Comparem-se as duas realidades Madeira e Açores, a orla costeira deles e a nossa, o modelo de desenvolvimento deles e o nosso.
Estou absolutamente farto da narrativa enviesada, do discurso “cáustico” do PPD-M no geral e do seu líder em particular, do ódio contra Lisboa, como se não fossemos todos do mesmo país, membros do mesmo corpo, ou “farinha do mesmo saco”. Estou farto dos “bodes expiatórios” da contínua externalização das culpas pela má governação, do clientelismo, do populismo. As suas principais “bandeiras” são falsas. Tanto o subsídio das viagens aéreas, como os juros da dívida, foram negociados pelo “benemérito e amigo da Madeira” Passos Coelho e pelo PPD-M. “Fonte segura” garantiu-me que o helicóptero, ao contrário do que o PPD afirma, afinal é pago por Lisboa. Relativamente aos juros da dívida, haja vergonha, por decoro, não se devia sequer falar da dívida que foi contraída por AJJ à socapa da lei e do país, negada até “às últimas”, e que, inclusivamente, fez subir o déficit do país e nos colocou a todos a pagar o PAEL enquanto formos vivos. Costa, por sua iniciativa, e possivelmente por ser “colonialista” baixou unilateralmente a taxa de juro do PAEL, colocando-a de forma dinâmica e indexada à MÉDIA DOS JUROS QUE O PAÍS PAGA PELO CONJUNTO DOS SEUS EMPRÉSTIMOS.
Todos impostos gerados na RAM, ficam na Madeira, a saúde está regionalizada, todas as despesas são da exclusiva responsabilidade da RAM. Costa sem ser obrigado a tal, disponibilizou-se para comparticipar no novo hospital. O PPD-M “agradece” tudo isto da forma que sabemos...
O PPD-M disse explicitamente que se ganhar as eleições pretende “mais autonomia” de forma a regionalizar as finanças e os impostos (porque não também a polícia?). Assim, poderá “ajudar ainda melhor” os amigos e fica com a possibilidade de “atirar as finanças às canelas” dos opositores.
O PPD pretende baixar o IRC para 12%, tal medida, contudo, terá tanto efeito nos preços ao consumidor final como teve a baixa no IVA na restauração. Sobre o IRS o PPD nada disse, não é a sua praia. Aliás, se fosse, com a autonomia atual já poderia ter baixado o IRS há muito tempo, como acontece na RAA. A propósito, não entendo a razão da superioridade e sobranceria com que o PPD-M trata os Açores.
Aconteceu comigo o seguinte: Enganei-me no preenchimento do IRS e pus como morada a R. A. Açores. Se eu vivesse nos Açores a devolução do IRS seria mais do dobro do a que recebi por viver neste paraíso jardinista à beira mar plantado.
Ao verificar a diferença abismal a nível do IRS, fiquei com a “pulga atrás da orelha” e fui ver o que se passava com os Açores com outros indicadores de desenvolvimento, comparando-os ainda com a “meterpolis” e a média do País. Ver nota.
• IVA nos Açores e na RAM: As taxas de IVA lá são de 18, 9 e 4%, e as nossas de 22, 12 e 5%. É uma questão de fazer contas para a diferença que isto faz nas compras de um ano.
• Taxa de Analfabetismo (Censos 2011): RAA 4,7 %; Med. Nacional 5,2%; RAM 7%
• Crescimento do PIB por habitante (2017): RAA +142% face a 1995; Nacional +112,8%; RAM ???
• Crescimento do PIB desde 2000: RAA+67,6%; RAM+62,3%; Méd.Nac.+51,3%
• Emprego Total (1995 – 2017): RAA +27,1%; Tot. país +6,0%; RAM (menos) -3,8%.
• Emprego Total (2000 – 2017): RAA +7,5%; Tot. país +4,8%; RAM (menos) -10,5%.
• Crescimento do PIB (desde 2000): RAA +67,6 %; RAM +62,3 %; Med. Nac. +51,3%.
• Evolução do Rendimento Disponível Bruto (RDB)das famílias (período 1995-2016): RAA +133,4%; Med. nacional de +94,7%; RAM +84,1%.
• RDB das famílias per capita: RAA 12.446 euros; Med. nacional 12.066 €; RAM 11.747€.
• RDB per capita das famílias (desde 1995): RAA +127,9%; Med. nacional +89,1% A RAM cresceu apenas +76,8%, abaixo, portanto da média nacional.
Inventariei algumas medidas de carater social que existem na RAA e na RAM não: Complementos para: Regional de pensão (CRP); Abono de família para crianças e jovens; Especial para Doentes Oncológicos (CEDO); Regime de almoço para os alunos durante o período de férias e interrupções letivas; Banco Regional de Equipamentos para apoio a pessoas com mobilidade reduzida.
Comparem-se as duas realidades Madeira e Açores, a orla costeira deles e a nossa, o modelo de desenvolvimento deles e o nosso. Onde estão por exemplo os nossos lares para idosos e a rede de cuidados continuados? E o “cheque cirurgia”? Albuquerque de cada vez que fala, refere os 72 meses de crescimento da economia. Para onde vão esses ganhos?
Julgo que os breves números aqui apresentados, frios, reais, provenientes de instituições credíveis como o INE e o censos 2011, desmentem por completo a retórica, a narrativa e a propaganda do PPD-M, do “paraíso”. O PPD, recorre a tudo, em pânico por perder as eleições e de que se possam descobrir os “segredos bem guardados”. Perca um pouco do seu tempo e consulte o JORAM online e veja com os seus próprios olhos a imensidão extravagante de nomeações feitas pelo GR nos últimos dias, com os objetivos de “fidelizar” as pessoas e as respetivas família, “agasalhar” os amigos e colocar “submarinos” na administração para quando perderem as eleições. Acha sinceramente e em consciência que corremos o risco de que, se mudarmos, mudamos para pior?
Oxalá esteja enganado, mas se chegar a crise, que infelizmente já se vislumbra, com Trump, Brexit e com a Alemanha em recessão, onde nos levará a guerra de Albuquerque com Lisboa? Dependentes das nossas duas “monoculturas”, voláteis e perecíveis, estamos “bem lixados”. Tenho, porém, a certeza de que os açorianos não passarão fome, pois têm vacas e peixe de fartura para comer.
Se Albuquerque improvavelmente ganhar as eleições, depois de ter “partido todas as pontes”, vai negociar com quem? Com o Papa? Ou pensa reverter a situação com “porreirismo”, poncha e espetada? Há porém uma diferença: Costa não precisa de Albuquerque para nada, mas ao contrário, Albuquerque precisa de Costa para quase tudo.
No dia 22 está na sua mão e é da sua inteira responsabilidade acabar com esta situação.
Nota: A fonte dos dados sobre analfabetismo é dos censos 2011, a restante informação tem como fonte o INE. Optei por não introduzir dados da D. R. de Estatística da Madeira por não estar seguro da sua independência em relação ao GR.
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