Com que então... se o projecto parar vai à falência!
"O director-geral da 'Quinta do Lorde', João Teixeira disse ontem em Tribunal que se a obra parar por mais de três meses a empresa vai à falência. Não tem dúvidas que parar a obra é 'matar' o empreendimento. A testemunha falava no Tribunal Administrativo do Funchal (TACF) no âmbito do julgamento do processo cautelar de acção popular movido contra o Município de Machico e a empresa promotora do 'green hotel' que está a nascer no Caniçal e onde, até agora, já foram gastos mais de 43 milhões de euros" - li na edição de hoje do DN-Madeira.
"O director-geral da 'Quinta do Lorde', João Teixeira disse ontem em Tribunal que se a obra parar por mais de três meses a empresa vai à falência. Não tem dúvidas que parar a obra é 'matar' o empreendimento. A testemunha falava no Tribunal Administrativo do Funchal (TACF) no âmbito do julgamento do processo cautelar de acção popular movido contra o Município de Machico e a empresa promotora do 'green hotel' que está a nascer no Caniçal e onde, até agora, já foram gastos mais de 43 milhões de euros" - li na edição de hoje do DN-Madeira.
Ora bem, eu que não acredito na Justiça (infelizmente), julgo que tudo ficará em "águas de bacalhau". Podem os ambientalistas e os defensores do património natural continuar a sua luta contra uma aberrante decisão que permitiu aquela agressão à paisagem, que de nada valerá levantarem a voz. Nem quem autorizou será penalizado, moral e/ou criminalmente, caso o Tribunal chegue à conclusão que foram ultrapassadas os normativos em vigor. Julgo que ninguém está a ver o Tribunal decidir que os promotores e a autarquia local devem actuar no sentido daquele espaço voltar a ser aquilo que era. Um espaço da natureza, em estado selvagem, se me é permitida a expressão. Não acredito.
Entendo que ali nunca, mas nunca, deveria ter sido autorizado fosse o que fosse. Há espaços tão belos que constituem uma riqueza da Região na perspectiva da oferta a quem nos visita. Há muitas formas de humanizar a paisagem sem que necessário seja agredi-la. "Bendita" crise que evitou, para já, a construção, no Funchal, do megaprojecto Toco e a Praia Formosa com areia amarela. Bendita crise!
Destruir ou, no mínimo, modificar a beleza natural da zona costeira e respectiva arriba da zona leste do Funchal ou colocar areia na Praia Formosa, do meu ponto de vista, constitui uma alteração do que de belo e genuíno temos, para aderirmos a uma cópia de erros cometidos em outros locais que, hoje, dão conta da via errada que seguiram. Preservar, embora melhorando (substancialmente) as condições de acessibilidade e de bem estar constiui um acto de cultura. E dou um exemplo positivo: a substancial melhoria na praia do garajau sem pôr em causa a monumentalidade da natureza.
Quanto à Quinta do Lorde... julgo que não será necessário esperar para ver o que acontecerá.
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