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terça-feira, 22 de janeiro de 2013

HÁ MUITOS CORONÉIS POR AQUI. O "CACAU" É QUE É OUTRO!


Mas é este o comportamento que todos os dias vemos no exercício da política. Os que estão com um pé aqui e outro ali; os que se dizem oposição e de convicções mas que vivem, convivem e convidam para o banquete dos interesses pessoais. Mas lá virá o dia do beija-mão, de enveredarem pelo caminho que dará jeito, com aquele discurso interesseiro, com uma mão batendo nas costas do vencedor e com duas palavras junto à orelha: "força, amigo!" Tudo isto me faz lembrar aquele homem que conheci, licenciado, ligado ao antigo regime até ao pescoço e que, meses depois do 25 de Abril de 1974, quando um dia nos cruzámos, me disse: "André, sabes que eu nunca tive nada a ver com aquela gente!" Para quê mais palavras... temos é de estar atentos. Apenas isso, para não sermos surpreendidos.


Coronéis e Jagunços!
Uma breve nota. Assisti ao último episódio da novela Gabriela. A páginas tantas dei comigo, certamente milhares terão assim pensado, onde já vi isto? Não me refiro à novela que passou há trinta anos, mas a situações bem próximas no quadro político vigente. 
A páginas tantas, morre o coronel Ramiro Bastos e eis que se dá um volte-face político dos restantes "coronéis" que, de imediato, se disponibilizam perante o líder da oposição, cumprimentando-o e desejando-lhe felicidades pela vitória eleitoral. Já se adivinhava que tal viesse a acontecer, pois aos poucos, alguns de visão mais larga e oportunista, vinham a beijar a mão do Dr. Mundinho, a personagem opositora ao regime de Ramiro Bastos. Interessante o facto de um dos coronéis mais próximos do Intendente Ramiro, na véspera do acto eleitoral, ter colocado, estrategicamente, os seus jagunços para atirarem a matar sobre o candidato da oposição mas, quando se dá a morte de Ramiro, à sua ordem, as armas baixaram e, no dia seguinte, lá estava ele a apoiar o novo Intendente! Só mais um pormenor politicamente relevante. No dia do acto eleitoral, esse mesmo coronel e um outro, postaram-se à porta da assembleia de voto a instruírem os eleitores sobre a quem deveriam entregar o seu voto. Qualquer coisa muito parecida com o que tantas vezes assisto, isto é, os presidentes de Junta de Freguesia à porta das assembleias de voto, conversando aqui e ali, como quem não quer a coisa! Fantástico.
Interessante, também, o discurso do opositor Mundinho no decurso do elogio fúnebre ao coronel Ramiro. Mundinho que não o podia ver em função de tantas que lhe fez, eleva ali a sua voz para um louvor maior que o Brasil. Espantoso. Mas é este o comportamento que todos os dias vemos no exercício da política. Os que estão com um pé aqui e outro ali; os que se dizem oposição e de convicções mas que vivem, convivem e convidam para o banquete dos interesses pessoais. Mas lá virá o dia do beija-mão, de enveredarem pelo caminho que dará jeito, com aquele discurso interesseiro, com uma mão batendo nas costas do vencedor e com duas palavras junto à orelha: "força, amigo!"
Tudo isto me faz lembrar aquele homem que conheci, licenciado, ligado ao antigo regime até ao pescoço e que, meses depois do 25 de Abril de 1974, quando um dia nos cruzámos, me disse: "André, sabes que eu nunca tive nada a ver com aquela gente!" Para quê mais palavras... temos é de estar atentos. Apenas isso, para não sermos surpreendidos.
Ilustração: Google Imagens.

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