Não gosto de repisar assuntos já escritos e escarrapachados na comunicação social nacional. Não faz o meu jeito sobretudo quando pode transparecer uma imagem de perseguição. Não me enquadrado aí. Porém, ainda no passado Domingo, no programa de Ricardo Araújo Pereira (SIC), o tema PAN, talvez se deva ler Mónica Freitas, voltou a ser demolidor quer para a própria, quer para a coligação PSD/CDS quer ainda, para a imagem da política regional. A parte transmitida, um fugaz excerto de um espaço titulado por "Masturbador Virtual", com tanto "pi" para que não fossem audíveis as palavras ditas pelos intervenientes, deixou-me um rasto de profunda tristeza. Ao ponto a que isto chegou!
Aquele espaço constitui um projecto da Associação Womaniza-te. Por curiosidade espreitei o sítio da Internet e li que a sua missão "é sensibilizar e formar as pessoas para a temática da igualdade de género e cidadania" e os seus valores "os da igualdade, equidade, diversidade, liberdade, respeito e cidadania". Eu diria que qualquer pessoa, em abstracto, assinaria por baixo tais declarações. Só que, quando os seus mentores passam à prática, pelo caminho deixam as evidências de uma total ausência de qualidade. Não há uma frase que não integre um palavrão. Pelo menos nos áudios transmitidos. O contexto é miserável e os temas execráveis.
Há uma certa homofonia entre "Womaniza-te" e "Humaniza-te". Preferível seria que os responsáveis enveredassem pela segunda dimensão, partindo de temas sérios e sem a vulgaridade e a brejeirice das palavras ditas. Ricardo Araújo Pereira parodiou e reduziu à mais ínfima expressão Mónica Freitas e, concomitantemente, a bengalinha política que a coligação "Somos Madeira" encontrou para satisfazer o prolongamento de quatro anos de poder.
Isto leva-me a dizer: somos Madeira, calma aí! A Madeira não pode nem deve confundir-se com actos grosseiros, reles e ordinários. Ora, quando alguns se aliam à porcaria só podem conduzir à leitura popular: "diz-me com quem andas e dir-te-ei quem és". Por um voto, apenas, mergulham na lama da obscenidade e na sujeira que dá asco. A Senhora precisa de "Womanizar-se" e a política de "Humanizar-se". A política caiu no pântano, no charco imundo das acções vis e imorais. Doravante, como é que a Senhora Deputada, por exemplo, abordará temas do sector educativo? Impossível, depois do que escutei. Ou vai falar apenas, como disse o Dr. António Lobo Xavier, com muita ironia, no programa Princípio da Incerteza, "no cheque dentista para os gatos?".
Tudo aquilo que já não era saudável no debate político, pode tornar-se exponencial. Já tínhamos um deputado apanhado na rede... agora são dois. Por razões distintas, claro. Uma por palavras, outro por actos. Faltam os pensamentos e as omissões para um quadro completo. Ficam para a Assembleia!
Ilustração: Google Imagens.
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