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terça-feira, 15 de setembro de 2015

A "PRAGA DO ABANDONO ESCOLAR"! PAROLES... PAROLES... PAROLES...


Todos os anos a mesma lengalenga: "aumentar os casos de sucesso em cada escola, reduzir a “praga do abandono escolar” e combater a indisciplina". São as palavras que estão mais à mão e que qualquer leigo na matéria também é capaz de dizer. Não estranho que na abertura do ano escolar, o presidente do governo e o secretário da Educação tivessem tocado a mesma tecla, a "educação de excelência". Palavras e apenas palavras de circunstância. O problema, aliás, não está nas palavras, mas nos conceitos. E quanto aos conceitos, lamentavelmente, nada disseram! 


Na abertura oficial do ano escolar, esperava-se uma intervenção com pensamento estruturado e já agora "renovado". No essencial, que sistema querem e qual a escola que desejam para o futuro. Ficar pela espuma, pela superfície ou pelas palavras que não trazem qualquer conceito, enfim, na prática, corresponde a zero. Significa, no máximo, que procederão a acertos marginais, os quais, no entanto, não modificarão aquilo que é a característica de uma escola ultrapassada no tempo. Uma abertura do ano escolar com aquelas características, significa que o governo, esta manhã, foi à Escola Francisco Franco, cumprir um "número político". Não mais do que isso.
Ora, se não sabem por onde começar, perguntem à Universidade, perguntem aos investigadores, perguntem aos autores, perguntem aos professores e aos sindicatos. Perguntem na Assembleia aos partidos. Viajem, visitem e perguntem aos responsáveis por sistemas e escolas de sucesso. Perguntem. Desçam da "torre de marfim" e perguntem. Interroguem-se! 
Quase 150 dias de governação é tempo mais do que suficiente para dizerem o que pretendem construir, de forma paulatina, é certo, mas segura, qual o caminho que desejam seguir. Falar da "praga do abandono", de "uma educação de excelência", do sucesso ou da indisciplina implica ser profundo, desde o reconhecimento das causas sistémicas, até à estrutura organizacional da escola. A abertura do ano escolar deveria ter servido, fundamentalmente, para deixar, mesmo que de forma ainda insipiente, a mensagem de preocupação relativamente a um sistema que há muito não funciona e, por isso mesmo, apresenta o tal insucesso, abandono e desinteresse. Paleio e números políticos não adiantam. E sendo assim, estou certo que este será mais um ano de repetição do passado. E quem repete o passado não pode almejar resultados substancialmente diferentes desse passado. Certo?
Ilustração: Arquivo próprio.

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