Paul Krugman, Prémio Nobel da Economia de 2008, no seu blog do New York Times: "(...) Não havia qualquer possibilidade de que Tsipras e companhia assinassem esta declaração, que nos faz questionar se os ministros do Eurogrupo sabem o que estão a fazer. Acho que é possível que sejam loucos – que não compreendem que a Grécia de 2015 não é a Irlanda de 2010, e que este tipo de pressão não funciona. Em alternativa, e creio que é o mais provável, decidiram empurrar a Grécia para o abismo. Em vez de darem algum espaço, preferem ver a Grécia forçada ao default e, provavelmente, a sair do Euro, com os previsíveis estragos económicos a servirem de lição a qualquer outro que esteja a pensar em pedir um alívio. Quer dizer: estão a preparar-se para impor o equivalente económico da “Paz Cartaginesa” que a França pensou impor à Alemanha depois da Primeira Guerra Mundial (...)".
"Krugman diz que na Grécia há um genuíno governo de esquerda. O Economista afirma que ao contrário dos anteriores, o gabinete de Tsipras não irá humilhar-se abandonando as promessas de campanha em nome da “responsabilidade”, porque os seus membros não querem ficar nas boas graças do grupo de Davos e só respondem diante do povo grego". (in Esquerda.net). Porque raio, questiono eu, os gregos e outros países têm de submeter-se à ditadura financeira imposta por grupos sem pingo de sentimento humanista. Criam e refinam as situações, engodam os povos com propostas conducentes a um aparente bem-estar, têm a paciência de esperar e, depois, provoca-lhes, algumas vezes de forma subtil, outras, descaradamente, o cerco, espremendo-os até o tutano. E o que mais me custa em tudo isto é o contínuo resvalar dos partidos socialistas para situações contrárias aos interesses dos povos. Como entender, por exemplo, as posições dos socialistas, presidente do eurogrupo, Jeroen Dijsselbloem, e do Comissário Pierre Moscovici, dos Assuntos Económicos e Monetários na Comissão de Jean-Claud Junker? Difícil de entender, quando o próprio Moscovici assumiu no "exame" para Comissário "(...) tratar todos os Estados-membros, grandes e pequenos, da mesma maneira". Está à vista de todos que todos são iguais, mas há uns mais iguais que outros! Afinal, onde estão os princípios ideológicos e os valores que distinguem aquelas duas figuras centrais, de uma direita que a todos, pacientemente, empurrou para o crescimento de mais milionários à custa da pobreza da maioria? Em que se distinguem dos Barroso's e Junker's desta Europa em decadência? O que os faz impor à Grécia e a outros povos um modelo de austeridade impossível de cumprir, em muitos casos consequência de uma crise fabricada externamente? Modelo criticado e assumido por várias instituições como a resposta certa para um problema errado?
Krugman, na imagem daqueles dois senhores, é, certamente, um perigoso esquerdista radical! Que tristeza, quando a Europa precisa de credibilização e de confiança. Quando ela precisa de uma nova ordem que assegure crescimento e desenvolvimento, mas nunca à custa do sofrimento de milhões de cidadãos empurrados para as margens! Quando derem por isso, face a tantos e graves problemas por resolver, entre os Estados membros e países vizinhos, poderá ser tarde.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
http://www.lutapopularonline.org/index.php/pais/104-politica-geral/1472-contra-a-proibicao-de-pescar-peixe-gata
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