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terça-feira, 11 de outubro de 2016

POLÍTICA EDUCATIVA - PROFESSORES ACORDEM!


Nos 140 anos do DIÁRIO, sobre política educativa, o secretário regional da Educação da Madeira debitou umas coisas. Sinceramente, fiquei triste e também apavorado. Li e reli o texto e questionei-me: como é possível o sistema educativo continuar sem rumo, sem uma ideia, como sói dizer-se, sem aquela luzinha ao fundo do túnel? Qualquer coisa que alicerce a esperança, que, daqui por dez anos, a Madeira começará a ver germinar as sementes lançadas, hoje, nos socalcos da nossa terra! Nada. Um vazio. Ficou a preocupação, dada como exemplo, que “ainda esta semana iniciámos uma formação com vista a integrar a programação e a robótica no 1º ciclo, nos alunos do 3º e 4º ano. É importante começarmos a preparar os nossos jovens para aquilo que são as necessidades futuras”. Robótica e programação? O escritor António Lobo Antunes, no seu sempre apaixonante texto na revista VISÃO, esta semana, a páginas tantas escreveu: “(…) O meu pai contava acerca de um professor da Faculdade de Medicina, que disse a um estudante: - Que você tenha chegado ao sexto ano não me espanta. O que me surpreende é como fez a quarta classe”.


Não se trata, não é essa a minha intenção, de ofender, no plano pessoal, seja lá quem for. Se vou buscar António Lobo Antunes é apenas por associação de ideias, isto é, como é possível estar no topo do sistema educativo quando se ignora, por completo, o mundo que está a montante (sociedade) e a jusante (escola), extremamente complexo e a necessitar de uma profunda revolução no pensamento e na acção. Robô, no sentido figurado, é uma pessoa que executa ordens sem pensar. É isso que o sistema tem, genericamente, feito. Tem tratado as crianças e jovens como se fossem "bonecos". E não é disso que a sociedade precisa. Precisamos de inteligência, de fazer despertar os talentos, a emoção pelo conhecimento, o desejo de aprender sempre e mais, o essencial e não a tralha, onde mais tarde, com toda a naturalidade, surjam os programadores de excelência. Gostaria de escrever ainda muito mais, desabafar completamente, mas não sei se vale a pena, por isso, fico por aqui. Talvez seja eu o ignorante.

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