COM QUE ENTÃO...!

REGIÃO AUTÓNOMA DA MADEIRA - UM LONGO CAMINHO PARA A DEMOCRACIA

Adsense

sexta-feira, 28 de fevereiro de 2020

EM FUNÇÃO DO CONTEXTO... FINALMENTE, A DECISÃO SENSATA


"Mário Pereira justifica saída.
O Governo Regional já confirmou ao DIÁRIO a renúncia do director clínico ao cargo" - Fonte DIÁRIO, edição de hoje. 



O problema agora é saber como juntar os cacos deste processo e como colá-los de forma rápida e consistente. Estas situações de conflito deixam sempre marcas. Até porque, assegura o matutino madeirense, o director clínico decidiu sair "mas com contrapartidas" (...) "vai presidir à Comissão de Acompanhamento do Novo Hospital" e "terá exigido, também, a queda de outros responsáveis do sector da Saúde, incluindo a do próprio secretário Pedro Ramos". 
A fase do conserto da máquina levará, assim, algum tempo. Até porque o problema é profundo e não se resolve com um "penso rápido". O primeiro passo para a cura está em saber discutir o Sistema de Saúde no plano político e não no plano partidário. O sistema não sobrevive a uma lógica do "toma-lá-dá-cá"!
Postado por André Escórcio às sexta-feira, fevereiro 28, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: SESARAM

terça-feira, 25 de fevereiro de 2020

5G, um romance americano


Por
João Abel de Freitas
Economista - O Jornal Económico
24 Fevereiro 2020

Mais do que a apregoada democracia ocidental em risco, o romance dos EUA tem por base o medo. O medo apavora-os. E o atraso tecnológico em que se encontram é de difícil recuperação.

1. A Quinta Geração (5G) de internet móvel incorpora a ideia de revolucionar o mundo das comunicações, o que, nos dias de hoje, é quase sinónimo de uma mudança profunda de vida das pessoas. Tudo em alta velocidade. Tudo a relacionar-se com tudo. Mais aparelhos conectados ao mesmo tempo.
Por detrás desta promessa, esperança, forjou-se um “romance” pretensamente oriundo da China.
A China mediante esta tecnologia – insinuam os EUA e muitos países vão na onda – pretende ir captando o máximo de informações das mais variadas áreas, penetrar aqui e ali em sectores nevrálgicos de diferentes países e, articulando esses processos, chegar ao domínio do Mundo a prazo, chegar a primeira potência mundial.
Chegam a insinuar que aeroportos e hospitais, se equipados pela Huawei, poderiam ser paralisados em situações críticas de desentendimento mundial.
A partir deste romance forjado, os EUA estão a movimentar uma guerra tecnológica mundial e política contra a China, nela cabendo toda a espécie de boicotes, de pressão sobre os países ocidentais e outros, para afastar a Huawei de concursos de fornecimento de equipamento às redes 5G que começam a ser instaladas.

2. E porquê a Huawei?

A Huawei é a grande empresa chinesa, detentora de equipamentos avançados para a 5G e que, segundo vários especialistas de renome, leva mais de três anos de avanço científico e tecnológico face à sueca Ericsson ou à finlandesa Nokia, os dois rivais europeus de maior consistência. Para além destes avanços científicos e tecnológicos, oferece vantajosas e imbatíveis condições de mercado, em termos de custo no fornecimento dos equipamentos.
No campo da cibersegurança, (a grande acusação dos EUA contra a China e a Huawei) montou um laboratório em Londres, onde é possível testar que oferece todas as condições, ou pelo menos, que se situa em plano igualitário ao dos seus concorrentes europeus e americanos.
Neste contexto, com base nos sãos princípios da economia de mercado, não faz sentido discriminar a Huawei face à Ericsson e Nokia como está a França de Macron a tentar fazer, ao não lhe conceder medidas proporcionais com a exigência de validade de autorização claramente mais curta, apesar das suas bases científicas e tecnológicas terem vantagens provadas face às duas empresas europeias.
Face às empresas dos EUA, a posição científica e tecnológica da Huawei mantém idênticas vantagens às que apresenta face às europeias e na concorrência de mercado ganha muitos pontos.

3. O romance com alguma ponta de veracidade retorna assim aos EUA.

Toda esta guerra acontece porque os EUA se atrasaram na ciência e tecnologia dos equipamentos ligados ao mundo das telecomunicações, à internet das coisas (IoT), e sabem que, quem comandar as instalações em 5G, tem uma forte probabilidade de determinar o Mundo nos próximos 30, 40 anos.
Aliás, a China nunca escondeu esse objectivo de chegar a primeira potência mundial. No último Congresso do Partido Comunista Chinês, ficou bem claro e estabelecido este desiderato para 2035. E está a trabalhar em várias frentes, entre elas conquistar e consolidar o avanço científico e tecnológico em áreas sensíveis como as telecomunicações.
Contudo, a actual trajectória evolutiva não está a correr bem à China, pois o coronavírus veio marcar o crescimento económico abaixo dos 6% e manchar um pouco a imagem do país. Alguma falta de eficiência no ataque ao coronavírus veio ao de cima, em resultado de algumas formas muito rígidas de decisão e funcionamento do sistema. Por outro lado, nem tudo foi negativo, a China evidenciou elevada capacidade de realização como a construção de um hospital com cerca de mil camas, num curto espaço de tempo, só possível num país com as características da China.

4. Este atraso tecnológico na história dos EUA, em que são apanhados de surpresa pela China, faz lembrar o da era do Sputnik em 1957, quando os EUA se atrasaram na exploração do espaço para a então União Soviética. É evidente que os tempos são outros e o encaixe mundial das economias também. Sem dúvida que uma vitória chinesa hoje causa muito mais mossa do que naquele tempo, em que a economia soviética estava muito isolada.

Hoje, a China tem a sua economia muito integrada com a economia mundial.
Aliás, decisões à Trump são contraditórias. Podem fazer atrasar por algum tempo o percurso da China, mas os países que alinharem incondicionalmente ao lado dos EUA vão também sofrer e muito, nomeadamente a Europa, se não optar por uma política autónoma, ou seja, uma estratégia equidistante dos dois colossos para instalar a 5G e deixar-se ficar na alçada das pressões americanas.
Por um lado, tudo indica que a UE vai continuar submissa ao software americano. Muitos analistas vão nesta linha de pensamento. Por outro lado, a diplomacia americana acaba por facilitar a posição da China, de tão má que é.
E o romance dos EUA, para ser bem contado, deve ter por base o medo e não a apregoada democracia ocidental em risco, como pretendem fazer passar. Os EUA têm a noção exacta do perigo que enfrentam. O medo apavora-os. O motor da pressão dos EUA sobre o mundo é esse medo bem objectivo. O atraso tecnológico em que se encontram é de difícil recuperação.
Alguns países vão seguir uma estratégia dúbia na instalação do 5G. Aquilo que fez Boris Jonhson (entreabrir a porta aos equipamentos da Huawei) é uma boa indicação a Trump de que as suas pressões tão pouco veladas podem não resultar.

5. Por outro lado, a China tem os seus trunfos. Se a Huawei for muito condicionada, e está a sê-lo – inclusive a filha do seu fundador foi detida no Canada há uns meses atrás, sob alegações algo absurdas num ambiente normal de relações comerciais entre países civilizados; assim como a França quer impor prazos mais curtos de validade dos equipamentos face à Nokia e Ericsson – a tudo isto pode a China retorquir com restrições no seu mercado interno às empresas ocidentais, e já está a colocar frontalmente a questão.

Aliás, a embaixada chinesa em Paris já protestou em comunicado contra a discriminação da Huawei, e colocou a questão da posição chinesa em termos de restrições.
Por outro lado, as empresas ocidentais estão a olhar para as leis de mercado e a reagir com prudência mas com desconfiança face à submissão dos governos a pressões americanas. Um certo impasse é possível mas, nas condições actuais do mundo tecnológico, a balança parece pender para o lado chinês.
6. A terminar, uma curta observação. Não me parece que a 5G seja um conceito consolidado. Há, em vários quadrantes, ideias muito difusas, pelo menos pelo que leio na comunicação social e numa ou outra revista da especialidade. Talvez nem mesmo os seus principais intérpretes tenham já as ideias bem afinadas.

O autor escreve de acordo com a antiga ortografia.
Postado por André Escórcio às terça-feira, fevereiro 25, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Economia, João Abel Freitas

sábado, 22 de fevereiro de 2020

Em nome da dignidade


O exercício da política não é uma profissão. Não pode, em circunstância alguma, ser mais do que uma disponibilidade individual para, durante um certo tempo, prestar um serviço público à comunidade. Mas há quem não entenda assim! Daí o apego ao poder, porque as orientações partidárias, infelizmente, assim determinam.



Não gosto de me imiscuir em assuntos face aos quais não possuo todos os dados. Portanto, uma certa reserva penso ser de bom senso. Porém, no caso do SESARAM, que envolve um "negócio" de raiz partidária, porque é público, atrevo-me a tecer algumas, poucas, considerações. Julgo que o caso deve ser analisado em nome de uma palavra tão simples quão profunda: dignidade. Por pontos:


a) O director clínico deveria ter sido indicado pelo Conselho de Administração. E não foi.
b) O secretário regional aprovou uma nomeação, claramente de natureza partidária, baseada em um acordo de divisão de poderes. 
c) O director clínico nomeado não merece a confiança gestionária de uma significativa parte dos directores de serviço.
d) O Bastonário da OM coloca-se ao lado da responsabilidade técnica e "sugere a saída" do director clínico (fonte: DN). 

Perante um quadro destes, enquanto cidadão, por um lado, à luz da dignidade, por outro, na defesa da estabilidade deste importante sector, só vejo uma saída possível: a demissão do director clínico (recebi uma mensagem a dizer que já a tinha concretizado), do secretário regional e da presidente do Conselho de Administração. Esta porque se demitiu de uma tarefa que lhe incumbia, o director porque não dispõe da vontade dos seus pares e o secretário que embarcou nesta embrulhada partidária, ficando, obviamente, em uma situação de enorme fragilidade política.
Pois, irá sobrar para o presidente do governo, que não terá conduzido o processo da maneira mais bem ponderada, mas isso são consequências colaterais, graves, mas aí a coligação que se entenda. Se conseguir! O que não me parece sensato é a manutenção de um folhetim que não ajuda nada na solução dos problemas muito complexos do Sistema Regional de Saúde. 
Em nome da dignidade de todos.
Ilustração: Google Imagens.
Postado por André Escórcio às sábado, fevereiro 22, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: SESARAM

sexta-feira, 21 de fevereiro de 2020

Oiçam e acabem com isto. Nomeações políticas, NÃO!



Publicado no blogue "Correio da Madeira"
Postado por André Escórcio às sexta-feira, fevereiro 21, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: SESARAM

quarta-feira, 19 de fevereiro de 2020

A última palavra


Por 
José Sócrates, 
in Expresso Diário, 
19/02/2020

O surgimento da eutanásia no debate político segue-se a um longo período em que estes dilacerantes dilemas morais foram sendo resolvidos na intimidade familiar e com recurso às insubstituíveis qualidades do amor sensível e bondoso. Nessas alturas era preciso enfrentar, com coragem e em silêncio, as pressões e ameaças vindas do Estado ou da comunidade exterior à família. Agora, com o avanço da ciência médica e o incessante aumento da esperança de vida, são trazidos ao conhecimento público múltiplos casos em que parece cada vez mais evidente que o nosso “direito- a–viver” se transformou lentamente num “dever-de-viver” e nalguns casos numa verdadeira “punição-de-viver”. Em 2002 a Holanda foi o primeiro país a despenalizar esta prática, a que se seguiram a Bélgica, em 2003, e, mais tarde, o Luxemburgo, em 2008. Agora, em 2020, no espaço de duas semanas, Portugal e Espanha juntam-se ao grupo inicial, discutindo leis semelhantes às daqueles países. O movimento europeu parece assim inclinar-se, em definitivo, para o lado da autonomia do doente e pela expulsão do Estado da relação com quem age para ajudar alguém a morrer em determinadas e muito precisas condições.


Os projetos de lei que vão ser votados no Parlamento são todos eles respeitantes à eutanásia voluntária, isto é à despenalização da ação médica nos casos de doentes que reúnem, no que é essencial, quatro características - doença comprovadamente incurável, irreversível e mortal; sofrimento físico e mental insuportável; informação e consciência plena da sua condição e, finalmente, pedidos reiterados (não apenas em momentos de desespero) para que lhe antecipem a morte. Nestes casos – e só nestes casos - o Estado deixará de processar judicialmente, como até aqui fazia, o médico que, perante, como disse, uma situação clínica incurável e de grande sofrimento, atue de acordo com o desejo do doente, acabando com a sua aflição. É este o ponto que as novas leis mudam: o Estado deixa de poder, através da ameaça e da força da sua ação penal, impor uma vida de suplício a alguém que considera esse tormento insuportável.
Para quem olha para o tema com um mínimo de sensibilidade não pode deixar de reconhecer que soa um pouco estranho falar de um direito a morrer. Se na civilização ocidental tanto lutámos pelo direito à vida e se esse foi desde sempre o direito inicial donde declinámos os direitos fundamentais constitucionais, custa agora pensar na morte como algo sobre a qual podemos também fazer reivindicações de direitos que antes não eram concebíveis. Todavia, todos os que estão de boa-fé no debate reconhecem que as novas leis de eutanásia voluntária se fundam no princípio de respeito pela autonomia individual, valor filosófico com fortes tradições no mundo ocidental. Por outro lado, ela retoma também o caminho, já há muito iniciado, de tornar a prática médica menos paternalista e mais respeitadora da vontade e do desejo do doente, desde que esta se expresse de forma livre e sem condicionamento. Finalmente, o que esta lei faz – e que explica a azeda disputa política que está longe de terminar - é respeitar o princípio de neutralidade ética do Estado, libertando–o de determinadas concepções religiosas ou morais que, invocando a sua condição maioritária, devam ser seguidas não apenas pelos seus crentes, mas também por todos os cidadãos, impondo-as abusivamente. Como aconteceu antes nas discussões sobre o aborto e sobre o casamento homossexual, a questão política central é colocar o Estado ao serviço da proteção do pluralismo moral que se exprime na salvaguarda de todos os estilos de vida pessoais desde que conformes à lei.

Um dos pontos mais azedos do debate, que é normalmente convocado pelos opositores à nova lei, é o argumento da rampa deslizante, que corre mais ou menos assim: se permitirmos a eutanásia voluntária, acabaremos por permitir a eliminação dos mais velhos, dos pobres e de todas as categorias da população sobre as quais as autoridades de turno venham a decidir que as respetivas vidas não merecem ser vividas. Aprovada a eutanásia voluntária, ela acabará por abrir a porta, como diz a igreja católica, a uma cultura de morte. O argumento, considerando os cuidados com que as leis foram elaboradas, parece muito injusto. Na verdade, a legislação procura responder a todas as preocupações levantadas no já longo debate que se seguiu à primeira aprovação da lei na Holanda, assegurando que a eutanásia só seja praticada se:

a) for explícita e reiteradamente solicitada;
b) não deixe qualquer dúvida quanto ao desejo do doente ;
c) tenha garantias de que essa decisão será informada, livre e definitiva;
d) o estado de saúde seja irreversível;
e) o sofrimento físico ou mental seja insuportável.

