A questão é outra e designa-se, na minha opinião, por rompimento total com o modelo criado que gerou um monstro indomável. A solução não está em fazer uma "feijoada a três" porque, tendencialmente, de bons odores não será! A receita do PSD está escarrapachada na sua práxis política de muitos anos, na forma como tratou todos os outros partidos da oposição, nos chumbos a todas as propostas legislativas fundamentais e comissões de inquérito, na ocultação da dívida, nas ofensas feitas a todos os líderes da oposição (ou o líder do CDS/PP já se esqueceu das atitudes contra a sua pessoa?), na histórica arrogância e impreparação para viver em democracia, portanto, do PSD nada há a esperar, nem deste grupo que o lidera há quase quarenta anos, nem dessas figuras que se perfilam, uma vez que todos leram a mesma cartilha e todos andaram na mesma escola política. Até alguns que eram oposição lá se acoitaram. Os princípios e os valores são os mesmos, embora pintados de fresco! Por isso, perguntar-se-á, como é possível o CDS/PP pretender acordos com aqueles que nos trouxeram à desgraça, portanto, a toda aquela caracterização que o partido fez? Do meu ponto de vista, sem conhecer outros meandros que a política muitas vezes esconde dos eleitores, eu diria que se trata de uma proposta só possível no Natal, com o Pai Natal de permeio ou, então, salvo as devidas proporções e âmbitos, um toque de Mandela, o Homem do eterno perdão, na semana em que partiu.
Ininteligível a proposta do CDS/PP da Madeira de querer juntar à mesma mesa o PSD e o PS para um compromisso de resgate e aprofundamento da Autonomia, flexibilização do Plano de Ajustamento Financeiro, defesa de um novo quadro de relacionamento entre a Região e o Estado, no sentido de assegurar o cumprimento do princípio da continuidade territorial, e dos direitos fundamentais dos portugueses das ilhas e reestruturação da dívida regional com o apoio da República - sustentou o líder do CDS/PP José Manuel Rodrigues. O tal estúpido "arco da governação" que ainda anteontem aqui escrevi. Isto é o que se chama querer abrir a porta à raposa para que se instale dentro da capoeira. Desconheço se esta proposta configura um isco, porventura se traz alguma outra preocupação ou objectivo não denunciado. Não sei, mas pressuponho que exista, porque não faz sentido, mesmo num quadro de proximidade política ao PSD-M, juntar estruturas de pensamento político que uma história de quase quarenta anos nos diz ser de impossível conciliação.
Que a situação da Madeira é "insustentável", que "exige a máxima responsabilidade", que o Plano de Ajustamento Económico e Financeiro está "a deixar em agonia a economia regional e a sociedade madeirense" e que "a Região permanecerá sem sustentabilidade nas finanças públicas", bom, tudo isso é verdade e há que anos é denunciado de forma clara e inequívoca, sobretudo pelo deputado Carlos Pereira do PS-Madeira. Foi ele, a partir de 2007, quando ninguém sequer estimava a dívida, através dos seus estudos, concluiu e apontou para um dívida entre os 5.5 e 6.5 mil milhões. Foi criticado, eu diria, bombardeado, mas a verdade veio pouco tempo depois. Portanto, não existe qualquer novidade naquela caracterização.
Ora, assim sendo, a questão é outra e designa-se, na minha opinião, por rompimento total com o modelo criado que gerou um monstro indomável. A solução não está em fazer uma "feijoada a três" porque, tendencialmente, de bons odores não será! A receita do PSD está escarrapachada na sua práxis política de muitos anos, na forma como tratou todos os outros partidos da oposição, nos chumbos a todas as propostas legislativas fundamentais e comissões de inquérito, na ocultação da dívida, nas ofensas feitas a todos os líderes da oposição (ou o líder do CDS/PP já se esqueceu das atitudes contra a sua pessoa?), na histórica arrogância e impreparação para viver em democracia, portanto, do PSD nada há a esperar, nem deste grupo que o lidera há quase quarenta anos, nem dessas figuras que se perfilam, uma vez que todos leram a mesma cartilha e todos andaram na mesma escola política. Até alguns que eram oposição lá se acoitaram. Os princípios e os valores são os mesmos, embora pintados de fresco! Por isso, perguntar-se-á, como é possível o CDS/PP pretender acordos com aqueles que nos trouxeram à desgraça, portanto, a toda aquela caracterização que o partido fez? Do meu ponto de vista, sem conhecer outros meandros que a política muitas vezes esconde dos eleitores, eu diria que se trata de uma proposta só possível no Natal, com o Pai Natal de permeio ou, então, salvo as devidas proporções e âmbitos, um toque de Mandela, o Homem do eterno perdão, na semana em que partiu.
Meu Caro José Manuel Rodrigues, a questão da Madeira é, de facto, muito complexa. Os eleitores disseram, em Setembro, que não querem o PSD por perto. De uma assentada lá foram sete municípios. Isto pode significar que o Povo está farto não apenas de um homem, mas de uma política. E sendo este um facto, embora as legislativas tenham um outro enquadramento, pressuponho que essa tendência irá continuar como forma de libertação de um baile pesado e de uma música que já não há paciência para ouvi-la. Pense nisso, Amigo José Manuel Rodrigues.
Ilustração: Google Imagens.
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