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quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

SANTA CRUZ: "O PRESIDENTE DO GOVERNO JÁ TEM IDADE PARA PERCEBER QUE O PODER LOCAL TAMBÉM TEM REGRAS"


Eu sei que o ainda presidente não consegue meter na cabeça que levou uma abada nas eleições autárquicas, habituado que está a fazer o que lhe dá na real gana. Mas vai ter de habituar-se. Já poucos vão nas suas histórias, como aquela de ontem, de ter sido "indecente" o Plano de Ajustamento Financeiro para a Madeira depois de Lisboa nos ter roubado durante quinhentos e tal anos! Não foram as suas loucuras políticas, de pendor eleitoralista, ao longo de quase quarenta anos, que determinaram a situação insustentável na qual mergulhámos, pois para ele a coisa vem desde o Século XV. Aquilo que poderia e deveria ter sido feito na Madeira, por um governo responsável, respeitando os princípios do desenvolvimento (o da responsabilidade do Estado, o da teleologia funcional, da prioridade estrutural, da transformação graduada, da interacção e da integração e, entre outros, da optimização dos meios) foi completamente ignorado, por clara incompetência política, logo, depois do mal feito, obviamente que vem com a desculpa do "roubo" ao longo de quinhentos anos. Uma anedota. Como salientou o presidente da câmara de Santa Cruz "(...) o senhor presidente do Governo ainda não percebeu que há ventos de mudança". Convença-se!


Realmente o presidente do governo regional da Madeira ainda não interiorizou que, a 29 de Setembro, houve eleições autárquicas e que o seu partido perdeu sete das onze autarquias. Ainda não está consciente que a realidade do quero, posso e mando, que perdurou trinta e oito anos, acabou. Que a época de presidentes de câmara subservientes, de gente agachada e toda curvadinha às suas regras de pendor ditatorial, terminou. Ainda anda com esses tiques. Ele e os seus secretários que fazem do cargo político um emprego para a vida. Pensam que são donos disto e, por isso mesmo, comportam-se como colonos dos novos tempos. A forma e os percursos que seguem para atingirem os seus fins é que são diferentes, todavia, a finalidade é a mesma. Interiorizem que levaram uma abada e que os novos tempos não se compadecem com comportamentos políticos altivos e de subjugação de um povo inteiro. 
Ora, vem isto a propósito da entrega de uma ambulância à Câmara Municipal de Santa Cruz. A Câmara entende que deve ser concretizada no dia 22, dia dos bombeiros municipais de Santa Cruz, e não no dia 16 como entende o governo. Leio na edição de hoje do DN-Madeira: "(...) O autarca recorda que "o dinheiro não é do presidente do Governo" e acrescenta que estas atitudes demonstram que "o Governo está fora de prazo", mas não vai definir a agenda da Câmara, nem vai decidir para onde vai a ambulância. "O senhor presidente do Governo ainda não percebeu que há ventos de mudança". Peremptório, Filipe Sousa garante que a ambulância é do concelho e vai ser entregue ao comandante dos bombeiros "para servir toda a população de Santa Cruz. E será entregue no dia 22. O senhor presidente do Governo e o senhor secretário dos Assuntos Sociais vão ser convidados. Se vierem muito bem, se não vierem tudo bem também", desdramatiza. Filipe acredita que a decisão unilateral do Governo resulta de maus hábitos. "Antes o presidente imponha a sua agenda e os autarcas agachavam-se", diz. Agora é preciso articulação e o "presidente do Governo já tem idade para perceber que o Poder Local também tem regras. Por isso, insiste: Jardim até pode ir ao Caniço esta quinta-feira "mas a ambulância vai ser entregue no dia 22". 
Aprovo esta atitude. Não se trata de uma questão de pormenor ou de quezília institucional. Trata-se antes de uma posição que obriga ao diálogo institucional e civilizado ao contrário do que tem sido hábito. Porque lá diz o povo que "quem muito se agacha...", daí que o presidente do governo e os secretários tenham de perceber que a democracia tem regras e essas regras implicam diálogo e não o espezinhamento de uns para que outros possam brilhar. Eu sei que o ainda presidente não consegue meter isto na cabeça habituado que está a fazer o que lhe dá na real gana. Mas vai ter de habituar-se. Já poucos vão nas suas histórias, como aquela de ontem, de ter sido "indecente" o Plano de Ajustamento Financeiro para a Madeira depois de Lisboa nos ter roubado durante quinhentos e tal anos! Não foram as suas loucuras políticas, de pendor eleitoralista, ao longo de quase quarenta anos, que determinaram a situação insustentável na qual mergulhámos, pois para ele a coisa vem desde o Século XV. Aquilo que poderia e deveria ter sido feito respeitando os princípios do desenvolvimento (o da responsabilidade do Estado, o da teleologia funcional, da prioridade estrutural, da transformação graduada, da interacção e da integração e, entre outros, da optimização dos meios) foi completamente ignorado, por clara incompetência política, logo, depois do mal feito, obviamente que surge a desculpa do "roubo" ao longo de quinhentos anos. Uma anedota. 
Como salientou o presidente da câmara de Santa Cruz "(...) o senhor presidente do Governo ainda não percebeu que há ventos de mudança". Convença-se!
Ilustração: Google Imagens

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