Ontem, na Assembleia da República, no decorrer do debate quinzenal, o primeiro-ministro Passos Coelho, a propósito das recentes declarações do Presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Junker, que considerou que a austeridade atentou "contra a dignidade dos cidadãos gregos, portugueses e irlandeses", disse que dignidade dos portugueses nunca esteve em causa com o ajustamento, leia-se, com as políticas da troika. Curiosamente, ou talvez não, no mesmo dia, o ministro Mota Soares anunciou o reforço de 50 milhões para a rede de instituições sociais. Em que ficamos? Atentou ou não contra a dignidade? É verdade ou mentira que temos de recuar aos anos 60 para encontrarmos os valores da actual emigração? Existem ou não 700.000 desempregados? Um em cada quatro portugueses está ou não em risco de pobreza e quem recebe o salário mínimo ganha ou não menos 12 euros do que em 1974? Por aí fora...
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
O mais grave, é não ter capacidade de perceber que estes factos atentam contra a dignidade dos portugueses. Então o que será necessário para que isto aconteça?
É muito estranho este conceito de dignidade, que perante tais factos não deixa de ser somente, mesmo, um mero conceito.
Abraço JV
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