Se não existem, por agora, razões substantivas para considerar a motivação política, tal não significa que não se tenha em consideração esse aspeto. Simplesmente porque se trata de duas vítimas com laços directos ou indirectos de natureza partidária. E esse pressuposto não deve ser ignorado. O autor ou autores desta vergonhosa atitude, mais dia menos dia, certamente, que voltará(ão) à carga. E aí se verão, porventura com maior nitidez, as motivações que subjazem ao incendiário(s) de serviço.
Parece-me óbvio que não se devem retirar leituras precipitadas relativamente aos dois automóveis que foram incendiados na cidade do Funchal. Leituras políticas quero eu dizer. Da mesma forma que há para aí sujeitos responsáveis por alguns fogos na serra, também é possível que alguns malandros andem por aí a fazer das suas. Todavia, julgo que esta situação não deve ser subestimada. Se não existem, por agora, razões substantivas para considerar a motivação política, tal não significa que não se tenha em consideração esse aspeto. Simplesmente porque se trata de duas vítimas com laços directos ou indirectos de natureza partidária. E esse pressuposto não deve ser ignorado. O autor ou autores desta vergonhosa atitude, mais dia menos dia, certamente, que voltará(ão) à carga. E aí se verão, porventura com maior nitidez, as motivações que subjazem ao incendiário(s) de serviço.
Parece-me evidente que estes episódios constituem motivos de preocupação e de redobrada atenção. Ora bem, vejamos esta situação apenas no plano da motivação política que não do distúrbio mental. É consabido que o partido do poder está em queda eleitoral e que as gravosas medidas de austeridade afetarão milhares de pessoas, de uma forma transversal a toda a sociedade e instituições. E aqui surge o problema: de um lado, os beneficiários do poder, toda a rede tentacular, de pequenos e de grandes interesses, que tudo farão para não serem apeados desse poder; do outro, os milhares de desempregados, os pobres e excluídos, os empresários e muita gente que não aceita a grosseira mentira que o poder continua a vender, agora no adro das igrejas. Este é um "cocktail" de natureza explosiva, entre os não preparados para o exercício da democracia que implica alternância e os que sentem que cada mês falta mais mês. Este quadro preocupa-me porque a fome, a impossibilidade de pagar as obrigações contratualizadas e o sufoco em que progressivamente ficarão, poderão ser muito complicados de gerir. E é sobre este quadro, por agora especulativo, que considero importante todos determos a maior atenção. Relativamente ao poder e à perda de privilégios, a História ensina-nos a ter grandes precauções. Tenhamos presente os primeiros anos pós 25 de Abril, as bombas e toda a perseguição feita a algumas pessoas. A História é para ser considerada e, preventivamente, considero eu, há que tomar muito cuidado porque a Região terá de ser de paz, de tolerância e de total respeito pelas regras da Democracia. Mas, repito, estou preocupado.
Ilustração: Google Imagens.
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