Já não não há obras públicas para inaugurar. O "chefe", agora, até inaugura bombas de combustíveis. Vai a todas, pois o que interessa é aparecer, mandar as bocas do costume chutando os problemas para longe. É a degradação política em torrente. Até mete dó! Os próprios empresários ainda não perceberam que ele é mais foco de gozo do que de prestígio. E se isto afirmo é porque, com todos os gravíssimos erros cometidos e a total ausência de um tempo para estar, portanto, de um tempo certo para sair, o "chefe" foi e é "chefe" e daí que merecesse um certo respeito pela dignidade do lugar institucional que tem ocupado. Mas, não, é o próprio "chefe" que não sabe se resguardar, o que o leva a resvalar no constante desprestígio. A bomba de combustíveis a inaugurar é, neste caso, apenas simbólica já que o homem tem andado por aí a inaugurar tudo o que lhe cai na rede. Percebem-se as razões. Nem todas, mas o essencial das preocupações.
Discursos que são fumo! |
A questão fundamental que se coloca é que este homem não se apresenta junto dos eleitores com um discurso que ajude a compreender a situação em que nos meteu; não aparece com soluções para os problemas criados; não surge com uma palavra séria e de esperança para os empresários; nada diz sobre os graves problemas sociais; não enfrenta com propostas a situação dos sistemas educativo e de saúde; não sobe ao palco para falar dos idosos e de uma juventude sem esperança. Inaugura para transmitir a sua verdade, exclusivamente a sua verdade, aquela que lhe interessa transmitir, nunca a realidade das contas, a realidade das pessoas, a realidade das instituições, a realidade de uma região com uma dívida impagável. Disso ele não fala, antes prefere o trololó do costume que já vai a caminho de quarenta anos. A lata é tanta que ainda ontem disse que não "quer lamúrias", como se fosse possível a milhares de concidadãos viverem no quadro dos constrangimentos em que vivem. Disse, exactamente, isto: "não contem comigo para lamúrias", ao mesmo tempo que apontava o dedo à República por não ter dado os meios necessários ao desenvolvimento da Autonomia. É preciso ter lata! Mas, afinal, de onde veio o dinheiro para tanta obra de que tanto se vangloria? Foi apenas através dos impostos dos madeirenses e portosantenses? Não existiram fundos europeus? Não teve, ao contrário do que disse, "meios e instrumentos (...) para ir mais longe?" E o que é ir mais longe? Gerar mais dívida oculta e muitas desnecessárias porque não prioritárias? Chega de poeira para os olhos, pois são alguns dos seus próprios correlegionários, putativos candidatos à sua substituição que o dizem, que a sua orientação política foi e é inadequada. Infelizmente, há quem bata palmas e que abra as portas de uma escola profissional para oferecer palco a um homem que todos os dias afunda, politicamente, a Região. Enquanto houve "combustível" a situação foi disfarçada, mas agora que o dinheirinho é para pagar as dívidas, nem a inauguração de um novo posto de combustível o safa da desgraça. Ponto final.
Ilustração: Arquivo próprio.
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