FACTO
O Presidente do Governo Regional apontou o dedo ao PS, acusando o partido nacional de tentar "se manter a todo o custo no poder". Falou que a República trata "os madeirenses como portugueses de segunda" e que estamos "como no tempo da ditadura". Falou, ainda, de "mediocridade vigente" exclamou sobre a "gente a que estamos entregues" e sublinhou que, neste quadro, a Madeira "é resistência".
BREVE COMENTÁRIO
Do meu ponto de vista, há declarações que não ajudam nada. Podem até existir, aqui e ali, neste ou naquele dossiê, algumas razões de queixa, da mesma forma que, por aqui, muitos madeirenses, empresários ou não, apontam o dedo a esta governação. Há, até, quem fale de "donos da Autonomia" há quase meio século. Ademais, continuo a insistir, que este formato de actuação política, sempre mal disposto e agressivo, não abona nada em favor de soluções. Antes geram insanáveis clivagens.
Comparar a apregoada "Madeira Nova" com os comportamentos da ditatura Salazar/Caetano é da maior falta de rigor histórico. Parece-me ininteligível. Mas o pior é atirar para este governo da República, de querer manter o poder a todo o custo. O que dizer, então, do que por aqui se passa há 44 anos? Ambos os governos, o de lá e o de cá são legítimos, pois sufragados em eleições para o efeito. Mais. É tão legítimo a esquerda política governar na República, como é legítimo a direita política governar na Madeira.
Lamentavelmente, sinto que estamos a afundar, se não nos delicados problemas da governação, pelo menos no discurso político. Discurso que já cansa.
Ah, fique claro que nunca me senti português de segunda e jamais quero ser um madeirense apostado na independência da Madeira (o que significa a palavra "resistência" no contexto destas declarações?).
Ilustração: Google Imagens.
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