O secretário regional da Educação e dos Recursos Humanos pediu à União Europeia medidas urgentes de estímulos ao emprego. Isto é, transmitiu a ideia da região precisar de dinheirinho! Li e exclamei: mais uma bola para as bananeiras. Porque, certamente, do outro lado, devem surgir várias perguntas: o que é que os meninos andaram a fazer a tantos milhões transferidos? Que prioridades estabeleceram? Como chegaram a uma dívida de mais de seis mil milhões de euros fora as parcerias público-privadas? No quadro da Autonomia que políticas diversificadas foram implementadas geradoras de emprego sustentável? Quais foram as linhas estratégicas de orientação económica? Terão querido fazer em vinte anos o que deveria ter sido realizado em trinta? E ao nível da política educativa quais foram as preocupações para que hoje exista tanto abandono e insucesso escolar geradores de pobreza e de falta de qualificações?
Tantas as perguntas que podem ser colocadas a quem vem pedir medidas urgentes de estímulos ao emprego! No essencial, então, para que serviu a Autonomia Política e Administrativa? Para gastar ou para investir criteriosamente?
Não se torna necessário ir muito longe. Acabo de ler uma entrevista com o Presidente da Câmara do Funchal, Dr. Paulo Cafôfo. A páginas tantas, o jornalista questionou sobre as irregularidades detectadas na Câmara do Funchal. A resposta foi clara:
"(...) Esta auditoria detetou irregularidades financeiras com responsabilidade financeira para as pessoas que exerceram aqui as funções governativas. Posso dizer que, por exemplo, no ano de 2012/2013, o aspeto que se realça mais, foi que tivemos faturas sem compromisso ou despesas assumidas sem compromisso no valor de 28 milhões de euros. Isto é grave, como é óbvio, naquilo que é uma gestão da Câmara, uma gestão que encontramos numa situação financeira grave, ao contrário do que vinha sendo transmitido nos últimos anos de que a Câmara dava lucro e tinha uma situação estável. Esta auditoria veio confirmar mais uma vez que isso não era verdade. Nós fizemos uma rutura com aquilo que era a gestão financeira desta Câmara. Em apenas 15 meses, conseguimos reduzir a dívida da câmara em 22 milhões de euros. Isto é uma clara distinção daquilo que era a política do passado e a que é a do presente. Nós queremos uma visão da cidade, queremos que o Funchal seja a melhor cidade do país para se viver em 2020. São várias etapas para atingir esse objetivo e uma primeira etapa é a sustentabilidade e equilíbrio financeiros. Temos agora uma redução da dívida e uma regularização da situação financeira desta câmara. (...)"
Foi gastar à fartazana e a Câmara até dava "lucro" (saldo positivo), segundo o vereador responsável pelas contas. E são essas pessoas que pretendem fazer o mesmo ao mais alto nível da governação regional. Senhor Secretário, não jogue poeirinha para os olhos das pessoas.
Foi gastar à fartazana e a Câmara até dava "lucro" (saldo positivo), segundo o vereador responsável pelas contas. E são essas pessoas que pretendem fazer o mesmo ao mais alto nível da governação regional. Senhor Secretário, não jogue poeirinha para os olhos das pessoas.
Ilustração: Google Imagens.
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