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terça-feira, 30 de agosto de 2011

A CONVERSA FIADA SOBRE A ZONA FRANCA


O Secretário Regional das Finanças "metralhou" até dizer basta no governo da República, falou, insistentemente, no "veto de gaveta", ignorou tudo quanto se estava a passar, fundamentalmente, na ausência de transparência da praça financeira, nas crescentes desconfianças nas instâncias europeias e nas suspeitas de alguns países, digamos que o governo regional foi empurrando com a barriga até às últimas eleições legislativas regionais. E agora?


O processo Zona Franca é doloroso e se há alguém que tenha responsabilidades nesta matéria, ao ponto a que esse processo chegou, é, indiscutivelmente, o governo regional da Madeira. O governo demitiu-se das suas responsabilidades e entregou-se nas mãos da SDM, a concessionária. E hoje está a pagar a factura da irresponsabilidade política. Todavia, como sempre, a culpa é dos outros. Foi do ex-Secretário de Estado Sérgio Vasquez e agora não sei de quem é. Julgo que quem lá está é do CDS/PP. Nunca foram ao fundo da questão. O Secretário Regional das Finanças "metralhou" no governo da República até dizer basta, falou, insistentemente, no "veto de gaveta", ignorou tudo quanto se estava a passar, fundamentalmente, a ausência de transparência da praça financeira, nas crescentes desconfianças das instâncias europeias e nas suspeitas de alguns países. Digamos que o governo regional foi empurrando com a barriga até às últimas eleições legislativas regionais um processo que deveria ser equacionado e trabalhado com rigor e competência. 
Aí chegados transmitiram a existência de um novo fôlego, que Passos Coelho resolveria o assunto mesmo quando a "troika" já estava em Portugal, sabendo que o processo de negociação estava condicionado no quadro em que estava a ser desenvolvido. As negociações tinham sido encerradas em 2010. E agora confirmou-se a decisão da "troika" constante no "memorando". Aquilo que estamos a passar deve-se, por isso e em exclusivo, à incúria, ao desleixo, à falta de rigor e de transparência. Isto é, nem souberam acautelar a importância da Zona Franca para a Região Autónoma da Madeira. Todo este processo, tarde ou cedo, será conhecido em todas as suas vertentes. Estou certo disso. Agora, o que o governo regional não pode argumentar é que não foi alertado. Bastas vezes, desde 2007, na Assembleia Legislativa da Madeira, o Deputado Carlos Pereira equacionou o problema, chamou à atenção, provou que se tratava de uma questão organizacional, de modelo e de responsabilidade. Criticaram e ofenderam e, agora, quero ver como saem desta.
O problema não está em manter a zona franca como destaca o Dr. Jardim, segundo ele, após uma conversa com o primeiro-ministro. O problema é retirar dela todas as suas potencialidades, inclusive, ao nível do emprego, e isso o governo não soube e não sabe fazer. Façam o seu acto de contrição!
Ilustração: Google Imagens.

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