Esta gente que governa e que se governa, na perspetiva da consolidação do lugar, como se o exercício da política e dos cargos públicos não constituisse uma missão, mas um emprego para a vida, esta gente tem, do meu ponto de vista, de ser apeada do poder. Já tantos disseram BASTA, eu repito a mesma palavra: BASTA, vão embora, deixem a quem sabe aquilo que já demonstraram não saber fazer! Se o Povo sair à rua não será, certamente, para lutar pela autodeterminação, mas para pô-los a andar do poder. E isso, infelizmente, está mais próximo que longe. Digo, infelizmente, porque gostaria que a minha terra fosse de paz, de uma vida democrática consistente, tolerante e com mudanças no poder pela via do voto, sereno e sem dramas. A democracia é isso mesmo, ela clama a alternância como motivo essencial para trazer o novo, a criatividade, a inovação, a responsabilidade e a correção dos processos. A manutenção do sistema traz consigo a rotina, a estagnação, a atitude previsível, os interesses pessoais e coletivos, o controlo da sociedade e o desrespeito pela Assembleia Legislativa enquanto primeiro órgão de governo próprio.
O porta-voz da última Comissão Política do PSD-M feio falar da necessária revolta do povo contra Lisboa. "Não nos podemos calar (...) Temos que sair, se necessário, à rua", disse o Dr. Coito Pita, Deputado na Assembleia Legislativa da Madeira. Depois deu a entender, intenção que, aliás, não constitui novidade, que o povo da Madeira, perante as agruras, é que terá de decidir pela autodeterminação ou não (leia-se, na esteira de outras intervenções, pela independência). Isto é, o PSD-Madeira está no poder há 36 anos consecutivos, criou a situação dramática que, hoje, os madeirenses sentem, e ainda tem a distinta lata de chantagear, como se isso tirasse o sono seja lá a quem for com responsabilidades governativas no plano nacional. Gastaram o dinheiro em investimentos tresloucados, não souberam respeitar os princípios de um desenvolvimento sustentável, gastaram o que tinham e o que não tinham, esconderam dívidas e armam-se em coitadinhos, em perseguidos por uma cambada política, pensarão lá no íntimo, que apenas quer o mal dos madeirenses e porto-santenses! Nem tempo lhes fica para olhar para a Região dos Açores, que não precisaram de medidas adicionais de austeridade e que, de acordo com a factualidade dos números, dispõem de uma qualidade de vida muito superior à dos madeirenses e porto-santenses. Daqui se pode deduzir que as declarações são feitas por desespero e chantagem. Vejo-as como o inegável desejo de manter o poder de qualquer forma e feitio. Sinto que ali há uma enorme vontade em arrastar o problema, transferindo para outros responsabilidades que são próprias. Nem um mínimo sinal de mudança estratégia é dado, daí a preocupação diária de chutar para longe os problemas e de encontrar muita areia geradora de névoas.
Ora, esta gente que governa e que se governa, na perspetiva da consolidação do lugar, como se o exercício da política e dos cargos públicos não constituísse uma missão, mas um emprego para a vida, esta gente tem, do meu ponto de vista, de ser apeada do poder. Já tantos disseram BASTA, eu repito a mesma palavra: BASTA, vão embora, deixem a quem sabe aquilo que já demonstraram não saber fazer! Se o Povo sair à rua não será, certamente, para lutar pela autodeterminação, mas para pô-los a andar do poder. E isso, infelizmente, está mais próximo que longe. Digo, infelizmente, porque gostaria que a minha terra fosse de paz, de uma vida democrática consistente, tolerante e com mudanças no poder pela via do voto, sereno e sem dramas. A democracia é isso mesmo, ela clama a alternância como motivo essencial para trazer o novo, a criatividade, a inovação, a responsabilidade e a correção dos processos. A manutenção do sistema traz consigo a rotina, a estagnação, a atitude previsível, os interesses pessoais e coletivos, o controlo da sociedade e o desrespeito pela Assembleia Legislativa enquanto primeiro órgão de governo próprio.
Ainda esta manhã, na Assembleia, perante um diploma de extrema importância, que coloca os médicos e enfermeiros numa situação vergonhosa, o secretário dos assuntos sociais primou pela ausência. Ele deveria lá estar sentado para justificar e responder às questões dos deputados. Muito bem fizeram, seis dos oito partidos, em sair do hemiciclo. Ficaram os deputados do PSD e do CDS/PP. Ora, só aqui é que isto acontece. Só aqui o governo desrespeita o primeiro órgão da Região. E que razões sustentam estas atitudes? Obviamente, 36 anos de poder absoluto!
É tempo de acabar com isto, porque há uma população que sofre.
Ilustração: Google Imagens.
4 comentários:
Caro André Escórcio
Parece-me que as hostes jardinistas já estão a entrar em pânico.
Porém, em vez de encararem a realidade e assumirem os erros, fazem como as criancinhas com medo de um castigo da professora. Depois de largarem um traque bem sonoro, acusam o companheiro de carteira.
Exatamente. O pânico começa a ser sensível. Há um desnorte visível, até pela ausência de medidas políticas. Andam de braços cruzados sem saber como sair disto. Daí... a autodeterminação, cuja ideia, não sendo nova, é cada vez mais motivo de uma sonora gargalhada. O traque de que o meu Caríssimo fala é a autodeterminação!
Ohhh Senhor Professor,
Não me diga que é partidário de se continuar a pagar aos médicos a benesse que lhes foi agora retirada!?!?... Se é, lamento imenso!
Não tenha pena deles! Tenha antes pena de si e de nós!
Abaixo da cédula profissional, digamos, 40.000, temos os Marcelinos desta vida. Gente altiva, sobranceira e também, largamente, corrupta.
Os médicos e a industria farmaceutica deram cabo do SNS!! Ahhh pois!!
Obrigado pelo seu comentário e pela reflexão que fez.
Como compreenderá, estou certo, não podemos generalizar os "marcelinos", que existem, com a esmagadora maioria dos profissionais de saúde e, já agora, com o sistema de saúde em geral. Há muitos, médicos e enfermeiros, que trabalham em exclusividade, cumprem horários, rendem e são muito considerados. Eu conheço relativamente bem o que se passa.
Entendo que o rigor e a competência não podem deixar de constituir objetivo central do sistema, da mesma forma que não me parece justo um corte, conjugado com outros cortes, que deixa os profissionais de saúde numa situação muito pouco agradável face às responsabilidades profissionais.
Os "marcelinos" devem ser postos em sentido e quanto à indústria farmacêutica, convirá que todas as correções de processo passam pela negociação, mas isso também exige que os governos paguem em prazos razoáveis.
Sei que o processo é complexo, reconheço as suas preocupações, todavia, considero que não é assim que os problemas se resolvem.
Muito obrigado, porque este tipo de debate é importante.
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