Encostaram o povo à parede, no espaço de um ano desgraçaram a classe média, deram cabo do tecido empresarial, sobrecarregaram com impostos todos os trabalhadores, roubaram os subsídios de Natal e de férias e agora, perante as evidências de um colapso, com o desemprego que não pára de crescer e a pobreza a aumentar, o ministro, com rabo entre as pernas, pediu o alargamento dos prazos e, possivelmente, mais tarde solicitará juros mais compatíveis com as nossas reais possibilidades. O líder da oposição, António José Seguro, desde início muito batalhou nesta tecla, secundado que foi por toda a restante oposição, mas todos foram visados pela, diziam, falta de clarividência política. E agora, de corda ao pescoço, o "douto" senhor das finanças, o tal que, pelo menos até agora, não acertou uma, pede aquilo que era evidente ao mais humilde dos cidadãos. Chegaram a dizer que um pedido de (re)negociação equivaleria a um segundo resgate. Que inteligência tão pobre e que incompetência tão flagrante!
De todo incompreensível. O Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, finalmente, solicitou ao Eurogrupo a extensão dos prazos de maturidade dos empréstimos a Portugal. E ao que parece há apoio dos parceiros europeus. Mas há quantos meses disso se fala perante os ouvidos de mercador de todo o governo? Encostaram o povo à parede, no espaço de um ano desgraçaram a classe média, deram cabo do tecido empresarial, sobrecarregaram com impostos todos os trabalhadores, roubaram os subsídios de Natal e de férias e agora, perante as evidências de um colapso, com o desemprego que não pára de crescer e a pobreza a aumentar, o ministro, com rabo entre as pernas, pediu o alargamento dos prazos e, possivelmente, mais tarde solicitará juros mais compatíveis com as nossas reais possibilidades. O líder da oposição, António José Seguro, desde início muito batalhou nesta tecla, secundado que foi por toda a restante oposição, mas todos foram visados pela, diziam, falta de clarividência política, E agora, de corda ao pescoço, o "douto" senhor das finanças, o tal que, pelo menos até agora, não acertou uma, pede aquilo que era evidente ao mais humilde dos cidadãos. Chegaram a dizer que um pedido de (re)negociação equivaleria a um segundo resgate. Que inteligência tão pobre e que incompetência tão flagrante!
O povo tem razão quando por aí se escuta que estamos entregues à mais vil incompetência política e, a avaliar pelos dados, incompetência técnica. Basta ter presente tudo quanto o primeiro-ministro disse relativamente a esta matéria. Continuo a defender um "basta" que tenha origem na rua, que esse povo espezinhado levante a sua voz para que seja ouvido interna e externamente. Há que estancar este sacrifício e esta onda avassaladora contra os direitos das pessoas e contra a coesão social. Uma onda que se espalhou, nas costas do povo, por toda a Europa e um pouco por todo o mundo.
As declarações do ministro das Finanças do novo governo japonês são clarificadoras dessa onda mundial contra as pessoas. Ainda ontem, pasme-se, esse ministro, com total insensibilidade, assumiu que os idosos doentes devem "morrer rapidamente" para aliviar o Estado do pagamento de cuidados médicos. "Deus queira que (os idosos) não sejam forçados a viver até quando quiserem morrer" (...) "O problema não tem solução, a não ser que os deixemos morrer, e depressa", disse Taro Aso durante uma reunião, em Tóquio, sobre as reformas da segurança social. O mesmo ministro chamou ainda "entubados" aos doentes que já não se conseguem alimentar pelas próprias mãos e acrescentou que "o ministro da Saúde está consciente das despesas de saúde por paciente". Isto num país onde um quarto da população, de cerca de 130 milhões de habitantes, tem mais de 60 anos de idade.
Ora, longe de mim a ideia de conjugar estas estúpidas e reles declarações com o que se passa em Portugal, ou melhor, com esta fúria de retirar direitos sociais, mas que andam a subtrair e que andam agarrados à folha do deve e do haver, onde as pessoas pouco contam, penso que isso é evidente. E o mais curioso é que o liberal Taro Aso é católico num país onde, segundo julgo saber, 1% é cristão. Resta saber, em função das políticas do governo português, até que ponto, mesmo sem assumirem, se os cortes nos direitos sociais conduzem ao mesmo fim.
Ilustração: Google Imagens.
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