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quarta-feira, 28 de setembro de 2022
A voz do eucalipto é lei!
segunda-feira, 26 de setembro de 2022
As Irmãs da Itália — Pum!
Por
Carlos Matos Gomes,
estatuadesal
Nota
sexta-feira, 23 de setembro de 2022
Maldita sociedade estamos a construir
Não se trata de um caso isolado. Com maior ou menor gravidade, sucedem-se os casos de abandono, desleixo, insensibilidade, negligência e indiferença perante os outros. Agora foram as imagens num lar, com uma Senhora que serviu de passeio a milhares de formigas ou o outro com as fezes no próprio espaço onde descansa. Ninguém viu ou, se viram, olharam para o lado, distantes de qualquer sentimento afectivo e profissional. Um horror! E lá virá o rol de desculpas: foi circunstancial, uma excepção, que será aberto um inquérito, que serão "implacáveis na punição" e, finalmente, que não se pode tomar a parte pelo todo. Porém, para qualquer pessoa minimamente sensata, basta a existência de um só caso.
Situo-me no espaço escola para dizer que esta Escola, em comunhão com as palavras do Professor universitário António Feijó, não está preparada para fazer "aprender coisas intelectualmente interessantes (...) não está preparada para a "razão e a racionalidade". Porque não lhes "ensinam a pensar", sublinhou o Professor Catedrático Miguel Tamen. Certamente que naquele lar da Santa Casa da Misericórdia de Boliqueime (misericórdia significa "sentimento de caridade despertado pela infelicidade de outrem; piedade, compaixão) os que o lideram terão formação académica considerada adequada. Só que a prevalência dessa formação foi orientada para a resposta considerada certa às perguntas resultantes dos programas das várias disciplinas e etapas da escola, básica e secundária, e não propriamente para "a integralidade do ser e pensar de cada individuo no mundo" (infoescola).
E o círculo vicioso eterniza-se. Periodicamente continuamos e continuaremos a ser confrontados com situações, não apenas as de protecção aos mais vulneráveis (caso dos lares), mas em todo o tecido social. Casos arrepiantes em variadíssimos domínios que chocam e abalam a credibilidade de quem tem o dever de conduzir os princípios orientadores de uma sociedade sadia. Entre outros, pergunto, novamente, que sociedade estamos a formar, quando nos primeiros seis meses de 2022, dezanove mulheres foram assassinadas em contexto de violência doméstica? Uma média de três mulheres por mês! Todos os meses, em Portugal, três mulheres confrontam-se com uma sentença de morte!
Apesar de todos os cuidados, não quer dizer que, aqui e ali, não aconteçam circunstanciais comportamentos indesejáveis. Uma certeza, porém, tenho: os políticos estão mais interessados na "obra" física do que na "obra" de construção do ser humano. Lamentável.
NotaIlustração: Google imagens.
terça-feira, 20 de setembro de 2022
Gás de xisto em exploração na Europa?
Por
Os países europeus não tinham alinhado com os EUA. Agora, desorientados com a escassez de gás natural mas sobretudo temerosos da avalanche de contestação social, os políticos europeus fazem marcha atrás.
sábado, 17 de setembro de 2022
A Rainha e os súbditos
A Rainha deu posse a Liz Truss como primeira-ministra na terça-feira da semana passada e dois dias depois morreu. Aparentemente, estava de perfeita saúde, apenas fraca, nessa terça-feira, mas, quando viu quem era a 14ª chefe de um Governo seu que lhe cabia nomear, ficou para morrer... e morreu mesmo. Essa era a fatalidade constitucional de Isabel II, a qual lhe coube arrastar em silêncio durante 70 longos anos: guardar para si os sinais evidentes de desconforto ou de desastre que a sua perspicácia lhe permitia ver mas obrigava a silenciar. Ao ponto de ir ao Parlamento ler um Discurso do Trono, integralmente escrito pelo primeiro-ministro Boris Johnson, em que prometia que “o meu Governo tudo fará para consumar rapidamente o ‘Brexit’” — a que ela, e outrora o próprio Boris Johnson (tal como Liz Truss), eram avessos.
terça-feira, 13 de setembro de 2022
A recessão organizada por Lagarde
VISTO DE FORA
Raquel Varela usou uma expressão, que considero feliz, para descrever a actual crise económica: recessão organizada. Enquanto governantes nos tentam convencer que a perda do poder de compra e a redução de salários se devem à guerra na Ucrânia, aquilo a que assistimos são lucros fabulosos na banca, nas energéticas e nas cadeias de supermercados.




