Todos os madeirenses e porto-santenses têm o direito de olhar para os políticos como pessoas de bem, como pessoas que lutam pelo seu bem-estar, pela felicidade de todos, que trabalham não com os olhos postos na eleição seguinte, mas na geração seguinte. Esta música, este coreto itinerante e este número de circo não pode continuar. É que estão em causa pessoas, crianças e jovens com um futuro hipotecado; estão em causa adultos que querem trabalhar e está em causa uma população idosa e sem meios que continua a comer o pão que o diabo amassou. Basta de folclore e de música pimba, partamos para o trabalho gerador de felicidade.
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Ele, o presidente do governo regional da Madeira, vai a todas. Rotundas, caminhos municipais e ontem foi inaugurar uma padaria. Uma oportunidade, mais uma, para desancar no país "desgraçado", na sua permanente cruzada "evangelizadora", onde tudo o que de bem feito aconteceu, o protagonista tem rosto, está ali, em pessoa; as tormentas locais, a falência da Região, essa, alto e parem o baile, a culpa é toda de lá, dos outros.
Trata-se da habitual música de um vinil que de tanto tocado, a agulha salta, desafina e irrita, pelos riscos de anos a fio a ser rodado. Ouve-se e boceja-se, pela ausência de criatividade e rasgo inovador. Ontem, quando ouvi as declarações, veio-me à memória a história do chinês que, ao iniciar a refeição, com as mãos nas orelhas, exclamava: "outra vez arroz?".
É que já não há pachorra, confesso, para ouvir esta espécie de música pimba, diária e repetidamente, do tipo "timex", que não adianta nem atrasa, quando existem tantos e tantos problemas por resolver, desde logo, com todo o tecido empresarial da Região. Eu convido os visitantes deste espaço a escutarem a conferência de imprensa hoje realizada e que disponibilizarei logo que o registo esteja disponível, e desse acompanhamento tomarem consciência do problema grave das finanças públicas regionais. São assuntos desta natureza que devem (deveriam) ser equacionados e não os fait-divers do senhor presidente do governo, as suas palavras falhas de qualquer conteúdo, a sua "água do Luso" que não resolve a indigestão depois de trinta e cinco anos de folclore, de despesismo, de engorda, de prioridades não respeitadas, de megalomanias que apenas encheram e enchem os olhos dos desprevenidos. A verdade é que temos aí sete mil milhões para pagar, desemprego, pobreza, problemas sociais em crescendo e ninguém que nos acuda.
A situação é tão grave que nem o governo do Dr. Passos Coelho, da mesma família política (!), parece interessado em querer resolver. Os sinais parecem-me muito claros, com a negação da candidatura do Dr. Guilherme Silva para a presidência da Assembleia da República e, entre outros aspectos, a exclusão de qualquer madeirense, do PSD, para ministro ou secretário de Estado. São sinais politicamente evidentes que a Madeira é olhada de forma enviesada pelo líder do PSD Nacional (e pela coligação). São factos, não meras deduções partidárias. E numa terra onde, durante anos, tanto alarde o presidente do governo fez, desta ser uma de "gente superior", custa aceitar que nenhum filho desta antiga "pérola" esteja em condições de ocupar um lugar por "mérito e competência". O que me leva a crer das saudades que o Dr. Jardim começa a ter de outros que lhe pagaram as dívidas, apesar de todos os dislates e ofensas.
Isto não pode continuar. Tem de ter um fim. Todos os madeirenses e porto-santenses têm o direito de olhar para os políticos como pessoas de bem, como pessoas que lutam pelo seu bem-estar, pela felicidade de todos, que trabalham não com os olhos postos na eleição seguinte, mas na geração seguinte. Esta música, este coreto itinerante e este número de circo não pode continuar. É que estão em causa pessoas, crianças e jovens com um futuro hipotecado; estão em causa adultos que querem trabalhar e está em causa uma população idosa e sem meios que continua a comer o pão que o diabo amassou. Basta de folclore e de música pimba, partamos para o trabalho político gerador de felicidade.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
caro amigo
Penso que, com a excepção de Guterres que foi um "mãos rotas", uma das grandes dificuldades dos PM's é meter o Dr. Jardim na ordem.
Perante a crise actual, espero que Passos Coelho tenha percebido que ceder à costumeira chantagem do líder madeirense significa perder toda a credibilidade.
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