Algum cidadão livre quer lá saber que o Dr. Pedro Ramos, secretário da Saúde, seja fervoroso adepto, militante ou simpatizante do PSD? Pessoalmente, quero lá saber se o secretário participa em encontros do PSD ou em outras organizações? A Saúde tem de estar em primeiríssimo lugar e qualquer político, mesmo que partidário, não é detentor da verdade absoluta. Metam isso na cabeça. Neste pressuposto, por que raio, todos os outros, representantes de instituições independentes mas parceiras, não podem ou não devem participar nas iniciativas partidárias ou não, conotadas ou não com os vários domínios do espectro político-partidário? Qual é o problema? Depois de 42 anos de democracia não será uma menoridade política e cultural confundir situações de responsabilidade institucional governativa, quer técnica quer política, com qualquer participação no quadro, até, dos direitos de cidadania? Que mal é que há nisso? Perder-se-á a respeitabilidade, a independência e as convicções pessoais, apenas pelo facto de aceitarem uma participação cívica, seja em que enquadramento for? As pessoas que pertencem a instituições independentes, aquelas que não dependem, nem directa nem indirectamente do governo, estarão "proibidas" de aparecer em fóruns, seminários, jornadas, só pelo facto, como se diz, depreciativamente, porque o "senhor governo" não gosta?
Daí que tenha total razão o Dr. António Pedro Freitas, presidente da secção regional da Ordem dos Médicos, quando sublinha na entrevista ao DN-Madeira, que "Estão a confundir a pessoa com o cargo". E com humor salientou: "Está ali um senhor (foto do Nélio Mendonça) que foi presidente da OM, era partidário e tem até o nome no hospital. Nunca ninguém se lembrou de o criticar".
"Eu reservo-me o direito pessoal de fazer o que quiser da minha vida pessoal", complementou.
Ora bem, disse de forma directa, assertiva e sem papas na língua. A Madeira precisa de gente assim, que assuma, publicamente, que, no plano político, não têm receios de ninguém. Que legitimidade tem um qualquer secretário para, subtilmente, impôr a regra do silêncio, ainda por cima, face a uma instituição independente? Não tem, porque, felizmente, SOMOS LIVRES e ninguém deverá mexer na consciência individual. Outra coisa é representar uma instituição de natureza independente e, nesse quadro, vinculá-la partidariamente. Embora isso, ao longo de anos, tenha assistido e continuo a assistir, de forma camuflada, é certo, mas perceptível. É o que se passa com quase todo o associativismo cultural e desportivo, com as casas do povo, as misericórdias, enfim, exemplos não faltam.
Uma nota final. Sou militante de um partido e, há dias, recebi um convite de um outro partido político para participar em um fórum de debate sobre a Autonomia. Senti orgulho nesse convite. Não participei apenas porque estou fora da Região. Quero lá saber se o partido onde ainda milito fique desconfortável! Sou democrata e ponto final. Deixem-se disso. Parece que alguns ainda não perceberam os efeitos do tempo da mordaça!
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
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