Por outro lado, nada na experiência desses países nos assegura que houve “derivas” que levassem a mortes indesejadas fora dos estritos parâmetros exigidos pelas leis em vigor. No entanto, a ninguém, dos que se opõem à aprovação desta lei, ocorreu que o argumento da rampa deslizante pode também ser invocado em sentido contrário: mantendo a eutanásia voluntária como crime não estaremos também a abrir a porta ao regresso da criminalização do suicida, à expropriação dos bens da sua família, ou ao seu banimento dos cemitérios cristãos?
Por outro lado, compreende-se mal que se atribua valor diferente ao pedido para morrer daquele que se dá à escolha de viver (como é flagrante no parecer do Conselho de Ética). A vontade destes últimos é tomada à letra imediatamente e sem mais exigências; os pedidos dos outros, daqueles que formulam o desejo de não querer mais viver em circunstâncias que julgam indignas ou insuportáveis, são encarados com suspeição, carecendo de interpretação psicológica e análises detalhadas das relações e afetos do paciente. Para além da confirmação da vontade, que deve ser feita com perguntas espaçadas no tempo de modo a ter-se certeza sobre a decisão, tudo o mais revela um paternalismo insuportável, em particular quando se afirma que essas dolorosas decisões pessoais devem ser “ entendidas como pedidos de ajuda”. Quando se fala de autonomia, é mesmo disto que estamos a falar - de levar a sério os pedidos das pessoas que sofrem.
Pondo de parte os argumentos radicais, que em pouco contribuem para o esclarecimento do que está em causa, as experiências dos países que estiveram na vanguarda da despenalização evidenciam que, apesar do investimento público contínuo na melhoria e no desenvolvimento dos cuidados paliativos que permitem aliviar a dor a doentes incuráveis, continua a haver casos em que a obediência à vontade expressa pelo doente constitui a única forma de respeitar a sua autonomia e de acabar com o sofrimento atroz. Nestes casos – e, mais uma vez, só nestes casos específicos - a eutanásia voluntária pode constituir a única possibilidade de um ato de empatia, de humanidade e de amor compassivo para com o nosso semelhante.
Ericeira, 17 de fevereiro de 2020
Postado por André Escórcio às quarta-feira, fevereiro 19, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Eutanásia, José Sócrates

segunda-feira, 17 de fevereiro de 2020

Tempos de desilusão


Cresce a desilusão. Silenciosa, mas anda por aí, por todo o lado. Tenho por adquirido que, hoje, ninguém tem mão nisto. A violência cresce, em alguns casos de forma animalesca; é o sistema de Saúde feito terra de ninguém, cheio de conflitos e divisões; é a Educação, completamente atolada em um pântano, disfarçada de palavras enfeitadas e muita propaganda, onde vale mais a burocracia que a aprendizagem; é essa coisa da aquacultura onde ninguém se entende e, no mínimo, explica; é a Economia que, dizem, cresce, mas, paradoxalmente, não é sensível nos bolsos do povo; são as casas do povo transformadas em casas de propaganda; é o Ambiente com mais imagem e paleio que acções; é a arrepiante queda do sector do Turismo; são os sinais graves de manifestações que cheiram a ausência de transparência, abafadas pelo poder do dinheiro; é a Segurança Social que deixa prescrever milhões; é o assalto à comunicação social, pintado de cores amenas, mas onde lá no fundo emerge o controlo absoluto para manter as consciências adormecidas; é a enervante Justiça, desesperante e degradante, até com juízes e procuradores que deixam um rasto de desconfiança, (um mero exemplo: será aceitável que um alegado crime de ofensas pessoais ande para ali a marinar há 27 anos?); é uma Assembleia Legislativa onde faltam referências maiores e que vive de uma arrepiante gritaria e de truques de retórica; é a pobreza que choca; é a falsa alegria de viver que esconde infelicidades sem fim; é a mentalidade retrógrada assente na ignorância altifalante e no deixa andar; é a falta de modos, de  rigor profissional, cumprimento de prazos, de responsabilidade e respeito pelos outros, desde as situações mais comezinhas àquelas de maior significado, e que nos deixam boquiabertos. Ninguém tem mão nisto!

Não se trata de saudosismo. Nada disso, por várias razões e mais uma: é que o meu tempo foi uma trampa. Nasci no final da última grande guerra. Tempos difíceis com um pavoroso Estado Novo de permeio. Muitos sobreviveram no quadro do pão que o diabo amassou! Apesar da vergonhosa guerra colonial que me impuseram, tive sorte e ganhei, com muito esforço, o meu espaço, mas isso, sem olhar para o passado, não me impede de ver o que por aí vai, na comparação entre os dias de ontem e os de hoje.
Ultrapassadas as dificuldades, estamos a passar por tempos de desconfiança absoluta, que nos leva, permitam-me, a "um olho no burro e outro no cigano"; tempos de mentira dita com um fácies de seriedade convincente; tempos de gente aureolada de exemplares senhores, alguns até banqueiros, que roubam à descarada; tempos de muitos comentadores de treta, vazios, superficiais, porque não fazem um esforço de estudo compaginado; tempos de inculturas e iliteracias diversas; tempos de atropelo à dignidade de quem trabalha e de desamor pelos outros; tempos de gente que se "vende aos bocados", como escreveu Sttau Monteiro, "(...) a prestações, dia a dia. Muitos, ao fim dum tempo, já nem sabem que estão a vender-se: atingem uma posição que os obriga a defender interesses contrários a tudo o que sempre sustentaram, e são comprados por essa posição (...)"; tempos de uma desenfreada corrupção, subtil ou descarada; tempos de subordinação a directórios vários, que coarctam a liberdade, a autonomia e ordenam segundo os seus interesses; tempos de habilidosos oportunistas que se instalam pela via partidária e progridem por ínvios caminhos, espezinhando e afastando quem, eventualmente, possa fazer sombra; tempos que, por mais que dela se fale, não desejam a mudança, porque ela própria não interessa aos poderes instituídos; tempos de reguladores que nada regulam; tempos de bastidores maquiavélicos e ardilosos da escala local à global, onde pensar é quase proibido; tempos de multiplicação de fortunas que desequilibram e provocam dramáticas assimetrias; tempos de esgotamento individual e de medo, consequência dos novos senhorios ditatoriais que impõem uma doce escravatura, bem vestida, que desgraçam seres humanos indefesos; tempos de gente que fabrica a guerra, porque é sensível ao cheiro do petróleo; gente que "mata" quem divulga ou prende quem denuncia escândalos. Justificam,  hipocritamente, porque estamos em um "Estado de Direito Democrático".
Ao correr do pensamento, onde tanto fica por acrescentar, sinto que a desilusão, a frustração e a perda de alegria crescem e ninguém tem mão nisto. O que fazer? Li que "a desilusão é a visita da verdade". É capaz de ser.
Ilustração: Google Imagens.
Postado por André Escórcio às segunda-feira, fevereiro 17, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Opinião

OS DECEPCIONADOS


Por
LILIANA RODRIGUES
Professora Universitária/Investigadora

O paradoxo da contemporaneidade assenta no facto de, apesar do progresso das últimas décadas, haver uma decepção generalizada com o poder e a governação. Refiro-me às “sociedades exasperadas”, referidas por Daniel Innerarity (2019), que fazem nascer tensões sociais e territoriais (visíveis, mais recentemente, no caso Irão vs. Estados Unidos da América). São os cidadãos que desafiam os poderes instituídos, que exigem mudanças paradigmáticas e que rejeitam um “establishment político arrogante, alheio ao interesse geral e impotente na hora de enfrentar os principais problemas que angustiam as pessoas” (Innerarity). Temos o Chile como bom exemplo.


As consequências da Primavera Árabe, a crise financeira de 2008, o crescimento da extrema-direita e do populismo (que não são a mesma coisa, ainda que haja relação entre ambas e porque pode existir populismo nas visões denominadas de esquerda), o sentimento antipolítico, a globalização (que, por si só, não é boa nem má), as questões migratórias e o desenvolvimento desigual entre países e regiões deixaram marcas profundas e uma ausência de esperança no futuro da nossa vida em comum, nomeadamente do ponto de vista económico e ambiental (veja-se o presente desastre ambiental na Austrália), mas também no que diz respeito à segurança, à liberdade religiosa e aos direitos fundamentais. Os decepcionados são todos aqueles que vestiram os coletes que deram à costa ou que foram sepultados no mar do Mediterrâneo, os que desesperaram para se sentirem úteis e não conseguiram trabalho, os que reivindicaram, vestidos de amarelo, pelos direitos sociais, os que se sentiram traídos pelos seus, os divergentes de opinião e de acção e os que desistiram porque se destruíram por dentro (nestes casos, pode acontecer ainda não se terem apercebido que são decepção).

