Há dias registei, entre outras coisas menores, o anúncio do presidente do governo regional de "disponibilizar a custos reduzidos (€ 25,00 por dia) à população, para curtos períodos de lazer, (...) uma rede de casas de abrigo em toda a região". Trata-se, segundo o próprio, de "introduzir este conceito, porque tem a consciência de que há muitas pessoas que não têm rendimentos para usufruir de férias em hotéis". A título de curiosidade, adiantou, "(...) os sofás na casa do Lombo do Mouro eram os que estavam na sala do plenário na Quinta Vigia (Presidência do Governo da Madeira, durante o anterior executivo, liderado por Alberto João Jardim), que não eram necessários".
Esta foi a notícia. Já não tenho entusiasmo para soltar uma palavra menos agradável. Mas apetecia-me, confesso. Sinceramente, detesto que os políticos passem ao lado do que é realmente importante e prioritário, antes preferindo um certo populismo, como dizia amigo meu, tipo timex, que não adianta nem atrasa. Importante para a população, sobretudo para os mais vulneráveis, é sentirem que o Orçamento Regional os privilegia com um complemento de pensão, que têm a possibilidade de desfrutar, universal, em igualdade de circunstâncias e sem necessidade de pedidos, de um valor anual, mínimo que seja, na comparticipação dos medicamentos. Para já nestes dois aspectos. Para alguma coisa deverá servir a Autonomia. Os pobres não passam férias, senhor presidente. Não sabem o que isso é.
Quanto à recuperação das casas de abrigo, desse património espalhado pela Região, obviamente que é um dever, mas que não necessita de um número político mediático. Absolutamente dispensável quando o rol das prioridades é outro bem mais vasto. A história dos sofás, claramente política, diz tudo!
Ilustração: DN-Madeira
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