Quando, à posteriori, dali querem fazer uma unidade hoteleira, tal pressupõe que as questões básicas não foram equacionadas, tendo prevalecido a megalomania e uma certa "fúria inauguracionista", megalómana e despesista, que conduziu à situação de termos hoje de pagar uma dupla austeridade, perfeitamente evitável. Porque, infelizmente, não é apenas aquela, mas outras espalhadas por toda a Região que acabaram por tornar insustentável as contas públicas. Uma leitura política muito perversa, pode, inclusive, conduzir ao pensamento se aquilo não terá sido assim com a intenção de abrir portas à transformação que hoje se prevê; ou então, por desajustamento, esta será a solução remediadora para uma infraestrutura absolutamente desadequada. Cada um que retire as ilações que este quadro pode suscitar. De uma coisa estou certo, é que há cada vez mais a necessidade de colocar em prática uma pedagogia do desenvolvimento, através de uma abordagem territorial integrada para que as respostas políticas estejam de acordo com as necessidades sentidas.
O Dr. Paulo Atouguia está de saída das Sociedades de Desenvolvimento. Em entrevista ao DIÁRIO confirmou a existência de "negociações avançadas com o investidor madeirense (...) Grupo Pestana para instalação de uma unidade hoteleira em parte do edifício da Praça do Mar, cujos pormenores serão conhecidos quando estiver formalizado o contrato", sublinha a edição de hoje do matutino madeirense.
Já era conhecido este interesse, agora confirmado. Mas ao ler estas declarações é óbvio que uma série de perguntas ressaltam. Já lá vou ao âmago de uma delas. Antes disso, no plano da decisão política, penso que ficam em causa as razões substantivas que conduziram à construção daquela infraestrutura, sobretudo, a dimensão que a mesma tem. Há perguntas simples e básicas que devem presidir a qualquer iniciativa pública ou privada: entre outras, porquê? para quê? quando? como? através de que meios?, são as interrogações genéricas que devem ser colocadas. Simplesmente porque o desenvolvimento não é neutro e não sendo precisa de ser caracterizado para que a alteração de uma dada situação faça sentido. Se assim não acontecer parece-me óbvio que as necessidades tendem a não ser percebidas e sentidas. Sobre este quadro muito poderia aqui explanar. O que eu quero transmitir nesta brevíssima reflexão é que, no plano da decisão política, foi dada luz verde para a construção de uma infraestrutura sem que a necessidade tivesse sido questionada, na sua génese, no essencial, porquê e para quê?
Ora, quando, à posteriori, dali quererem fazer uma unidade hoteleira, tal pressupõe que as questões básicas não foram equacionadas, tendo prevalecido a megalomania e uma certa "fúria inauguracionista", megalómana e despesista, que conduziu à situação de termos hoje de pagar uma dupla austeridade, perfeitamente evitável. Porque, infelizmente, não é apenas aquela, mas outras espalhadas por toda a Região que acabaram por tornar insustentável as contas públicas. Uma leitura política muito perversa, pode, inclusive, conduzir ao pensamento se aquilo não terá sido assim com a intenção de abrir portas à transformação que hoje se prevê; ou então, por desajustamento, esta será a solução remediadora para uma infraestrutura absolutamente desadequada. Cada um que retire as ilações que este quadro pode suscitar. De uma coisa estou certo, é que há cada vez mais a necessidade de colocar em prática uma pedagogia do desenvolvimento, através de uma abordagem territorial integrada para que as respostas políticas estejam de acordo com as necessidades sentidas.
Ilustração: Google Imagens.
Sem comentários:
Enviar um comentário