A incerteza que se vive a nível internacional mostra bem a ausência de lideranças fortes e de cooperação entre nações. Mantemos um certo riso quando figuras como Trump nos aparecem pelos televisores adentro. Mas a verdade é que os Trumps e Bolsonaros do nosso tempo sempre existiram, inclusive na Europa. Quem não se recorda dos caçadores de migrantes na Hungria de Órban? Da mafia maltesa, com ligações ao governo, que assassinou uma jornalista por denunciar corrupção de altos dirigentes políticos? Ou do Estado polaco, que legislou sobre o seu falso direito de decidir sobre o corpo das mulheres? Ali perto, quem não se lembra da descriminalização da violência doméstica na Rússia de Putin?

Todos eles, sem excepção, ainda lá estão. A nível micro-político, a diferença não é muito grande. A mentira, a propaganda, a comunicação persuasiva e vazia e a manipulação deram lugar ao marketing político baseado na ideia de imagem limpa. Chega-se ao ridículo de os ver a olhar para as câmaras com as mãos viradas para o ego, quase a modo de reza, copiando o pseudo modelo discursivo de Oxford.
Continua Innerarity dizendo que “Há decepcionados por todo o lado (...) à direita e à esquerda. O quadro das indignações ficaria incompleto se não tivéssemos em conta a sua ambivalência e cacofonia”. O ideal adiado do imperativo de construção de um espaço político de pluralidade interna e externa, tanto de debate como de estratégia, leva-me a crer que este é o tempo do fim das ideologias. A incapacidade política de fortalecer a democracia mostra que muitos dos que se arrogam naturalmente políticos não perceberam que “o assumir infundamentado de uma certa intimidade com a grandeza rapidamente [cedeu] o lugar a uma nova geração que nega que alguma vez tenham existido gigantes e que assevera que toda esta história não passa de uma mentira (...). Os gigantes estarão, presumo eu, a olhar cá para baixo, para esta pequena comédia, e a rir” (Bloom, 1990).
Postado por André Escórcio às segunda-feira, fevereiro 17, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Liliana Rodrigues

sexta-feira, 14 de fevereiro de 2020

CALDO ENTORNADO...


De um lado o Senhor Farinha, do outro o Dr. Sousa. E assim ficará a comunicação social da Madeira no que concerne aos jornais diários. O círculo fechou-se apesar das promessas que tudo continuará igual no plano dos "princípios" editoriais, salientou o Dr. Luís Miguel  Sousa. Trata-se, apenas, de paleio de circunstância. Não há imprensa livre quando um dos accionistas consegue 77% do capital de uma empresa. No contexto político da Região, quem paga, manda! E ninguém se atreverá a analisar e criticar o patrão! 



O que se passa nos bastidores da vida política da Região será, no futuro, caso de estudo. Do meu ponto de vista o grupo Blandy, agora com 12%, rendeu-se depois de várias gerações terem feito do DIÁRIO um órgão regional de excelência, que lhes valeram prémios, apesar de todas as dificuldades empresariais pelas quais passaram. Tiveram indiscutível mérito. A luta, agora, é outra. O apetite é muito mais do que empresarial no espaço da comunicação social. O que está em jogo é o controlo da informação relativamente a tudo o que não interessa que se saiba. E há tanto assunto que prejudica a Região.
Já existe uma mãozinha invisível (ou talvez descarada) sobre a televisão e, doravante, os dois jornais ficam nas mãos de senhores que dominam uma grande parte da economia. Para mim, não é que constitua uma novidade, pois sempre foi uma uma questão de tempo, porque quando existem indícios do chão estar a fugir, refiro-me aos actos eleitorais, a tendência é a de apertar o controlo. Chegou o momento. Hoje estão ao serviço de uns e dos seus interesses, amanhã, de outros desde que salvaguardem as suas conveniências. E povo que se dane. Aliás, tenho presente uma foto de um almoço de elementos que se dizem da oposição com o agora patrão do DN. É atribuída a Confúcio (552/479 aC), a frase "mais vale uma imagem do que mil palavras". 
O problema é sempre de oportunidade, visão em função das vantagens e de compra de consciências. Nada mais. O resto é fumo. O drama é que não vejo quem seja capaz de relegar o que está na frente dos olhos. Se esperam que o povo tome consciência e se canse, melhor será se sentarem. Quem tem a comunicação social nas mãos fica na esfera da maioria absoluta. 
Seja lá por quem for, curvo-me perante o sucesso empresarial, quando estão em causa postos de trabalho e desde que toda a actividade seja rigorosamente transparente. Que não exista pelo meio partes sombrias, negócios políticos, bloqueios directos e indirectos à vida, vivência e convivência democráticas, que as mais subtis e legítimas iniciativas não tragam no seu bojo a manobra que visa o controlo absoluto da sociedade, embora por meios doces e ditos "democráticos". Portanto, se já é difícil respirar a liberdade e a democracia, doravante, com o controlo da comunicação social, será uma questão de tempo e ela, tendencialmente, funcionará como um funil: mais aberto em alguns períodos, estreitando-se nos momentos cruciais da decisão onde o voto acontece. 
Pela minha parte, porque deixei de acreditar e pela consideração que me merecem tantos com quem nutro amizade e simpatia, deixei de ser assinante. Vale o que vale, mas trata-se de um acto de respeito por mim próprio e por várias gerações que, apesar de muitas críticas, fizeram do DIÁRIO uma referência.
Postado por André Escórcio às sexta-feira, fevereiro 14, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Diário de Notícias

terça-feira, 11 de fevereiro de 2020

Pópe Cornos


Por estatuadesal
Virgínia da Silva Veiga,
09/02/2020

Voltei ao cinema por reconhecer que ver em casa um filme de guerra, o 1917, não é o mesmo. Sobretudo, questão essencial, por causa da banda sonora, por muito boas que sejam as colunas domésticas. E foi quando saí cerca de 20 minutos depois.


Ao meu lado, um casal sacava da embalagem as pipocas, arranhando, na escuridão da sala, as mãos cheias de milho, zurrando as pipocas contra o pacote e enfiando-as à boca cheia. Ele erguia mesmo o pescoço, inclinando a cabeça para trás, e enchia a boca aberta, mastigando em ostensivo deleite de alarve. Tirava ele uma manápula de pipocas, tirava ela, sorviam uma Coca-Cola por palhinha e o som era, portanto, ininterrupto.
Para quem tinha ido para ouvir a banda sonora era totalmente insuportável. Impossível.
Disse para amiga que me acompanhara que esperaria por ela lá fora.
- Está a meter-se com as minhas pipocas? - ouvi, ao meu lado.
- Perdão, minha senhora? Não falava para si, para a minha amiga.
Nem para ela me voltara.
Disse outra alarvidade qualquer que nem recordo. Nem para ela me virara, menos falara.
Pedi licença para poder passar e sair.
Resmungou, ao alto comigo, qualquer coisa que nem ouvi.
- Com licença - pedi, para poder sair.
Quando estava a passar à frente dela, diz a alarve:
- Pessoas que não sabem vir ao cinema não deviam sair de casa.
Estanquei.
Sempre a olhar em frente.
E sai.
- De facto - pensei.
Mas não disse.
Nada.
Porque se não diz nada a quem não destrinça entre comer pipocas durante os anúncios iniciais, no intervalo ou depois do filme e se bota a comer milho para gáudio do seu estômago alarve, em desconsideração pelo próprio bilhete que comprou.
Não sei se voltarei a uma sala de cinema. Quanto a este casal, aposto ter página no Facebook e juraria saber em quem vota ou em quem se prepara para finalmente ir votar.
Não se comem pipocas durante a sessão. É difícil perceber isto?
Bem. Pelo menos percebi porque é que também lhe chamam pópe cornos ou coisa do género.
Postado por André Escórcio às terça-feira, fevereiro 11, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Cinema

domingo, 9 de fevereiro de 2020

Diálogo, obviamente que sim. E se não resultar?


A avaliar pela comunicação social, a situação no SESARAM é muito complexa. Não quero fazer excessivas considerações sobre um assunto que não domino em toda a extensão, até porque, neste processo, existem muitas zonas sombrias. O "bas-fond" não é conhecido. Porém, nas razões mais profundas que opõem um significativo número de médicos ao governo regional da Madeira e, no meio do diferendo, o nomeado director clínico, transparece a existência de um quadro confuso e, notoriamente, de difícil saída para todas as partes envolvidas. Permito-me, apenas, entrar em "modo" de pura especulação.


