para ficar ao serviço do poder político e, hoje, vir dizer que, afinal, tem de ser alienado? Que a lei deve impor a proibição dos poderes públicos serem donos de tal órgão? Como é  possível? Expliquem-se! Isto é de se meter em um buraco tal a vergonha política, ou falta dela, que transmite. 
Aliás, com tantos candidatos a saltarem do navio, com tantos a negar o espaço onde cresceram e ganharam notoriedade, este PSD-M começa a ter qualquer coisa de Benetton - todos diferentes, todos iguais... nos propósitos. 
Ilustração: Google Imagens.

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