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sábado, 25 de janeiro de 2014

QUE COISA ABSURDA!


Trata-se da velha teoria que cada militante é potencial candidato à presidência de um partido, ou em causa está a velhíssima teoria de dividir para reinar? Já perdi a conta de quantos se perfilam à hipotética substituição do "chefe"! Das duas, uma: ou a ambição é legítima e sincera ou então há mais qualquer coisa que se passa, uma das quais a febre de poder, o desejo de manter privilégios, portas abertas ao sucesso pessoal e de grupo, ou "pagamento" por anos a fio de benesses. Porque não é normal um partido apresentar-se a um sufrágio interno com tão alargado leque de candidatos. Parece que se comem uns aos outros. Eu escrevi, parece! Porque, na realidade, estou mais inclinado para a versão de um homem que, apesar de septuagenário, isto é, quando a normalidade aconselharia refugiar-se e gozar o outono da vida, pelo contrário, deseja manter-se como o centro, a referência, o iluminado, o protector, o pai e padrinho! Coisa absurda.


É o tipo de sujeito insaciável pelo poder, que não tem sentido político da responsabilidade e do futuro, que não tem presente o princípio que, bem ou mal, há um tempo para estar e um tempo para partir, e porque lhe falta tudo isso, fomenta, joga candidatos para a fogueira, esconde as cartas, escreve, confunde e aniquila na praça pública. Mas também nesses que se apresentam, parece-me existir a ideia, pelos sinais que são públicos, de querer e não querer, face a uma consciência pesada que transportam, pois viveram debaixo do mesmo tecto trinta e tal anos, comungaram a mesma liturgia, seguiram e curvaram-se perante o ditadorzinho da paróquia. Nenhum é capaz de, frontalmente dizer: oh, amigo, desampare a loja imediatamente e vá embora! Rodeiam, fazem que andam, mas não andam, andam com pezinhos de lã, alguns parecem jogar em vários tabuleiros ou a dois tempos, isto é, primeiro, uma tentativa de afirmação para mais tarde, quando o baralho ruir, surgirem como hipótese. Que coisa absurda!
Enquanto isto acontece, governar não é prioritário. Discutem a liderança, o senhor que se segue, acotovelam-se nos interesses, baralham e dão de novo, escrevem cartas, artigos de opinião, "clandestinamente", longe dos olhares, tentam apoios, encenam, agridem-se por detrás e sorriem pela frente, em um jogo nunca visto em qualquer partido regional, mesmo no tempo que lá vai de um PS desavindo e complexo. Mete dó o triste espectáculo público que o "chefe" dá, no que escreve, nas perseguições que opera e nas expulsões que "determina", embora outro seja o órgão responsável. Uma pouca-vergonha só possível porque estão em causa quase quarenta anos de poder absoluto e muitas "gavetas" que só a História desvendará. Uma coisa é certa: a correcção do processo interno levará anos e só uma longa cura de oposição ajudará a resolver os problemas deixados por uma geração de políticos que se julgou eterna.
Perante este quadro é óbvio que, perante os estragos que fizeram na Região, seja lá quem for o senhor que, eventualmente, se siga, não é solução para nada. Simplesmente porque são a fonte do problema. É a democracia que o exige e é o bom senso que reclama. Ao nível regional, a sociedade em geral  e os partidos em particular, têm nas mãos o dever de acordar e de não deixar nas mãos daqueles que congeminaram e operacionalizaram a desgraça o futuro da Madeira Autónoma. As próximas eleições europeias constituem mais um passo na afirmação da MUDANÇA política e dos seus actores.
Ilustração: Google Imagens.

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