 Admitamos que os directores de serviço levam avante o que têm manifestado através dos seus porta-vozes. Admitamos, ainda, subtil ou frontalmente, que se negam ao diálogo e endurecem as suas posições. É admissível que assim aconteça porque, é público que se opõem à nomeação do director clínico. Não me parece crível que, agora, estejam dispostos a passar uma esponja sobre as palavras ditas. Se assim não acontecer, muito naturalmente cairão na zona do descrédito. E se as suas posições forem mantidas, obviamente, como corolário, deixarão em xeque o presidente do Governo e o secretário da Saúde, por ausência de negociação consequente. 
E aqui chegados, continuo no domínio da especulação política, a situação complica-se: pode o director clínico, por iniciativa própria, sair de cena evitando uma insanável brecha na coligação político-partidária; ou, mantendo-se no lugar, os directores de serviço são dispensados e nomeados outros elementos com currículo adequado. Situação bem possível, porque há sempre quem esteja na fila a aguardar uma oportunidade. A solidariedade já teve melhores dias. Em qualquer um destes quadros é óbvio que, nos próximos tempos, a estabilidade no sistema será muito difícil de manter.
Bom, e há uma outra hipótese que não é de excluir: que tudo isto seja uma farsa bem orquestrada. Isto é, que a questão em redor do director clínico tenha sido fabricada e, portanto, na prática, vise uma outra intenção: no limite, por razões várias (desgaste e crítica severa ao governo) a sua queda, a marcação de eleições antecipadas e a tentativa do partido maioritário, ao mesmo tempo que sacode o parceiro de coligação, tentar, por essa via, uma maioria absoluta, responsabilizando o actual parceiro pela situação criada. Perverso e por tão pouco? Já assisti na política a situações muito semelhantes. Raramente o que se apresenta na montra transmite o que se reserva em armazém. 
Trata-se, apenas, de uma especulação, repito. De qualquer forma, politicamente, parece existir uma mãozinha por detrás dos arbustos. Ou várias mãozinhas interessadas!
Ilustração: Google Imagens.
Postado por André Escórcio às domingo, fevereiro 09, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Governo Regional 2019-2023, SESARAM

sexta-feira, 7 de fevereiro de 2020

Em tempo de Orçamento de Estado


Fez escola aquela de a "Madeira em primeiro lugar". É evidente que a Região é autónoma, mas isso não invalida que se abrigue em um espaço nacional. Somos portugueses. Daí que essa continuada gritaria, daqui para lá, que esconde muito relativamente ao que é percepcionado pelas pessoas, não faça qualquer sentido. A Madeira é uma região, periférica, autónoma, mas não deixa de ser uma região entre outras do País. Com direitos e deveres. A levar à letra a expressão "Madeira em primeiro lugar" eu diria, então, que deveria, desde logo, ser exemplo interno, eliminando as nuvens de compadrio, as fortunas mal explicadas, os favorecimentos, as decisões que trazem fumos que bloqueiam a transparência, não permitindo uma economia dependente de alguns senhores, a ocupação de lugares por pessoas menos qualificadas, bem como a desnecessária multiplicação de lugares, impediria uma certa perseguição, não potenciaria o medo, antes deveria ser exemplo interno de planeamento, de rigor no investimento e de respeito pelo princípio da prioridade estrutural.  


Fizeram aquele slogan para consumo interno, sabendo da existência de inúmeras fragilidades e rabinhos de palha. Há muitos anos que é assim. Basta ler a comunicação social para detectar, por um lado, as contradições, os desconfortos e as picardias entre iguais, por outro, a histórica atitude discursiva para o exterior que, ao mesmo tempo que parece distante dos assuntos, deixa um rasto de cumplicidade. Não é necessário ir muito longe. Atente-se na coligação que governa, a qual apresenta um discurso de compromisso (para o exterior), porém, uma parte dos seus apaniguados surgem na praça pública a dizer aquilo que, face às circunstâncias, o governo não pode assumir. Os exemplos multiplicam-se, sendo paradigmático o que se está a passar no sector da Saúde com a nomeação do director clínico do SESARAM. 
Mas não me quero desviar da questão central: "Madeira em primeiro lugar". É um discurso de treta, porque é um discurso que demonstra fragilidade e incapacidade para resolver as questões centrais do processo político. O madeirense não precisa disso, de se considerar vítima, não precisa de andar na República curvado e de chapéu na mão, mas também não precisa de espavento, com um tipo de discurso truculento a roçar o ódio. Somos portugueses que vivem em ilhas com todas as vantagens e inconvenientes. Basta de aversão e antipatia que contamina, até, as relações pessoais internas. Esse discurso do coitadinho, confesso que me irrita. A Madeira tem direitos e deveres consubstanciados na Constituição da República e no Estatuto Político-Administrativo. Se há necessidade de ir mais longe na Autonomia (entendo que sim) preparem-se então as revisões desses importantes documentos. Para que tal aconteça, isso implica seriedade, normalidade, exemplo, respeito e boa capacidade de negociação. Só paleio agressivo assente em uma base de antipatia, rancor e repulsa, obviamente que todas as propostas ficam feridas de morte. Quando alguns deputados pela Madeira não conseguem influenciar os seus próprios colegas de bancada, questiono, terão alguma hipótese de ganhar a simpatia das outras bancadas parlamentares? Dificilmente.
É por isso que espero por uma vaga de políticos madeirenses com P maiúsculo, credíveis, que se imponham sem necessidade de gritarias estéreis e histéricas e de expressões de trazer por casa, desprestigiantes e geradoras de um olhar enviesado no seio do hemiciclo de S. Bento. Precisa-se de adultez política, de credibilidade e de referências. Aliás, não é com um histórico de milhares de milhões em dívida, com a descoberta de "contabilidades paralelas" e com, repito, rabos-de-palha internos que conseguirão "levar a água ao moinho". Simplesmente porque esse discurso que fez escola, já não pega. Nem cá, muito menos lá!
Ilustração: Google Imagens.
Postado por André Escórcio às sexta-feira, fevereiro 07, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Governo Regional 2019-2023

quinta-feira, 6 de fevereiro de 2020

Intrigante


FACTO

"O juiz Carlos Alexandre notificou o Ministério Público para que se pronuncie na sequência da divulgação das respostas do primeiro-ministro na fase de instrução do processo do furto das armas de Tancos. A TVI teve acesso ao despacho do juiz, que pede que se notifique "o Ministério Público para se pronunciar sobre esta divulgação", uma vez que os autos do processo estão em segredo de justiça e uma cópia das respostas de António Costa foi divulgada esta quarta-feira na página da Presidência do Conselho de Ministros." Fonte: TVI 24

COMENTÁRIO
EM DUAS PERGUNTAS

O juiz está preocupado com a publicação na página oficial do governo? E não esteve preocupado com as sucessivas quebras do tal segredo de justiça, quando ouvimos na televisão e lemos nos jornais várias audiências do "Processo Marquês"?

Postado por André Escórcio às quinta-feira, fevereiro 06, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Juiz Carlos Alexandre

segunda-feira, 3 de fevereiro de 2020

Por quem os joacinos dobram


Por 
Miguel Sousa Tavares, 
in Expresso
01/02/2020

Os joacinos dobram por uma esquerda dogmática e intelectualmente arrogante, que se imagina dona da verdade, da moral e da ordem justa de todas as coisas. Os joacinos dobram por uma esquerda refém e aterrorizada pelas modas do tempo, incapaz de reflectir para além delas e pronta a fazer tábua rasa de tudo o que aconteceu antes delas. Uma esquerda doutrinária e doutrinadora, que, sendo hoje maioritária em Portugal, desperdiça cegamente a oportunidade para encontrar os caminhos que separam a nova geração da política e da cultura democrática, empurrando-a irresponsavelmente para o amparo da extrema-direita antidemocrática. Uma esquerda que acredita que a demagogia se combate com mais demagogia e o populismo se vence dando ao povo tudo aquilo que o povo quer. Uma luta condenada ao insucesso, sempre atrás do tempo, atrás do prejuízo, no terreno onde o adversário está mais à vontade. E com as armas dele.


