O Professor Doutor José Vieira de Carvalho foi presidente da Câmara Municipal da Maia. Antes assumiu o lugar de Deputado na Assembleia da República. Foi, inclusive, Deputado antes do 25 de Abril, de 1969 a 1973, e depois do 25 de Abril, após 1983, em várias legislaturas. A seguir ao 25 de Abril o Professor Vieira de Carvalho teve um papel destacado na vida política e partidária, primeiro, como militante e dirigente do CDS-PP; depois, como elemento destacado do PSD. Faleceu em 2002. A questão que está em causa é a obra demolida para dar lugar a um grande espaço de jardim. Não coloco em causa a figura de prestígio nacional que foi José Vieira de Carvalho, mas os casos concretos de natureza política que custaram, na Maia, mas, por decisões semelhantes, em todo o País, muitos milhões pagos pelos impostos dos portugueses. Recebi uma mensagem com algumas pertinentes questões com resposta fácil:
1) Quanto custou construir esta megalomania? Muitos milhões do nosso bolso.
2) Quem ganhou com a obra incompleta? Alguns empreiteiros "falidos" no Brasil e outros "pobres".
3) Para que serviu? Patrocínio de campanhas eleitorais e outros "jeitos".
4) Quem usufruiu dela? Ninguém, ou melhor, durante anos foi a "casa" dos sem abrigo e viveiro de animais vadios.
5) Quanto custa demolir? Com a subida dos custos, deverá custar mais do que a "meia obra" feita.
6) Quem foi responsabilizado, espoliado ou preso pelo roubo? Que se saiba, NINGUÉM. Possivelmente alguns dos responsáveis continuam comodamente "instalados" na Câmara.
Claro que sim, se não houvesse tanta roubalheira e corrupção.
8) Acertou em todas as respostas?
Claro que sim, era fácil e elementar, meu caro contribuinte. Mas, nunca se esqueça, "SORRIA, está na Maia", a capital do desporto!
Pois é. Em 2003, a Câmara da Maia desistiu de construir aquela piscina, tal como estava programado pela autarquia desde a década de 1990, pelas mãos do então presidente Vieira de Carvalho. "Entre martelos pneumáticos, esmagadoras, britadeiras e giratórias, as máquinas, em 2012, deitaram abaixo cerca de 50 mil toneladas de betão".
Se trago este assunto à memória é porque, por aqui, também existem muitas obras que me parecem condenadas. Algumas já estão abandonadas, outras em degradação progressiva e outras, ainda, vão custar muito dinheiro para recuperá-las. A impunidade é total, quando é notório o desrespeito pelo planeamento, a utilização abusiva dos dinheiros públicos em gastos absolutamente supérfluos (gastos, sim, porque o conceito de investimento envolve outras variáveis), quando é sensível o esbanjamento de um recurso (dinheiro) que é sempre escasso. Na Maia, como em tantos outros locais, cometem-se CRIMES à luz de um falso interesse público e do desenvolvimento. É assim que o dinheiro público se esvai. A par da pouca-vergonha dos mercados financeiros que nos esmagam, a corja política deve ser julgada e punida. O facto de desempenharem funções políticas não pode esconder ou constituir motivo de perdão pelos erros cometidos.
Ilustração: Google Imagens.
Ilustração: Google Imagens.
1 comentário:
Algo de estranho se passa: parece que ninguém leu uma pequena notícia no JM há semanas a dizer que a Assembleia tinha autorizado VENTURA GARCÊS a ser ouvido como ARGUIDO no inquérito CUBA LIVRE!
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