"Estabilidade" significa solidez e segurança. Ora, pelo que se lê, parece que estabilidade é coisa que dificilmente existirá na formação do governo da Região da Madeira. Posso estar enganado, embora, ideologicamente, se um diz mata, o outro, está na sua natureza, dirá esfola!
Porém, entre muitos aspectos da arte de bem governar, desde logo destaco dois aspectos: primeiro, a guerra pelos lugares, isto é, não é apenas o tal "caderno de encargos" que está em causa, mas as posições que, teoricamente, poderão conceder boa visibilidade política. É público que há quem queira a Presidência da Assembleia, a vice-presidência do Governo (que coisa esquisita, a existência de dois vices!), umas secretarias regionais, enfim, o partido vencedor, estou em crer, ou cede ou está a braços com problemas. Segundo, resulta da experiência política de quarenta anos, sustentado no quero, posso e mando, que tudo farão para, silenciosa e discretamente os engolir, em um prazo não muito longo. Se agora conseguiram três deputados, uma paz podre poderá complicar a vida do partido "fiel da balança".
Neste quadro, deixo a pergunta: e que tal um mandato com um governo minoritário? A obrigação de com todos negociar, experimentando, assim, as dificuldades porque passaram os partidos da oposição. Se não der certo, a democracia resolverá o problema com um novo acto eleitoral.
São contextos diferentes, eu sei, mas em 1994, quando o Professor Virgílio Pereira se demitiu da Câmara do Funchal, por ter reclamado apoio para saldar as dívidas da autarquia funchalense, o ex-presidente do governo disse-lhe: "bom é aquele que governa bem e faz obras mesmo sem dinheiro”. Digo eu agora, bom é aquele que governa bem obrigado à sentar-se à mesa da negociação. Experimentem!
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário