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sábado, 5 de março de 2016

GOVERNO REGIONAL DE CABEÇA PERDIDA


Li o essencial da iniciativa da Deputada no Parlamento Europeu, Liliana Rodrigues. Fez uma reunião em Bruxelas com várias personalidades, fundamentalmente, para despertar o interesse da Ryanair pelo destino Madeira. O seu texto no Press News é muito claro sobre os objectivos do evento. Na oportunidade, em Bruxelas, questionado sobre a política de transportes da Região, o Presidente da Câmara do Funchal teceu alguns reparos que deram origem a um descabelado e totalmente desproporcional ataque político-partidário do secretário regional da Economia, Turismo e Cultura do Governo Regional da Madeira. Ora bem, li o texto da Deputada e li ambas as entrevistas. A do secretário foi uma lástima, muito semelhante aos desabafos do anterior presidente do governo, Dr. Alberto João Jardim. Um ataque fortuito, sem nível político e do qual concluí que o secretário anda de cabeça perdida. Enquanto o presidente da autarquia colocou em destaque alguns aspectos que, aliás, constituem a síntese do que outros, em diversos espaços têm vindo a colocar em causa, já o secretário não optou por um discurso, legítimo, é certo, mas sereno dando a sua versão do problema dos transportes. Não, optou pelo ataque, pelo insulto, em alguns aspectos, de conteúdo partidariamente ofensivo. 


O Dr. Eduardo Jesus, secretário, acabou por transmitir a ideia que não percebeu, ainda, a diferença entre a dinâmica dos posicionamentos meramente políticos e o respeito e reverência que devem existir entre actores políticos. Falar de "leviandade", "amadorismo", "impreparação", "sede de protagonismo", "abordagem demagógica", entre outras palavras e expressões menos próprias para um governante, leva-me a questionar o que tem sido, publicamente, a trapalhada da Portaria definidora dos procedimentos para apuramento do valor do subsídio social de mobilidade nas ligações aéreas, a questão do ferry, ou uma outra, a do avião cargueiro. Daí que aquelas palavras e expressões eventualmente também lhe possam ser aplicadas. Quando estava em causa a discussão sobre a política de transportes, o secretário foi longe de mais, de forma deselegante deu respostas desta natureza: "(...) Desconheço em absoluto qualquer projecto desta Câmara com relevante interesse para o turismo. Só tive conhecimento de um grande projecto que passa pela instalação de uma nova e bem dimensionada ETAR na zona histórica do Funchal…. mais do que isto, só o cemitério para cães ou a instalação de um parque para skates a construir no Jardim do Almirante Reis, que impermeabilizará mais de mil metros de zona verde, transformando-a numa mancha de betão. Estes são os únicos contributos que são públicos (...)". A isto se chama desconversa! A minha leitura política, repito, política, que nada tem de crítica pessoal, é que o governo anda aos papéis e claramente perturbado. Ainda ontem o próprio presidente do governo, na presença da presidente do IVBAM, Paula Cabaço, indirectamente, acusou-a de "dormir na forma". Ora, quando o líder de um governo entende que é benéfica a substituição de alguém, primeiro, reúne com a pessoa em causa e, depois, substitui sem provocações na praça pública. Extremamente deselegante. E o que dizer do permanente show-off diário da secretária dos Assuntos Sociais, os gravíssimos problemas no sector da Saúde, a paralisação na Educação, cujo marcar passo é aflitivo e preocupante, enfim, para além do paleio, pergunto, Dr. Eduardo Jesus, que fez este governo que o anterior não tenha feito?
Ilustração: Google Imagens.

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