Nunca isto me pareceu tão claro como nestes dias em que todo o establishment da esquerda saiu em defesa da deputada Joacine Katar contra o deputado André Ventura. Mas, antes de ir à questão, um breve resumo sobre a deputada: logo na noite das eleições, na TVI, e logo após elas, aqui, disse que, ou muito me enganava, ou Joacine Katar ia espalhar-se ao comprido na primeira curva e em todas as outras, de tal maneira era evidente a oca vaidade e ânsia de protagonismo de quem se proclamava “negra, feminista radical e gaga” — como se tudo isso fosse um programa político e não apenas uma agenda sobre si própria. Desde o início, o seu objectivo era manter sob coacção, ou mesmo aterrorizados, todos os que ousassem fazer-lhe frente: quem a contestasse ou era racista, ou machista, ou contra os portadores de deficiência. E nisso se esgotava o seu programa político, que, como ela própria viria a esclarecer depois, nem sequer devia nada ao programa do partido pelo qual se elegera. Os votos, o lugar, a subvenção, o programa, tudo lhe pertencia e em exclusivo. Para sua salvação, restava-lhe provar que tinha ao menos alguma competência para a função. Mas, como todos já percebemos sem necessidade de mais provas, a deputada Joacine Katar Moreira é apenas negra, feminista radical e gaga. De resto, é absolutamente impreparada como deputada, incompetente para o trabalho parlamentar e pateticamente errática e primária ao nível das ideias políticas.
Veio ela agora — e por iniciativa própria, sem que nenhum dos supostos interessados tivesse abordado o assunto — levantar a questão da “devolução do património das ex-colónias portuguesas às suas comunidades de origem”. E isto em sede do debate sobre o Orçamento do Estado, o que é, sem dúvida, mais uma originalidade parlamentar da deputada. Sobre isto, começo por dizer que, para mim, Joacine Katar Moreira é tão portuguesa como eu próprio, nem mais nem menos. Essa noção difusa daquilo a que hoje chamamos pátria, se alguma coisa é, é o lugar onde vivemos, onde está a nossa casa, onde temos reconhecidos os nosso direitos e cumprimos os nossos deveres de cidadãos. E gosto de viver num país onde cada vez mais é diversa a origem dos seus nacionais — desde que aqui eles se assumam como portugueses, que é a contrapartida de serem reconhecidos como portugueses. Em segundo lugar, também acho inteiramente legítimo que alguém com dupla nacionalidade ou com nacionalidade portuguesa mas originário de um outro país, como Joacine Katar, preste uma particular atenção, inclusive como deputada, ao seu país de origem. O que já não acho tão justificável é que seja mais exigente com o seu país de acolhimento do que com o seu país de origem. Joacine Katar é originária da Guiné-Bissau, que se transformou num narco-Estado, minado por guerras civis sem fim, golpes de Estado sucessivos e uma cleptocracia governante que tem roubado o país e o povo para se locupletar a si própria. Ela, que agora está preocupada com as eventuais riquezas que roubámos ao seu país de origem, alguma vez se pronunciou sobre isto? E o mesmo em relação às outras ex-colónias portuguesas, com cujo património desviado agora se preocupa e as quais, com a notável excepção de Cabo Verde, seguiram todas idêntico caminho de serem roubadas pelos seus próprios dirigentes? Quando foi, por exemplo, que Joacine Katar levantou a voz para denunciar o continuado roubo de Angola pela cleptocracia de José Eduardo dos Santos? É que, por mais que ela vasculhe os museus e institutos do país, facilmente chegará à conclusão de que, em matéria de riquezas roubadas, o que os portugueses terão roubado em 500 anos de colonização é uma ridícula parte comparado com o que os dirigentes dessas colónias roubaram aos seus próprios povos em menos de 50 anos de independências.

E nem sequer entro na discussão de comparar o que trouxemos com o que deixámos, porque seria absurda: basta ir lá ver. Nós não pilhámos um Parténon, como os ingleses, nem saqueámos o Egipto, como a expedição de Napoleão Bonaparte. Mesmo países cujo passado colonial é praticamente inexistente têm um acervo de obras de arte trazidas de África, América do Sul e Oriente incomparavelmente superior ao que nós temos. A verdade inconvenien­te é esta: nós não temos praticamente nada. Porque não havia nada a que se pudesse chamar arte para trazer e porque, ao contrário de quase todos os outros, fomos para ficar e não para pilhar e voltar. Joacine devia aprender mais sobre a história de Portugal.

O que os portugueses terão roubado em 500 anos de colonização é uma ridícula parte comparada com o que os dirigentes dessas colónias roubaram aos seus próprios povos em menos de 50 anos de independências.
Pior que tudo, para mim, é quando na sua proposta a deputada escreve que a comissão que iria fazer o levantamento das “obras de arte” a devolver deveria ser integrada por membros “anti-racistas”. O que é isso de um membro anti-racista? Quem é que está habilitado a passar certidões de anti-racismo? É a deputada Joacine Katar, é o dirigente da SOS Racismo, Mammadou-Ba, que declarava aqui há semanas que nenhum branco pode ser verdadeiramente anti-racista pelo simples facto de ser branco (da mesma forma, presumo, que nenhum heterossexual pode ser verdadeiramente anti-homofóbico pelo simples facto de ser heterossexual e nenhum homem pode ser contra a violência de género por ser homem)? É neste clima de intimidação, de autêntico terrorismo racial, neste ambiente em que a gritaria arrogante de minorias sobrepostas impede um consenso alargado e democrático sobre aquilo que nos deveria unir enquanto nação que a extrema-direita faz e fará o seu caminho, oferecendo-se como única alternativa nacional e consensual.
Nestes dias que passaram, ao ver toda a esquerda diligentemente alinhada cavalgar esta querela e sem pensar lançar-se no tiro ao boneco sobre André Ventura, não tenho dúvida de que fez mais pela sua popularidade do que ele próprio conseguiria se o deixassem em paz. Não aprenderam nada com a desastrada bravata de Ferro Rodrigues e voltaram à carga — para obter o mesmo resultado. Na TV, e como era de prever, André Ventura desfez em pedaços a argumentação de Ricardo Sá Fernandes, deixando-o a balbuciar que a devolução das imaginárias obras de arte às ex-colónias se inseria nas nossas melhores tradições de “multiculturalismo e intercâmbio”, enquanto Ventura avisava o povo de que a seguir nos vão exigir que paguemos uma indemnização pela escravatura e pelos 500 anos de colonialismo. Adivinhem de que lado terá ficado o povo...
2Outro assunto, mas não muito diverso deste... Na TV também José Miguel Júdice, figura de proa (agora retirado) da PLMJ, a socie­dade de advogados no olho do furacão Isabel dos Santos, não podia ter sido mais claro: mexam nisso, mexam, mas está lá toda a gente — Marcelo, Costa, governador, procuradoria, bancos, Sonae, Amorim. Enfim, todo o regime. Júdice tem razão, e é por isso que eu digo que Rui Pinto é um preso político.

Miguel Sousa Tavares escreve de acordo com a antiga ortografia
Postado por André Escórcio às segunda-feira, fevereiro 03, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Miguel Sousa Tavares

domingo, 2 de fevereiro de 2020

O próximo ‘toda a gente sabia’


Por 
Pedro Santos Guerreiro, 
in Expresso, 
01/02/2020

Ui, mas então agora vamos ao BES Angola, à Escom e aos vistos gold? Isso é uma ameaça ou uma promessa? Ó Rui, pinta, pinta de cores garridas esse quadro cinzento para vertermos fúrias e revermos gargalhadas e podermos dizer depois que ‘toda a gente sabia’. Gargalhadas, sim, porque é uma forma de loucura rirmos das desgraças deste circo luso-angolano em que os artistas se vestiam como palhaços ricos e falavam como palhaços podres, perdão, pobres. A sério, isto parece a brincar, ó Rui, dá-lhe com alma que isto vai ser um pagode.


