Assim não é possível debater um dos sectores mais importantes da nossa vida colectiva: a Educação. Aliás, hoje, face ao Plano e Orçamento da Região para 2010, pode dizer-se que não existiu qualquer debate. As questões políticas de fundo que justificam um Orçamento de 429 milhões de euros, correspondentes a 28,1% do total, quedaram-se por uma intervenção do Secretário Regional da Educação e por dez deputados que colocaram algumas questões, ao que se seguiu uma resposta colectiva por parte do titular da pasta. Como já aqui defendi, torna-se impossível, com rigor, um deputado ou uma Assembleia, para além dos valores inscritos no Orçamento, discutir e contextualizar de forma séria as verdadeiras políticas de educação: as questões organizacionais do sistema, a rede de estabelecimentos de educação e ensino, as questões da autonomia das escolas, o sistema de avaliação das aprendizagens, a gratuitidade da educação, a escola a tempo inteiro, o ensino profissional/vocacional, a formação de professores, o Estatuto da Carreira Docente, o financiamento da educação, o ensino particular e cooperativo, enfim, tantas áreas de intervenção que, directa ou indirectamente, influenciam o Orçamento. Ah, e o desporto e a cultura!
Eram estas, entre outras, as áreas de intervenção que deveriam ser discutidas e não apenas os aspectos marginais, sobretudo resultantes do facto de não serem sequenciais e que só o debate pergunta/resposta e respectiva reformulação garantiriam. Eu, por exemplo, preocupado com os temas do sector educativo, dispus de apenas quatro minutos para transmitir algumas preocupações, sem possibilidade de contrapor as respostas do Secretário. Ora, se isto é debate, por favor, como vulgarmente se diz, vou ali e já volto.
Mas isto passou-se com o sector educativo como o foi com todos os sectores discutidos nesta maratona de palavras ditas ontem iniciada. Um quase monólogo salpicado aqui e ali com umas perguntas, algumas, embaraçosas para o poder. Amanhã, o filme continuará com uma intervenção sem limite de tempo por parte do Presidente do Governo e sem perguntas por parte dos deputados. Falará a solo e em directo pela RTP-M sem ter acompanhado ao longo destes dois dias as intervenções produzidas. É a "Democracia" que temos.
Mas isto passou-se com o sector educativo como o foi com todos os sectores discutidos nesta maratona de palavras ditas ontem iniciada. Um quase monólogo salpicado aqui e ali com umas perguntas, algumas, embaraçosas para o poder. Amanhã, o filme continuará com uma intervenção sem limite de tempo por parte do Presidente do Governo e sem perguntas por parte dos deputados. Falará a solo e em directo pela RTP-M sem ter acompanhado ao longo destes dois dias as intervenções produzidas. É a "Democracia" que temos.
Nota:
Lamentável algumas palavras ditas ao longo do "debate", absolutamente desagradáveis e reprováveis. Não faz sentido, mesmo perante dificuldades em justificar, politicamente, questões colocadas ou perante um ou outro aparte das bancadas da oposição, se oiçam palavras e expressões, entre outras, "está a grunhir", "palhaço", "marreta", "drogado". Não fica bem, obviamente!
Foto: Google Imagens
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