Enquanto cidadão fico, obviamente, preocupado; enquanto militante de base do Partido Socialista, sem qualquer actividade directa, nem vos conto a minha perplexidade. Sou contra as "primárias", neste contexto e pelas razões que já enunciei, embora não coloque de parte, que talvez esse seja um caminho a percorrer no futuro, depois de bem pensado e estruturado. Sendo assim, o PS deveria partir, rapidamente, para a sua clarificação interna através de um Congresso. Sem dramas, sem constrangimentos e sem emoções irracionais. Os actos de humildade e o desprendimento definem a grandeza dos homens e das mulheres. Mais preocupado ainda fico, quando o líder dos socialistas da Madeira, Vítor Freitas, assume: “(...) Não transponho o que se está a passar em termos nacionais para a Região e isso já ficou claro". Está no seu direito, mas tal não corresponde a uma decisão acertada. Seguro, tudo indica que sim, irá contra uma parede; Vítor segue-lhe o rasto, onde nem a experiência de, atempadamente, expôr-se à sociedade lhe passe pela cabeça. Repito, tem esse direito porque foi eleito em Congresso, mas todos sabemos que uma coisa é ganhar um congresso onde as fidelidades se juntam, outra é ganhar os eleitores que são, grosso modo, 97% não filiados. Há momentos políticos com uma carga histórica tal que obrigam a uma ratificação.
A pergunta é simples: "será que eu, líder, político legitimamente eleito, terei capacidade para convencer, pelo menos, cerca de 40% do eleitorado e, por essa via, mudar a Madeira?" Simples, muito simples. Para mais, o quadro de coligações alargadas parece-me afastado, pelo que, a probabilidade é que o PS venha a se apresentar só contra vários partidos, com a agravante do PSD poder vir a ser liderado por uma nova figura, que poderá gerar algum benefício da dúvida entre os que sempre votaram na "setinha para o céu". Não perceber isto ou, pelo menos, não equacionar estas possibilidades, entre outras, não me parece de bom senso e evidencia, por outro lado, uma obstinação sem sentido da realidade.
Trata-se, apenas de uma reflexão, simplesmente porque, a possibilidade de mais uma oportunidade perdida e de mais quatro anos de idêntico prato, ultrapassa a minha capacidade de digestão! E sendo assim, ninguém deveria ter medo de sujeitar-se à ratificação popular antes do próximo acto eleitoral. No mínimo, anunciem, mandem fazer e publiquem os dados de uma alargada sondagem. E se já existe tal estudo de opinião, façam o favor de dar conhecimento aos madeirenses e portosantenses. Pela Madeira.
Ilustração: Google Imagens.
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