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sexta-feira, 24 de fevereiro de 2012

NÃO DESTRUAM O PORTO SANTO


Estou a lembrar-me, por exemplo, talvez porque estamos no Inverno, de Saas-Fee, na Suíça (40 km2), onde os veículos ficam estacionados fora da pequena cidade, onde no seu interior é a viatura não poluente (poucas) que circula, onde não há centros comerciais e por aí fora. É evidente que tem os picos cheios de neve, é evidente que tem a sua especificidade, mas o que aqui importa é a garantir a "exploração máxima" da identidade de um lugar. E o Porto Santo (42 km2) tem especificidades para serem exploradas no quadro de um "conceito de ECODESTINO IRREPREENSÍVEL. O Ecoturismo como factor diferenciador gerador de uma forte reputação internacional e como fonte criadora de riqueza sustentável".


Tenho tido, felizmente, a oportunidade de, todos os anos, visitar alguns destinos que me interessam do ponto de vista da riqueza do património, dos museus, da arquitetura, da preservação e a forma como vivem as pessoas. Defino um ponto estratégico e, conduzindo, vou e regresso todos os dias aos pontos que me interessam. Numa semana, em média, faço 1200/1500 km. Tenho visitado grandes cidades, pequenas cidades e aldeias da nossa Europa. Do pouco que conheço em função do muito que gostaria de viver, tenho, hoje, uma ideia formada, baseada na experiência, sobre o que não deve ser feito num destino turístico. Desde logo, quando tenho a possibilidade de visitar um país, nunca o escolho porque a cidade é sede do Real Madrid, do Manchester ou do Paris Saint-Germain. Visito pela qualidade e do muito que posso desfrutar, por aquilo que é distintivo, diferente, que esmaga e que enriquece. Não visito para ver cimento, para olhar para o repetitivo que aqui encontramos. Penso, aliás, que esta é a tendência de qualquer turista quando sai da sua terra. Longe vão os tempos do turista que gastava os sofás dos hotéis. O turista é, cada vez mais, dinâmico, ávido de experiências e de contemplação sobre aquilo que lhe enche a alma.
Vem isto a propósito do Porto Santo. A destruição que andaram a fazer e que, parece, querem continuar a fazer. Um destino que pode deixar de ser sazonal, à semelhança de tantos que existem por aí fora, cada um com as suas especificidades, mas que não são desvirtuadas. Ao ler o artigo de hoje, do Dr. João Welsh, sobre o Porto Santo (42 km2), a páginas tantas a minha memória passava por alguns aglomerados populacionais muito significativos e que se encaixavam na perspectiva do autor do artigo. Estou a lembrar-me, por exemplo, talvez porque estamos no Inverno, de Saas-Fee, na Suíça (40 km2), onde os veículos ficam estacionados fora da pequena cidade, onde no seu interior é a viatura não poluente (poucas) que circula, onde não há centros comerciais e por aí fora. É evidente que tem os picos cheios de neve, é evidente que tem a sua especificidade, mas o que aqui importa é a garantir a "exploração máxima" da identidade de um lugar. E o Porto Santo tem especificidades para serem exploradas no quadro de um "conceito de ECODESTINO IRREPREENSÍVEL. O Ecoturismo como factor diferenciador gerador de uma forte reputação internacional e como fonte criadora de riqueza sustentável". Deixo aqui um excerto do texto do Dr. João Welsh, com uma pergunta: porque raio este governo regional não pergunta a quem sabe?
" Um conceito cuja marca diferenciadora, à imagem de alguns destinos verdadeiramente "desenvolvidos" passaria por anunciar O QUE A ILHA NÃO TEM (limito-me a copiar conceitos): Somos uma ilha que NÃO TEM: Centros comerciais; cadeias de fast food; mega hotéis, all inclusives, time-sharing - só pequenas unidades - uma ilha que não tem carros (só dos residentes + táxis - todos eléctricos não poluentes). Um destino onde os peões, os ciclistas, as segways e os cavalos seriam os principais meios de transporte, sempre com prioridade sobre os poucos veículos eléctricos. Uma ilha em que, imitando bons exemplos, os sacos de plástico seriam totalmente banidos e seria feita uma aposta na agricultura biológica com vista a maximizar o consumo hoteleiro dos produtos agrícolas da ilha - por pouco expressivos que fossem. A implementação de um conceito desta natureza, só por si, constituir-se-ia numa imagem de brutal força promocional! Constituir-se-ia facilmente numa referência nos mercados gerando procura sustentada."
Ilustração: Google Imagens.

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