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sábado, 20 de abril de 2019

A política é uma prostituta


A política está cheia de pessoas falsas que traem o melhor amigo, pessoas que se vendem ao primeiro aceno que encontram na curva. Parafraseando um Amigo, experimentado político, líder de um partido, há já muitos anos, embora em outro contexto, há gente na política que se comporta como uma prostituta. Vende-se! Basta uma conversa por bem intencionada que seja, a percepção de uma hipótese a partir da qual deduzam poder ofuscá-las ou de constituírem uma ameaça, uma posição política desconforme com o seu interesse, até um mero reparo por mais sincero e inteligente que seja, ou então, face a um quadro que não podem contrariar, zás, a quem ontem bateram palmas, em um ápice, os de coluna bem erecta passam de bestiais a bestas. Perdem, desde logo, a noção da amizade sincera, do trabalho em equipa, que o contraponto é sempre importante para as instituições e esquecem-se da humildade e do que Laurence Peter sintetizou em um princípio que os devia acompanhar: seja qual for o sistema, em uma linha hierárquica "todo funcionário tende a ser promovido até ao seu nível de incompetência". O exercício da política está cheio, repito, de gente que é falsa e traidora porque é incompetente.


Ser competente dá muito trabalho. Desenvolver a capacidade política com mestria, perícia, idoneidade e respeito pelos outros, depende muito do que se é, do que se transporta na matriz individual, para a qual não basta uma plástica que transmita a ideia de uma putativa aptidão e sabedoria. 
Um dos meus netos dizia-me, há dias, com um ar de gozo, que um determinado sujeito que apareceu na televisão, era um "trolha", perdão avô, "um técnico de amassamento de massas" como agora são conhecidos. Definições criativas geradas nos pátios lá da escola, pensei eu. Mas, de facto, em função desta breve reflexão que aqui faço ao correr do pensamento, na política são muitos os "técnicos de amassamento de massas". Amassam os que não lhes interessam, amassam as consciências, julgando os outros através dos seus próprios actos. Com o devido respeito pelos tais "técnicos de amassamento de massas", meu querido neto, aprende, eles são "trolhas" políticos.
E nós, o colectivo dos cidadãos, temos, obviamente, responsabilidade disto ter chegado ao estado que chegou. A essa emergência da mediocridade. Porque somos nós que os elegemos, quando os partidos deveriam ser, com as naturais diferenças ideológicas, aquilo que, em abstracto, se entende por certo. Ah, é verdade, quarenta e cinco anos depois falta-nos essa cultura, temos democracia mas não dispomos de aprendizagem. Essa é a triste realidade. Foram anos e anos a semear erros, a fazer política, por vezes muito rasteira, a fazer da mentira a verdade conveniente, a afastar e a perseguir, subtilmente, as pessoas de pensamento diferente, a desenvolver um certo sentido de medo ou receio do emprego, anos de uma lógica assente no quero, posso e mando, enfim, e o que se vê hoje é que isso fez escola, continua a multiplicar gente falsa e traidora. E há quem julgue que esse é o caminho do sucesso. Tudo serve para chegar ao poder, mesmo que Laurence Peter continue a ser ignorado ou considerado pateta.
Ilustração: Google Imagens.

NOTA
Publicado no blogue:
www.gnose.eu

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