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sábado, 14 de junho de 2014

NEM FECUNDAM, NEM SE DEIXAM FECUNDAR!


Li as declarações do secretário regional da Educação, Dr. Jaime Freitas, e também as do Director Regional de Educação, Dr. João Estanqueiro. O primeiro multiplicou-se em contas e percentagens ao jeito da publicidade dos relógios que "nem adiantam nem atrasam"; o segundo, chutou para o ministério as causas dos resultados negativos na Matemática, devido às constantes alterações programáticas. Ora, se foram melhores ou piores que os dos anos anteriores, isso pouco interessa. É paleio. Apenas paleio. Este ano melhora aqui e piora ali; no ano seguinte verifica-se o contrário, porque isso depende de muitas variáveis! Depende, até, dos "exigentes" critérios de correção da responsabilidade do GAVE. Portanto, repito, tal questão é paleio com mofo. Simplesmente porque o fulcro da questão está em perceber, no plano político, qual a posição do governo da Região Autónoma da Madeira e, particularmente, da secretaria regional: se considera ou não importante a realização de exames no 4º e 9º anos, se prefere os exames à avaliação contínua exigente, rigorosa e de qualidade e se prefere fazer ou não um simulacro da Autonomia Político-Administrativa. É isto que está em causa. Por um lado, promovem conferências e convidam investigadores para aqui debitarem conhecimento, por outro, continuam a dobrar-se àquilo que é ditado pelo ministério. Não bastasse isso, hoje existe muita investigação, muitos autores com obra publicada e muito pensamento relativamente ao que deve ser uma Escola que se assuma como motor da sociedade. A Universidade da Madeira, para não irmos mais longe, tem pensamento produzido sobre esta matéria. Só os políticos deste trágico governo regional é que não transmitem qualquer opinião segura e portadora de futuro. Não influenciam nem se deixam influenciar. Nem fecundam nem se deixam fecundar!


Um político não pode ser neutro. A política educativa, entre as demais, não é neutra. Impõem-se opções, definição de percursos (políticas) e responsabilidades. E o que se passa com a Educação é qualquer coisa assexuada. Desde que a "loja" abra às 08:00 e encerre cumpridos os horários de "expediente", pois bem, como antigamente dizia o cigarrilha... siga! E que se dane a Autonomia Política. O Crato manda e o Jaime cumpre. O Crato quer que os professores, a partir de Janeiro, TREINEM os meninos para os exames e o Jaime cumpre. O Crato dispensa professores e o Jaime alinha. O Crato altera os programas e o Jaime diz que temos de trabalhar mais (os professores, claro). O Crato impõe um estúpido modelo de avaliação do desempenho docente e o Jaime, retoca, mas mantém a estupidez. E assim vamos, tal como letra antiga... "cantando e rindo, levados, levados"... eu concluiria, e de que maneira! 
Tudo tem o seu tempo e este governo já teve o seu. Há muito que a rotina se impôs à inovação. Apregoam a criatividade, mas preferem a estagnação. Política integrada que coloque os Assuntos Sociais a par da política educativa, bom, isso dá muito trabalho. Depois, é vê-los correr atrás do prejuízo, isto é, do abandono escolar e do insucesso. Importante é dizer por todos os cantos, para disfarçar a moleza, a apatia e a indiferença, que o Estado deve não sei quantos milhares de milhões nos encargos da Educação e da Saúde. Regionalizaram de olhos fechados, não assumiram compromissos sustentáveis e agora, com o cofre vazio, exprimem a reivindicação baseada no "paguem vocês e mandamos nós". Uma  vez mais manda a Autonomia às malvas, sabendo que quem paga, manda!  
E se começassem a governar? Já é tempo. Porque governar é muito mais do que cumprir o horário de funcionário público.
Ilustração: Google Imagens.

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