E então diremos que ‘toda a gente sabia’ que sumiram 5,7 mil milhões de dólares daquele banco transparente como antracite, dinheiro que saiu de Portugal para Angola ou talvez não, não se sabe bem, o ex-presidente do banco até disse depois que o dinheiro nem saiu de Portugal, mas talvez tenha saído para offshores, que sabemos nós?, nem nós nem o Estado português, que perdeu os ficheiros informáticos de milhares de milhões de euros que voaram para paraísos fiscais ou lá o que foi, foi o que foi, mas foi para quem?, isso é coisa que não se sabe mas ‘toda a gente sabia’, com as notícias e as denúncias de que houve dinheiro para ‘os acionistas’ e para as suas famílias de sangue e de hierarquia política, mas quem?, ora, isso ‘toda a gente sabia’, os acionistas eram os Espíritos Santos, o seu amigo (ou ex-amigo, ao que parece) Hélder Bataglia, o amigo de José Eduardo dos Santos (ou ex-amigo, ao que parece) Manuel Vicente e os generais amigos (ou ex-amigos, ao que parece) conhecidos pelos petit-noms “Kopelipa” e “Dino”. Foi para eles, a massa? A gente sabe lá, mas ‘toda a gente sabia’.
Percebes, ó Rui, quem sempre se riu com isto? Ainda tu andavas de calções e já nós andávamos nisto, houve para aí notícias que nunca mais acabavam, o dinheiro desapareceu porque não havia registos informáticos e havia uma auditora, a KPMG, que escrevia ênfases no fim do ano e ficava tudo bem. O presidente da coisa, Álvaro Sobrinho, também foi suspeito de receber umas massas, mas quando saiu pôs a boca no trombone, e nós a ouvirmos gargalhadas lá ao longe, ‘toda a gente sabia’ que o BES Angola foi um saque, um assalto, “roubaram três mil milhões de euros aos portugueses” clamou ele fazendo-se olaré de vítima e tudo na mesma como a lesma, como a lesma da justiça ou da regulação ou da política ou lá o que é, e porque é que Sobrinho não falara antes?, ora, o próprio responderia, aqui “eram pessoas do Estado, chefes do serviço de inteligência de Angola! Acha que podia falar?” Claro que não, não podia, não se brinca com o fogo, mas espera, Rui, ainda há muito para rir, queres ler?, tu tens tempo, é o que mais tens aí onde está, tempo.

Ora vê: o Presidente de Angola até passou uma garantia de Estado, que Ricardo Salgado trouxe para Portugal e a primeira coisa que fez foi ir a Belém mostrá-la ao Presidente Cavaco Silva, aqui está o papel, qual papel?, pois, já ‘toda a gente sabia’ que o papel não valia nada e não valeu, mas Salgado jura que acreditava na assinatura, claro, quando rasgaram o papel ele ficou pasmado e disse “foi uma coisa inacreditável o que fizeram!”, pois então não foi?

Depois, o BES foi intervencionado e ficou com 55% do BESA, marcou-se uma assembleia-geral em Luanda para resolver o problema, mandaram uma representante de Lisboa mas a senhora teve um azar, saiu do hotel e tinha a polícia à porta, uma operação stop, coincidências do diabo, demoraram-na uma hora para começar um percurso de cinco minutos, quando chegou à sede do BESA já os outros tinham decidido tudo e sem saber ler nem escrever a senhora entrara com 55% e saía com 10% do banco, são três mil milhões de euros de custos para o Novo Banco e não se fala mais nisso, toma lá injeções do Fundo de Resoluções, levámos cá um baile, ó Rui, que baile...
Foi sempre assim. Em 2012 ainda não havia escândalo nem coisa nenhuma e já tanta gente se ria, Álvaro Sobrinho já era investigado por associação criminosa e branqueamento de capitais, mas o procurador que estava a investigar fez-se à estrada, pediu uma licença sem vencimento no DCIAP para ir trabalhar sabes para onde?, para o BIC, vê lá tu, para trabalhar na fiscalidade e prevenção de branqueamento de capitais (que risota!), e sabes quem era esse procurador, Rui?, chamava-se Orlando Figueira, que mais tarde foi suspeito de receber luvas de Manuel Vicente para arquivar casos de corrupção mas a coisa tornou-se irritante e a Justiça portuguesa mandou o caso para Angola.
Por cá ficou a conta, em pouco suaves prestações anuais no Orçamento do Estado, e por cá ficou o que ‘toda a gente sabia’ até da Escom e das comissões dos submarinos e de contratos forjados e das offshores e dos amigos que dão liberalidades a banqueiros mas já não temos espaço para ir aí, caramba, Rui, está-se-me a acabar o retângulo da página e já não me cabe nem a Escom nem os vistos gold, aquele passe-vite que trouxe tantos capitais ao país, mas entrega lá isso que aí tens, a justiça é cega e não quer ver mas ao menos para nós, para podermos dizer que ‘toda a gente sabia’ que o tampo da mesa tinha mãos por debaixo, dinheiro para facilitadores ligados à política, para notários que apressaram processos, para intermediários imobiliários que abriram negócios e a advogados que os fecharam, isto é um fartote, sim, mas as gargalhadas que ouvimos não são nossas, nós somos só os da fúria, nós somos só os que pagam impostos, nós somos só ‘toda a gente’ porque ‘toda a gente sabia’.
Postado por André Escórcio às domingo, fevereiro 02, 2020 Sem comentários:
Enviar a mensagem por emailDê a sua opinião!Partilhar no XPartilhar no FacebookPartilhar no Pinterest
Marcadores: Pedro Santos Guerreiro
Mensagens mais recentes Mensagens antigas Página inicial
Subscrever: Mensagens (Atom)

André Escórcio

André Escórcio
"EU VIVO
PORQUE SOU CURIOSO"

Professor
Alexandre Quintanilha

PORQUE A LÍNGUA PORTUGUESA FOI CORROMPIDA

PORQUE A LÍNGUA PORTUGUESA FOI CORROMPIDA

ACORDO ORTOGRÁFICO

Todos os textos assinados pelo autor deste blogue não respeitam as regras do Acordo Ortográfico. Tal como outros, por convicção científica, resistirei até ao último dia.

25 DE ABRIL SEMPRE

REMA P'RA TERRA...

Miguel Albuquerque (PSD), presidente do governo regional da Madeira: "Nunca o homem viveu tão bem, tanto tempo e nunca os sintomas de pobreza, de discriminação, de abandono, de sofrimento foram tão baixos".

NO ALVO

Pediatra Dr. Mário Cordeiro: Na escola "(...) onde está a música, a arte, a pintura, a escultura, a ética, os debates e dilemas sobre o bem e o mal, o voluntariado, a cidadania? Onde? (...)" O que existe é "matéria" para despejar e alunos transformados em engolidores da mesma!

VISITANTES - Desde Agosto de 2008

contador de visitas

ÚLTIMOS VISITANTES

Mensagens populares

  • Valeu a Pena!
      Valeu a Pena ter sido seu Amigo. "Nesta história os tempos confundem-se, não acompanham nem o Sol nem a Lua, nem os meses do calendár...
  • O homem que apressou a história acreditando na Igreja que nasce do povo
    Por Edgar Silva * 13/06/2025 7Margens Multiplicaram-se, desde ontem, dia da sua passagem, as reações da parte de tanta gente que reconhecia ...
  • RESISTIR AOS ATAQUES DOS ESPECULADORES
  • CONGRESSO DO PS: TRÊS INTERVENÇÕES FANTÁSTICAS
    A saúde, em todas as suas vertentes, a educação, da qual dependemos para um futuro melhor e a política de ambiente, aquela política central...
  • ESCOLA DE TALENTOS
    O desafio é repensar a cultura de Escola, os seus mitos, o modo de organizar o currículo, a pedagogia, a avaliação. Reforma após reforma, p...
  • CHUMBO PARA TODAS AS PROPOSTAS
    Duvido que exista algum comportamento semelhante por essa Europa fora. Hei-de vê-los a tentar negociar. O poder nunca é eterno. Leva algum ...
  • O SECRETISMO DAS VIAGENS
    A presidência do governo não constitui, embora muitas vezes pareça, uma sociedade secreta, gerida segundo códigos obscuros, cuja informação...
  • UMA MENSAGEM "INCOLOR, INSÍPIDA E INODORA"
    Não gostei que voltasse à cantilena que vivemos, durante anos, acima das nossas possibilidades. Quem viveu, pergunto? Certamente que não fo...
  • RESULTADOS PARA PENSAR E MUITO... (II)
    No essencial, que leitura política é possível e que repercussões podem acontecer, a partir de 46.247 votos (39,01%) depositados no candidat...
  • FOME DE PODER NAS COSTAS DOS ELEITORES
    (...) quando a televisão mostra o excepcional, diferente, estranho, curioso, insólito, rompe a estabilidade psíquica do telespectador e ame...

