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quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

GOVERNAR? O QUE É ISSO?


A mentira política tomou conta do governo desta Região, o palavreado engenhoso e enganoso caiu nas próprias teias que foram tecidas, há um quadro político de permanente aldrabice ao nível do discurso, toda a Região está de pantana, mas continuam a falar como se vivêssemos em pleno progresso e bem-estar. Ainda há dias, este é apenas um mero exemplo, escutei qualquer coisa sobre a produção de banana e decidi-me vasculhar alguns dados nos meus arquivos de computador. E li, em duas edições do "insuspeito" Jornal da Madeira, órgão do governo regional: "(...) De há uns anos a esta parte que a produção da banana na Madeira ronda as 20 mil toneladas (...) não obstante a descida na comercialização, no ano de 2005, a aposta na qualidade da banana da Madeira continua a ser uma realidade. Em 2004 foram comercializadas 19,8 mil toneladas". Entretanto, na edição, salvo erro, de 31 de Janeiro de 2011 o mesmo "insuspeito" JM sublinhou que "em 2009, os produtores colocaram no mercado 14.212.960 quilos de banana e, no ano passado (2010), 15.294.610 quilos, o que representa um aumento de 7.6 por cento na produção". Isto é, a produção que já foi de 43.250 toneladas em 1985, cerca de 45.000 em 1990, foi de 32.707 em 1995, 28.618 em 1998, já foi de 20.179 em 2000, que baixou para 14.212 em 2009, enfim, todo este acentuado decréscimo é ignorado, apenas é enaltecido que houve uma melhoria de 7,6% de 2009 para 2010. Não dizem que temos uma cota europeia de mercado  de 40.000 toneladas, que estamos a produzir menos de metade, o que interessa é oferecer uma mensagem que tenha efeitos políticos. Melhorámos 7,6%! Não assumem as razões da significativa diminuição, antes martelam os ouvidos com números para transmitirem uma pujança que não existe. 


As pessoas têm bastas razões para demonstrarem o seu descontentamento. A pergunta que se coloca é se este governo regional da Madeira ainda governa? A avaliar pelas decisões do Conselho de Governo, eu diria que ali nada acontece de importante em função dos problemas que os madeirenses e porto-santenses estão a enfrentar. Decisões importantes, estruturantes ou de combate às situações delicadas, nicles! Aliás, não me parece estranho. A Autonomia é hoje praticamente inexistente, o "livro de cheques" está nas mãos de Vítor Gaspar, como já alguém do PSD referiu, "nem para comprar uma cortina o governo tem", ao mesmo tempo que os encargos assumidos e não pagos despoletam uma permanente enxaqueca, daquelas que só passam com dose cavalar e num quarto escuro e silencioso. Eu diria que se existe uma imagem concreta de um governo de gestão, aqui a temos numa configuração perfeita. Governar no verdadeiro sentido da palavra, tomar decisões, administrar a coisa pública, reger com mestria os destinos deste povo, enfim, são preocupações que este governo, se nunca foi verdadeiramente sensível, neste momento, encontra-se no grau zero. Para além de velho, cansado e sem qualquer rasgo de criatividade, está bloqueado por grossas e complexas algemas, qual castigo por anos e anos de descontrolo, de paleio agressivo, de atitudes chantagistas que conduziram os homens da "caixa forte" nacional a puxarem a laçada que os coloca com a língua de fora. Tudo isto é lamentável porque sinto que dia-a-dia estamos a perder autonomia política e administrativa, estamos cada vez mais dependentes dos bons e maus humores de um qualquer ministro, e a Região muito mais próxima está de um conceito de "grande autarquia" do que de Região Autónoma. Essa Autonomia pela qual tantos e tantos ao longo da História lutaram e que o 25 de Abril tornou possível, é hoje uma caricatura, consequência de atitudes que conduziram ao desprestígio e ausência de respeito por este povo insulano que tem direito à diferença no quadro da bandeira Portuguesa. Destruíram tudo e muitos anos levará para, pacientemente, reconstruir os direitos autonómicos.
A mentira política tomou conta do governo desta Região, o palavreado engenhoso e enganoso caiu nas próprias teias que foram tecidas, há um quadro político de permanente aldrabice ao nível do discurso, toda a Região está de pantana, mas continuam a falar como se vivêssemos em pleno progresso e bem-estar. Ainda há dias, este é apenas um mero exemplo, escutei qualquer coisa sobre a produção de banana e decidi-me vasculhar alguns dados nos meus arquivos de computador. E li, em duas edições do "insuspeito" Jornal da Madeira, órgão do governo regional: "(...) De há uns anos a esta parte que a produção da banana na Madeira ronda as 20 mil toneladas (...) não obstante a descida na comercialização, no ano de 2005, a aposta na qualidade da banana da Madeira continua a ser uma realidade. Em 2004 foram comercializadas 19,8 mil toneladas". Entretanto, na edição, salvo erro, de 31 de Janeiro de 2011 o mesmo "insuspeito" JM sublinhou que "em 2009, os produtores colocaram no mercado 14.212.960 quilos de banana e, no ano passado (2010), 15.294.610 quilos, o que representa um aumento de 7.6 por cento na produção". Isto é, a produção que já foi de 43.250 toneladas em 1985, cerca de 45.000 em 1990, foi de 32.707 em 1995, 28.618 em 1998, já foi de 20.179 em 2000, que baixou para 14.212 em 2009, enfim, todo este acentuado decréscimo é ignorado, apenas é enaltecido que houve uma melhoria de 7,6% de 2009 para 2010. Não dizem que temos uma cota europeia de mercado  de 40.000 toneladas, que estamos a produzir menos de metade, o que interessa é oferecer uma mensagem que tenha efeitos políticos. Melhorámos 7,6%! Não assumem as razões da significativa diminuição, antes martelam os ouvidos com números para transmitirem uma pujança que não existe. 
Ora bem, trouxe à colação a questão da banana, mas poderia aqui falar de tantas situações e de vários sectores, a começar pelo Turismo, por exemplo. Preferível seria que falassem a verdade, que justificassem e que apresentassem medidas, mas não, tal como hoje acontecerá, certamente, do Conselho de Governo sairá o zero, simplesmente porque não há nada para governar, isto é, para decidir.
Ilustração: Google Imagens. 

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