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quarta-feira, 9 de dezembro de 2020

Presidenciais 2021 - Votarei na Diplomata Ana Gomes

 

Nas eleições presidenciais de 2015, votei no Professor Doutor Sampaio da Nóvoa, personalidade que viria a perder com 22,88%, isto é, menos de metade dos votos do Professor Doutor Marcelo Rebelo de Sousa (52%). Votei respeitando convicções gerais e pelo seu passado no sensível e importante sector da Educação. Não votei por qualquer proximidade ideológica. Votei na pessoa a partir do que dele li ao longo dos anos.



Ontem, com a apresentação da candidatura do actual Presidente da República, penso que terá ficado definido o quadro principal de candidatos a um próximo mandato. Há muito que venho a analisar as figuras que decidiram se apresentar ao sufrágio de Janeiro próximo. 

Desde logo assumo que, do actual Presidente da República, não são muitos os reparos que lhe faço, embora mantenha reticências sobre várias matérias. Foi um Presidente equilibrado na comunicação e nas decisões, porém, politicamente, muito "hiperactivo" para o meu gosto. Prefiro uma pessoa próxima das pessoas, como ele foi, mas, simultaneamente, distante, garantindo a não banalização do cargo nem a confusão entre orgãos de soberania. De qualquer forma, foi uma figura que fez esquecer, rapidamente, aqueloutra que, durante dez anos, gerou arrepios, para além de outros dez como Primeiro-Ministro. 

Ora bem, mas Marcelo se ontem não foi o meu candidato, hoje, decididamente, não será o meu. O quadro político que se apresenta nos próximos anos é muito complexo e tudo leva a crer que a presente coabitação tendencialmente azedará. Dependerá de vários factores. De resto, guio-me por princípios que intui ao longo da vida e por valores que defini como fundamentais. Na política, também. Respeito os princípios e valores de todos os outros meus concidadãos, o que significa, no plano democrático, a reciprocidade, porque a Democracia constrói-se na diferença e no respeito.

Isto para dizer que aprecio a postura da Senhora Diplomata Ana Gomes. Uma Mulher que não procura o politicamente correcto, antes enfrenta as situações com honestidade: "(...) Quando tenho elementos não só falo deles como os carreio para a justiça", disse. Podem, muitos, nas teias partidárias, não gostar dos seus posicionamentos sobre diversas matérias, mas ela é assim, estuda e toca nas feridas. É frontal. Por isso gosto. Não é isenta de erros (?), obviamente que sim, mas quem  não erra, pergunto? Se é consensual, não é, simplesmente porque não entra no jogo político que obriga a se vergar. Do partido onde é militante, assumiu: "alguns socialistas até é melhor que não estejam comigo". É, portanto, segundo o meu ponto de vista uma Mulher que faz jus à imagem da liberdade, da democracia e do diálogo com todos: "como diplomata estou preparada para falar com o diabo (...)", sublinhou, recentemente. A este propósito, tenho presente a sua inteligente negociação aquando de Timor-Leste. Os portugueses lembram-se, certamente. 

Entregarei o meu voto a Ana Gomes, por aquilo que é e pela sua experiência internacional, como Diplomada e ex-Deputada no Parlamento Europeu (15 anos). Mas que fique claro, não tenho grande esperança que a sua candidatura imponha ao actual presidente uma segunda volta. Mas acredito que, nas presidenciais de 2026, se ela assim entender, poderá vir a ser a primeira mulher Presidente da República.

Ilustração: Google Imagens.

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