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sábado, 18 de junho de 2011

A CAMPAÍNHA DE ALARME


É a história do navio que afunda, aí, o comandante, por mais democrático que seja, não pode chamar a tripulação e dizer: vamos, entre nós, nomear uma comissão que analise a situação. Pelo contrário, espera-se que ele dê ordens drásticas, sob pena de quando o relatório chegar o navio encontrar-se irremediavelmente perdido e, qual metáfora, com todos os tripulantes e passageiros mortos ou à deriva. Espero que as ordens surjam a todo o momento...

59 comentários. Sinceramente, não fazia a ideia que era incómodo para tantos. Alertado, li os primeiros e parei. Prefiro a minha sanidade mental a conviver com a insensatez e com a pequenez de pensamento. Até porque, como é vulgar dizer-se, por semelhança, há mais vida para além das instituições. E porque sei, também, que a mentira tem perna curta. Aliás, bastaram algumas mensagens deixadas no telemóvel e, sobretudo um comentário aqui públicado de uma Distinta Colega, a Drª Klara Fernandes... "Não tenho cor política, mas tenho uma alma colorida (...) por isso, tais comentários "são reflexo de pura ignorância e mal-dizer gratuito. Conforta-me o seu silêncio...", para continuar a viver para fora e não para dentro. Diria, então, venham outros 59, porque a minha opção encontra-se na esteira daquele a quem gosto de regressar (Paulo Freire): "mudar é difícil, mas é possível", embora saiba (há quanto tempo isto interiorizei!), que "a sectarização, porque mítica e irracional, transforma a realidade numa falsa realidade, que, assim, não pode ser mudada". Por isso mesmo, porque a coluna não foi afectada, não estou zangado seja lá com quem for, respeito os seus caminhos, apenas aprecio que respeitem o meu.
Aliás, um facto interessante da minha vida é que cumprimento, dialogo e até convivo, sem ressentimentos, com pessoas que, em certos momentos, ao longo da vida, me atropelaram e ofenderam. Mas tenho como adquirido e consciencializado que a vida é demasiado curta e complexa para conceder espaço para a maledicência. Há tanta coisa muito mais importante e que consta do meu rol de preocupações. Ademais, quando não tenho razão e a consciência acusa-me que errei, tantas vezes aconteceu, não tenho problema algum em esclarecer e pedir desculpa. Portanto, os comentários valem o que valem, tenham origem onde tiverem. Por aí, embora, não nego, magoado, passam-me ao lado. 
A posição que, individualmente, assumi, depois de duas semanas de reflexão, partiram do pressuposto que alguém deveria fazer soar a campaínha de alarme. Por vezes torna-se necessário, no meio do caos, que alguém procure dar sentido as coisas, agitar para reagrupar pensamentos dispersos, indecisões, posições menos esclarecidas, egoísmos e espíritos de capelinha. É a história do navio que afunda, aí, o comandante, por mais democrático que seja, não pode chamar a tripulação e dizer: vamos, entre nós, nomear uma comissão que analise a situação. Pelo contrário, espera-se que ele dê ordens drásticas, sob pena de quando o relatório chegar o navio encontrar-se irremediavelmente perdido e, qual metáfora, com todos os tripulantes e passageiros mortos ou à deriva. Espero que as ordens surjam a todo o momento, porque os madeirenses precisam, tal como sublinhava a minha Amiga Klara, interpretanto as palavras, uma vez de Paulo Freire, "porque amo as pessoas e amo o mundo, que eu brigo para que a justiça social se implante antes da caridade".
"Porque hoje é Sábado", que bom ouvir Vinicius, mas não, deixo aqui Mozart... Lindo!

1 comentário:

Espaço do João disse...

Meu Caro André.
Palavras loucas, orelhas mocas.
Então não se sabe que quando o navio se afunda, os primeiros a fugir são os RATOS?
O tempo dirá de sua justiça. Guardado está o bocado para quem o há-de roer...
Será que não haverá ratoeira para apanhar os ratos? Creio que dificilmente se apanharão, pois até na independente justiça, os futuros magistrados dão-se até ao luxo de copianço, como podemos acreditar no futuro?
Um abraço.
João