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sábado, 29 de outubro de 2016

O PESO DE UMA FALSA LICENCIATURA


Os últimos anos têm sido preocupantes no que concerne ao conhecimento público de "falsas" licenciaturas e mestrados. Sinais dos tempos em que parece, pelo menos para alguns, valer a pena correr o risco. A verdade, porém, é que "mais depressa se apanha um mentiroso que um coxo". Repito, é preocupante. Até o senhor do Euro, um tal Jeroen Dijsselbloem, após a denúncia do Sunday Independent, foi obrigado a alterar o seu CV. Constava ter um Mestrado, concluído na sua imaginação, em Economia Empresarial, pela University College Cork (UCC), que nunca existiu naquela instituição. Por aqui foram conhecidos mais dois lamentáveis casos. Pergunto, para quê a mentira? Alguém melhora a sua competência através da desonestidade? 


No que a nós toca, estas situações trazem à colação o país que ainda somos. Um Portugal de reverência, de afirmação do que se não é, de aparências e de inconcebíveis máscaras. É óbvio que o reconhecimento político e social está directamente relacionado com aquilo que se é, até pela via autodidacta, sem necessidade de puxar despropositados galões. Quantos, sem títulos académicos, foram grandes, apenas pela via da humildade, do trabalho e do investimento pessoal. Um exemplo: José Saramago que de serralheiro mecânico chegou a Nobel da Literatura. 
E por aqui fico.
Ilustração: Google Imagens.

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