domingo, 11 de setembro de 2022
200 anos de fado tropical
Por
A Estátua de Sal
A triste prova de que o Brasil é hoje um projecto falhado é que anteontem, no dia em que se celebraram os seus 200 anos de independência, o que ocupava as manchetes dos jornais brasileiros não era nem a história, nem a celebração, nem a exaltação do presente ou a outrora inabalável esperança no futuro, mas apenas o retrato a negro de um país tenso, dividido, onde se fala abertamente de golpe e se discute se a população deve ou não poder comprar ainda mais armas para enfrentar as decisivas eleições do próximo dia 2 de Outubro. De acordo com todas as previsões, Bolsonaro — cujo Governo passou um ano inteiro a desprezar ostensivamente o bicentenário da independência — aproveitou a data do 7 de Setembro para a transformar num misto de demonstração de força militar e intimidação política, transformando as cerimónias num indecoroso comício eleitoral, pondo soldados a desfilar ao lado de camionistas e tractoristas representativos da sua base de apoio rural e dos que desmatam uma área equivalente a 17 campos de futebol todos os dias na Amazónia — e com o nosso Presidente, como também era mais do que previsível, a prestar-se a caucionar aquela indecorosa fantochada. Ao mesmo tempo, Bolsonaro chamava “vagabundo” ao presidente do Supremo Tribunal Eleitoral e convidava para a tribuna de honra do desfile em Brasília, ao lado de Marcelo, oito empresários que, através de um grupo no WhatsApp, tinham apelado a um golpe de Estado caso ele perca as eleições de 2 de Outubro. Ora, quando um Presidente da República em funções celebra assim 200 anos de independência do seu país, está quase tudo dito sobre o estado a que chegou esse país e o que ele fez com os seus dois séculos de independência.
Quase, mas não tudo. É preciso acrescentar que o Brasil nasceu, por mandato divino, como um dos países mais ricos do mundo, no solo, no subsolo e na sua imensa extensão terrestre e marítima, a maior de qualquer país atlântico. Desde a sua descoberta pelos portugueses (sim, descoberta, desculpem lá), o Brasil viveu sucessivos ciclos de riqueza, ditados pela generosidade da sua terra ou das suas entranhas: o da madeira, o da cana-de-açúcar, o do algodão, o do ouro e dos diamantes, o do café, o da borracha, o do gado, o do aço e outros minerais. E agora o da destruição da Amazónia, que, a prazo, será uma tragédia para o Brasil e para o planeta. Acresce que ao longo da sua história, desde a chegada dos portugueses, o Brasil foi ainda beneficiado por uma mão-de-obra escrava, primeiro índia, depois negra: mais de cinco milhões de almas arrancadas de África pelo tráfico negreiro e que construíram o Brasil — uma infâmia só terminada com a abolição da escravatura em 1888, quase 70 anos depois da independência. Assim, já bem entrados no século XXI, podemos dizer que não existiu nenhuma razão — histórica, económica, social ou política — para que o Brasil não fosse hoje um dos países mais desenvolvidos e mais justos do mundo.
quarta-feira, 7 de setembro de 2022
Ironias no destino (e não, não há gralha no título)
Que a memória é curta, já todos o sabemos e não vos trago aí nenhuma novidade… Que a estupidez não tem limites, acho que podemos dizer que é um dado quase científico, acompanhado muito de perto pela falta de noção. Que isto tudo junto pode dar uma mistura explosiva, sobretudo no longo-prazo, achava eu que era no mínimo senso comum, mas pelos vistos não…
Estou tão farto da conversa dos recordes no sector do turismo! Quase tanto quanto dos prémios do melhor destino insular mas esses cá não me tiram o juízo nem exigem que ande nesta aflição, repetida passados 20 anos sensivelmente.