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sexta-feira, 3 de janeiro de 2020

PARA A FOTOGRAFIA...


Ou para a propaganda. Talvez as duas coisas. Fico a pensar que perante tantos e graves problemas no sector da Saúde, importante continua a ser a promoção da imagem, mesmo que ela assuma contornos de um certo ridículo. 

Ora bem, nasceram seis crianças no dia 1 de Janeiro, mas esse facto, questiono-me, justificará a presença do secretário regional junto de uma das parturientes? E quantas nasceram no dia 2 e hoje? Trata-se de um facto normal, jamais anormal. Já outros, as listas de espera, os sérios desconfortos entre médicos, enfermeiros e restante pessoal que trabalha para o sistema de saúde, por causarem desassossego, deveriam merecer um outro olhar de séria preocupação. 
Esta forma de estar no exercício da política tem uma história, eu diria, com barbas. São anos e anos de presença em tudo, desde a "festa da cebola" à "festa da lapa". Uma "faz chorar" e a outra tem, neste contexto, a simbologia do "apego ao poder". Portanto, de uma até à outra, lá está sempre um palco para meia-dúzia de palavrinhas de circunstância. É, como diz o povo, o tempo da palavra do "senhor governo". Entrou na rotina, em que os acontecimentos, mesmo os mais vulgares, conduzem logo a uma presença para a fotografia e propaganda.
Na mesma edição que dá conta de seis nascimentos é anunciado o falecimento de onze madeirenses. Ora, nascer e morrer são circunstâncias absolutamente normais, a diferença, como sublinhou Belmiro de Azevedo, "está em um fatinho e um par de sapatos". E não consta que o Senhor secretário tenha ido apresentar condolências!
Apenas um desabafo, sincero, pois entendo que é tempo de trabalhar em assuntos muito sérios. 
Ilustração: Google Imagens.

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