No meio desta cena, por vezes obscena, que tem ajudado a delapidar os cofres públicos, já lá foram nos últimos 20 anos, cerca de 51 milhões de euros, fora um passivo de mais de 30 milhões de euros. Enquanto uns, diariamente, têm de dar à sola para conseguir os meios necessários à sobrevivência no difícil e complexo mercado da comunicação social, o JM, com a bênção do Senhor D. António Carrilho, vive de um cheque mensal subtraído dos nossos impostos. E com uma incomensurável lata, o Estatuto Editorial do JM, aprovado pela Diocese, sublinha: "O JORNAL DA MADEIRA é um Diário de perspectiva cristã aberta a um são pluralismo ideológico, na fidelidade ao Evangelho e no amor da Verdade, visando a formação humana plena, que desperte os Homens para as suas responsabilidades e para a sua participação na construção do mundo contemporâneo, pelo que não está enfeudado a qualquer partido político, antes desenvolvendo uma visão crítica das realidades". A mesma Diocese que defende esta grosseira mentira e que assiste impávida e serena ao esvair de dinheiros públicos, volta-e-meia lá vem com o discurso da caridade, da esperança e do amor ao próximo. Incompreensível? Não, penso que não. Lá diz o Povo que uma mão lava a outra e as duas a cara.
A questão Jornal da Madeira regressa, amanhã, à Assembleia da República. A Entidade Reguladora da Comunicação Social será ouvida na Comissão de Ética, Sociedade e Cultura, através de uma iniciativa do Deputado do PS-Madeira, Dr. Jacinto Serrão. Trata-se de uma audição onde se espera que a ERC, volte a colocar em causa o JM por "manter um risco objectivo e grave para a preservação de um quadro pluralista no subsector da imprensa diária na Região Autónoma da Madeira". Concordo, em absoluto, com o deputado Dr. Jacinto Serrão quando sublinha que "(...) esta situação deveria envergonhar este órgão de soberania", pelo que exige a "adopção de medidas, da parte do Governo Regional, que suprima os efeitos nefastos que a sua actuação tem provocado". Ora, trata-se de uma situação de histórica pouca-vergonha do governo regional da Madeira que utiliza o dinheiro dos impostos dos madeirenses e porto-santenses para a sua própria propaganda política. É caso único ao nível nacional e, que eu saiba, único na Europa! Ali são derramados mais de três milhões de euros anuais numa empresa que deveria ser totalmente privada, concorrente no mercado em igualdade de circunstâncias com as demais da comunicação social. Encher páginas de propaganda política em defesa de um sistema, pago pelos contribuintes, quando mais de 60% desses contribuintes não se revêem no partido político do governo, bom, é qualquer coisa de espantoso e de ignóbil.
No meio desta cena, por vezes obscena, que tem ajudado a delapidar os cofres públicos, já lá foram nos últimos 20 anos, cerca de 51 milhões de euros, fora um passivo de mais de 30 milhões de euros. Enquanto uns, diariamente, têm de dar à sola para conseguir os meios necessários à sobrevivência no difícil e complexo mercado da comunicação social, o JM, com a bênção do Senhor D. António Carrilho, vive de um cheque mensal subtraído dos nossos impostos. E com uma incomensurável lata, o Estatuto Editorial do JM, aprovado pela Diocese, sublinha: "O JORNAL DA MADEIRA é um Diário de perspectiva cristã aberta a um são pluralismo ideológico, na fidelidade ao Evangelho e no amor da Verdade, visando a formação humana plena, que desperte os Homens para as suas responsabilidades e para a sua participação na construção do mundo contemporâneo, pelo que não está enfeudado a qualquer partido político, antes desenvolvendo uma visão crítica das realidades". A mesma Diocese que defende esta grosseira mentira e que assiste impávida e serena ao esvair de dinheiros públicos, volta-e-meia lá vem com o discurso da caridade, da esperança e do amor ao próximo. Incompreensível? Não, penso que não. Lá diz o Povo que uma mão lava a outra e as duas a cara. Por isso, a gestão do silêncio tem feito o seu caminho numa total subserviência ao poder político, ao ponto de permitirem uma abusiva distribuição do JM no interior dos templos.
Se dos órgãos de governo próprio da Madeira, bem como da Diocese, para já, nada há esperar, pelo menos a Assembleia da República ponha, finalmente cobro a esta pouca-vergonha que distorce o mercado e que coloca as empresas em anormal situação de concorrência. A mim não me causa qualquer embaraço a linha editorial do JM, mas que seja privatizado ou regresse à responsabilidade total da Diocese que deverá, como antigamente, suportar os encargos de exploração. Com o dinheiro dos contribuintes, isso não.
Ilustração: Google Imagens.
Nota:
Neste blogue podem ser seguidos um largo conjunto de textos publicados sobre esta matéria. Basta inserir, no canto superior esquerdo o título Jornal da Madeira.
2 comentários:
Caro André Escórcio
Respondendo à pergunta que faz o título deste seu belo artigo, respondo:
De mais dinheiro.
Obrigado pelo seu comentário.
A resposta é sublime!
Um abraço e obrigado.
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