Seguidores

Visitantes on-line

online

ORIGEM DOS VISITANTES

Arquivo do blogue

  • ►  2025 (33)
    • ►  junho (2)
    • ►  maio (6)
    • ►  abril (5)
    • ►  março (8)
    • ►  fevereiro (3)
    • ►  janeiro (9)
  • ►  2024 (87)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (8)
    • ►  outubro (5)
    • ►  setembro (8)
    • ►  agosto (8)
    • ►  julho (4)
    • ►  junho (7)
    • ►  maio (5)
    • ►  abril (11)
    • ►  março (9)
    • ►  fevereiro (7)
    • ►  janeiro (8)
  • ►  2023 (99)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (5)
    • ►  outubro (10)
    • ►  setembro (14)
    • ►  agosto (6)
    • ►  julho (12)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (7)
    • ►  abril (9)
    • ►  março (7)
    • ►  fevereiro (6)
    • ►  janeiro (10)
  • ►  2022 (96)
    • ►  dezembro (7)
    • ►  novembro (8)
    • ►  outubro (9)
    • ►  setembro (9)
    • ►  agosto (8)
    • ►  julho (8)
    • ►  junho (6)
    • ►  maio (8)
    • ►  abril (9)
    • ►  março (10)
    • ►  fevereiro (9)
    • ►  janeiro (5)
  • ►  2021 (176)
    • ►  dezembro (13)
    • ►  novembro (11)
    • ►  outubro (13)
    • ►  setembro (9)
    • ►  agosto (12)
    • ►  julho (9)
    • ►  junho (13)
    • ►  maio (20)
    • ►  abril (20)
    • ►  março (25)
    • ►  fevereiro (13)
    • ►  janeiro (18)
  • ▼  2020 (207)
    • ►  dezembro (18)
    • ►  novembro (21)
    • ►  outubro (16)
    • ►  setembro (10)
    • ►  agosto (15)
    • ►  julho (15)
    • ►  junho (23)
    • ►  maio (20)
    • ►  abril (24)
    • ►  março (18)
    • ▼  fevereiro (14)
      • EM FUNÇÃO DO CONTEXTO... FINALMENTE, A DECISÃO SEN...
      • 5G, um romance americano
      • Em nome da dignidade
      • Oiçam e acabem com isto. Nomeações políticas, NÃO!
      • A última palavra
      • Tempos de desilusão
      • OS DECEPCIONADOS
      • CALDO ENTORNADO...
      • Pópe Cornos
      • Diálogo, obviamente que sim. E se não resultar?
      • Em tempo de Orçamento de Estado
      • Intrigante
      • Por quem os joacinos dobram
      • O próximo ‘toda a gente sabia’
    • ►  janeiro (13)
  • ►  2019 (172)
    • ►  dezembro (12)
    • ►  novembro (13)
    • ►  outubro (15)
    • ►  setembro (15)
    • ►  agosto (15)
    • ►  julho (16)
    • ►  junho (13)
    • ►  maio (17)
    • ►  abril (15)
    • ►  março (15)
    • ►  fevereiro (14)
    • ►  janeiro (12)
  • ►  2018 (174)
    • ►  dezembro (18)
    • ►  novembro (16)
    • ►  outubro (14)
    • ►  setembro (15)
    • ►  agosto (15)
    • ►  julho (16)
    • ►  junho (14)
    • ►  maio (16)
    • ►  abril (10)
    • ►  março (14)
    • ►  fevereiro (11)
    • ►  janeiro (15)
  • ►  2017 (207)
    • ►  dezembro (12)
    • ►  novembro (17)
    • ►  outubro (17)
    • ►  setembro (17)
    • ►  agosto (19)
    • ►  julho (16)
    • ►  junho (11)
    • ►  maio (22)
    • ►  abril (18)
    • ►  março (22)
    • ►  fevereiro (12)
    • ►  janeiro (24)
  • ►  2016 (367)
    • ►  dezembro (18)
    • ►  novembro (28)
    • ►  outubro (32)
    • ►  setembro (32)
    • ►  agosto (32)
    • ►  julho (33)
    • ►  junho (33)
    • ►  maio (30)
    • ►  abril (29)
    • ►  março (37)
    • ►  fevereiro (32)
    • ►  janeiro (31)
  • ►  2015 (379)
    • ►  dezembro (31)
    • ►  novembro (35)
    • ►  outubro (32)
    • ►  setembro (30)
    • ►  agosto (35)
    • ►  julho (33)
    • ►  junho (31)
    • ►  maio (29)
    • ►  abril (29)
    • ►  março (34)
    • ►  fevereiro (31)
    • ►  janeiro (29)
  • ►  2014 (406)
    • ►  dezembro (25)
    • ►  novembro (30)
    • ►  outubro (32)
    • ►  setembro (32)
    • ►  agosto (34)
    • ►  julho (37)
    • ►  junho (34)
    • ►  maio (39)
    • ►  abril (37)
    • ►  março (34)
    • ►  fevereiro (34)
    • ►  janeiro (38)
  • ►  2013 (457)
    • ►  dezembro (36)
    • ►  novembro (37)
    • ►  outubro (37)
    • ►  setembro (43)
    • ►  agosto (30)
    • ►  julho (42)
    • ►  junho (37)
    • ►  maio (39)
    • ►  abril (39)
    • ►  março (43)
    • ►  fevereiro (33)
    • ►  janeiro (41)
  • ►  2012 (465)
    • ►  dezembro (32)
    • ►  novembro (36)
    • ►  outubro (39)
    • ►  setembro (38)
    • ►  agosto (38)
    • ►  julho (41)
    • ►  junho (39)
    • ►  maio (49)
    • ►  abril (38)
    • ►  março (36)
    • ►  fevereiro (36)
    • ►  janeiro (43)
  • ►  2011 (652)
    • ►  dezembro (43)
    • ►  novembro (42)
    • ►  outubro (46)
    • ►  setembro (58)
    • ►  agosto (62)
    • ►  julho (46)
    • ►  junho (45)
    • ►  maio (63)
    • ►  abril (71)
    • ►  março (71)
    • ►  fevereiro (55)
    • ►  janeiro (50)
  • ►  2010 (714)
    • ►  dezembro (60)
    • ►  novembro (73)
    • ►  outubro (64)
    • ►  setembro (53)
    • ►  agosto (66)
    • ►  julho (58)
    • ►  junho (57)
    • ►  maio (64)
    • ►  abril (69)
    • ►  março (62)
    • ►  fevereiro (44)
    • ►  janeiro (44)
  • ►  2009 (645)
    • ►  dezembro (44)
    • ►  novembro (58)
    • ►  outubro (50)
    • ►  setembro (71)
    • ►  agosto (38)
    • ►  julho (45)
    • ►  junho (47)
    • ►  maio (67)
    • ►  abril (63)
    • ►  março (53)
    • ►  fevereiro (52)
    • ►  janeiro (57)
  • ►  2008 (1068)
    • ►  dezembro (84)
    • ►  novembro (97)
    • ►  outubro (99)
    • ►  setembro (95)
    • ►  agosto (96)
    • ►  julho (143)
    • ►  junho (170)
    • ►  maio (120)
    • ►  abril (149)
    • ►  março (15)

Acerca de mim

Ver o meu perfil completo
Powered By Blogger
Tema Marca d'água. Com tecnologia do Blogger.