Intencionalmente, deixei passar uns dias. E julgo que fiz bem. O Secretário da Educação, completamente desautorizado pelo seu "chefe", deixou cair o Director Regional dos Desportos, preferindo assim manter o seu lugarzinho por mais uns tempos. A resposta veio de seguida, de luva branca, com cerca de meia centena de dirigentes a confraternizarem com o Dr. João Santos. Como antes escrevi, a minha posição sobre esta matéria é clara: uma coisa é a realização do designado "Congresso do Desporto"; outra, a atitude do secretário que, repreendido pelo "chefe", substituiu o seu Director Regional. São dois aspectos diferentes. Questionei e questiono a oportunidade de realização do congresso, face às conclusões de vários outros realizados praticamente sobre a mesma temática, mas não posso aceitar a atitude do Dr. Jaime Freitas relativamente à sua falta de solidariedade política e operacional em quem devia ter confiado, preferindo, miseravelmente, retirar-lhe o tapete. Feio, muito feito. Agradou-me sim e felicito a atitude do Dr. João Santos que, perante a caracterização do quadro, teve a dignidade de dizer basta. Foi uma atitude, repito, de rara dignidade política neste PSD de gentinha de coluna mole. Já ao seu antecessor tinha feito o mesmo. Num espaço de dois anos e pouco, o Dr. Jaime Freitas já "despachou" um presidente do IDRAM e dois directores regionais. Mau de mais para ser verdade.
Aliás, as suas declarações de ontem explicam as suas atitudes e os seus medos. Li no DIÁRIO "que para o próximo ano estão orçamentados 12,5 milhões de euros. Metade desta verba, cerca de seis milhões de euros destina-se a financiar os clubes profissionais. Dir-se-á que o mexilhão é que se tramou, isto é, o desporto associativo que está muito para além do futebol profissional levará nova cacetada, certamente porque as pressões são muitas. O secretário, em dois anos, não trouxe nada, rigorosamente nada de novo em termos estratégicos, apenas fez duas coisas: protegeu os profissionais e mandou para "casa" três dos seus colaboradores. Isto enquanto o governo diz querer alienar as quotas sociais que detém nas sociedades anónimas desportivas (SAD). Esquisito? Não, tudo normal, porque o governo delibera em função das circunstâncias do momento.
O que aqui fica escrito nada tem a ver com a minha posição sobre o movimento associativo e sobre os critérios de financiamento. Estou nos antípodas do que é a política do governo regional. As minhas posições estão escritas e divulgadas. O que para mim é preocupante são as atitudes das pessoas que têm a responsabilidade de governar. Por isso, parabéns Dr. João Santos, mais ainda, pelas suas declarações à RTP-Madeira onde não sobrou uma pontinha de qualquer rancor. Quanto ao secretário, enfim, 2015 está aí à porta.
Ilustração: Google Imagens.
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