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quarta-feira, 23 de novembro de 2011

UM DEPUTADO VALE POR 25! ESPANTOSO.


Numa altura de grandes dificuldades, que o sinal mais do Parlamento deveria ser de trabalho, debate, de aproveitamento de propostas, de Comissões Especializadas a funcionarem em pleno, com rigor no encontro de soluções, a maioria na Assembleia refugia-se, demite-se, encobre e esconde os problemas. Alguém poderá esperar tolerância dos 22 deputados da oposição? Obviamente que não pode. Lamentavelmente, o digo. A Assembleia, com comportamentos desta natureza continuará a nivelar por baixo porque a maioria não respeita nem se dá ao respeito.


Sucedem-se os exemplos negativos, de desprestigio da Assembleia Legislativa da Madeira, de avacalhamento do primeiro órgão de governo próprio, de testemunho inequívoco que o Parlamento existe no papel, mas não com a vocação primeira de legislar, fiscalizar os actos de governo e de debate das questões políticas. Agora, através da maioria PSD, foi aprovado que a presença de, apenas, um deputado vale por quantos cada bancada tenha. Isto é, no limite, no dia destinado às votações dos diplomas ou de outros documentos, basta que no plenário estejam oito dos 47 deputados. Um de cada partido. O representante do PSD, vale, assim, por 25! Os outros podem ficar em casa, ir jogar golfe ou, então, estar em viagem de negócios.
E vem o Senhor Presidente da Assembleia pedir aos deputados que dignifiquem o Parlamento. Não pode haver dignificação quando aos olhos do Povo são estes os tristes exemplos que são dados. Os princípios básicos que enformam a DEMOCRACIA são, diariamente, subvertidos com a mais distinta lata discursiva e perante a passividade do Povo. Lamento o estado a que isto chegou. Mas sempre gostaria de saber o que pensará, hoje, o Senhor Representante da República quando um dia me disse que a Democracia funcionava da Madeira! 
Numa altura de grandes dificuldades, que o sinal mais do Parlamento deveria ser de trabalho, debate, de aproveitamento de propostas, de Comissões Especializadas a funcionar em pleno, com rigor no encontro de soluções, a maioria na Assembleia refugia-se, demite-se, encobre e esconde os problemas. Alguém poderá esperar tolerância dos 22 deputados da oposição? Obviamente que não pode. Lamentavelmente, o digo. A Assembleia, isto é, a maioria, com comportamentos desta natureza continuará a nivelar por baixo porque não respeita nem se dá ao respeito. A Assembleia, por este caminho deixará de se justificar, por um lado, porque o debate não existe, por outro, porque a maioria não permite que o governo justifique as suas posições perante os parlamentares. Perguntar-se-á, então, para que servirá a Assembleia? Como instituição decorativa do quadro político? Se é apenas isso, o melhor é fechá-la. Poupar-se-iam dezasseis milhões de euros por ano.
Mas como a Assembleia tem a sua razão de ser, obviamente que, o que está mal é o Povo tolerar que isto aconteça. E neste caso só vejo uma solução: pôr andar quem assim procede. Mas isso implica a utilização do voto. Espero que estes exemplos, em conjugação com outros, sirvam para, brevemente, colocar este PSD numa longa cura de oposição. É demais.
Ilustração: Google Imagens.

3 comentários:

Fernando Vouga disse...

Caro André Escórcio

Um homem pode perder tudo menos a dignidade. Porque, quando esta é perdida, perde-se também a condição humana.
O novo regimento da ALR não fez mais do que oficializar a humilhante condição de “deputados de cu” (perdoem-me a linguagem). Ou seja, o deputado deixa pura e simplesmente de o ser porque passou a ser uma mera peça de uma engrenagem, um ser indigno e a quem só interessa o dinheirinho ao fim do mês e o substancial aumento do tempo disponível para outras actividades.
Parece-me que tal solução é “a sardinha que faz arriar o burro” (sem ofensa para o asinino). Assim, o próprio parlamento madeirense deixou de ser parlamento para ser uma palhaçada. De péssimo gosto, diga-se de passagem.
Se tal, como se viu, não incomoda os “deputados” da maioria, será no entanto inadmissível para os restantes. Não mais lhes será minimamente aceitável vê-los pactuar com semelhante infâmia e, quem o fizer, participando das sessões, acaba fatalmente por ser cúmplice do sistema. Depois não se queixem.

Fernando Vasconcelos disse...

Quando ouvi esta notícia na rádio nem quis acreditar pensava que era brincadeira. Mas parece que é mesmo a sério. É um autêntico absurdo, é dizer que os deputados eleitos não têm qualquer valor, cérebro ou consciência e que nunca por nunca poderão nem mesmo em hipótese votar de forma diferente dos ditames de uma disciplina que roça neste caso as que são vistas (eram vistas) em outros sistemas. Quer parecer que Cuba afinal mudou de lugar ...

André Escórcio disse...

Obrigado pelo seu comentário.
Há, de facto, propostas que são absurdas, mas que explicam o formato da nossa pobre democracia.
Enfim, um dia estes assuntos serão resolvidos. Espero.