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terça-feira, 16 de julho de 2019

"UM LAR OU UM FILME DE TERROR"




FACTO


O Lar do Porto Moniz está envolto em grave polémica judicial por "suspeita da prática de crimes" vários. A peça jornalística publicada na  edição de hoje do DN-Madeira (página 11), da autoria de Miguel Fernandes Luís, constitui, de facto, "um filme de terror".

COMENTÁRIO

Nota prévia: escrevo em abstracto, porque nem conheço as pessoas visadas judicialmente, tampouco os contornos de tais processos. Li, obviamente que fiquei chocado pela sequência de alegadas trapalhadas, algumas já do domínio público, mas não me atrevo a comentar e muito menos julgar. O Tribunal que o faça, não a praça pública.
Agora, há aqui dois aspectos que merecem a minha reflexão. Primeiro, uma tendência, eu diria avassaladora, de colocar pessoas segundo os interesses partidários e não pelas reconhecidas competências profissionais ou experiências vividas. Isto é, deveria ser completamente irrelevante se pertencem ou simpatizam com o partido A ou B, mas se o cidadão está ou não vocacionado para o cabal desempenho de uma dada tarefa. Quero lá saber das suas opções políticas! A verdade, porém, é que durante anos a fio, situação pública e notória, uma grande parte do associativismo foi capturado pela via partidária. Desde que cheire a um poderzito, susceptível de exercer um determinado controlo local (clubes, associações, instituições de solidariedade social, escolas, casas do povo, associações de estudantes, etc.) as movimentações acontecem para salvaguardar a presença partidária. Aliás, isto não é novo, pois segue o objectivo ditado por um político que disse, abertamente, desejar ter uma célula do partido em cada turma escolar! Coisas que, espero, o tempo, só o tempo, acabará por ultrapassar.

De resto, por vivência própria, conheço um lar (Santana) onde as pessoas parecem completamente talhadas para a missão que desenvolvem. Por lá apareço de quando em vez, fico atento a todos os pormenores, ao comportamento das pessoas, ao profissionalismo, ao carinho distribuído pelos utentes e, normalmente saio descansado e encantado. E sendo assim, repito, quero lá saber das suas opções político-partidárias! 

Em segundo lugar, custa-me aceitar que pessoas com formação académica atinjam lugares de eleição, por exemplo, para a Assembleia Legislativa, primeiro órgão de governo próprio, sem passarem por um apertado critério de avaliação. Basta que a pessoa seja uma espécie de "líder" local e pronto, meio caminho está andado. A ânsia de poder é tal que, ainda ontem, me caiu no prato a intenção de um governante andar a aliciar membros de um forte sindicato, prometendo-lhes lugares de destaque na Administração Pública. Já não há paciência para isto!
Ilustração: Google Imagens.

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