A ideia de que o clima económico e a confiança cairiam para níveis históricos foi contrariada com indicadores de confiança a bater recordes e com o clima económico a revelar uma pujança nunca vista. Ao défice mais baixo da história da democracia portuguesa, junta-se agora o crescimento económico trimestral, em termos homólogos, mais elevado desde o ano 2000. Mas as boas notícias não acabam aqui: a taxa de desemprego também está a cair e no segundo trimestre de 2017 registou 8,8% em comparação com 10,8% no mesmo trimestre do ano anterior.
Aparentemente, há uma estranha irritação da oposição perante estes resultados. Em Maio deste ano, o PSD comentou o crescimento homólogo do primeiro trimestre de 2017, também de 2,8%, como sendo consequência das políticas do governo anterior. Há quem tenha suspirado de alívio pelo fim do discurso do anúncio da chegada do diabo, mas ninguém levou muito a sério os argumentos atabalhoados que as opções do passado, tomadas pelo governo da direita, são a origem do sucesso político do governo da geringonça. Em boa verdade, as opções políticas do passado fizeram o seu caminho e tiveram as consequências, abundantemente comentadas, durante 2011-2015: desemprego, recessão, emigração, défice e indicadores de confiança a bater no fundo. Com a chegada ao governo do PS, com o apoio parlamentar do BE, PCP e PEV, verificou-se uma mudança evidente nas opções políticas onde se deve destacar a decisão de devolver rendimentos aos portugueses, baixar a carga fiscal e criar todas as condições para assegurar o crescimento económico, aspecto determinante para a sustentabilidade da dívida e cumprimento dos compromissos orçamentais.
Foi com essas medidas, nem sempre consensuais, que o país mudou e que os bons resultados surgiram. A ideia que um governo, com a presença do BE e do PCP, limitaria a atracção de Investimento Directo Estrangeiro falhou, conforme revelam os dados de vários investimentos externos que entretanto surgiram em Portugal. A ideia de que o clima económico e a confiança cairiam para níveis históricos foi contrariada com indicadores de confiança a bater recordes e com o clima económico a revelar uma pujança nunca vista, traduzida em níveis de crescimento superiores à média europeia.
Por tudo isto pode-se concluir que, na história da democracia portuguesa, nunca uma oposição terá sido tão duramente desmentida pela realidade. O que é de estranhar é que, mesmo assim, ainda pensem que a culpa é da realidade!
NOTA
Artigo do Dr. Carlos João Pereira, Deputado na Assembleia da República e Presidente do PS-Madeira. O autor escreve segundo a antiga ortografia.
Ilustração: Google Imagens.
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