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sexta-feira, 25 de maio de 2012

DESEMPREGO, POBREZA E O PEIXE QUE MORRE PELA BOCA!


Espatifaram o dinheiro em obras não prioritárias, criaram um monumental buraco nas contas públicas que conduziu a Madeira à ruína. E hoje, face à legião de novos pobres, são necessários "cabazes com géneros alimentares" para matar a fome. Ao ponto que a Madeira chegou e ao ponto que tantos que sofrem terão de passar pela humilhação de ter de receber o equivalente a senhas para bens alimentares. Uma vergonha, quando o que as pessoas precisam é de trabalho justamente remunerado, quando o que precisam é de uma economia sustentável. Trata-se de uma humilhação, repito humilhação, o fim de linha de um governo que não o soube ser. É a caridadezinha de volta, é o círculo vicioso da pobreza a pontificar, é a presença de um governo que continua a chutar para fora os problemas que não foram resolvidos, atempadamente, cá dentro.


Algumas reflexões:
Comissão para estudar o emprego. Decidiu o governo regional da Madeira, na sua última reunião plenária, a criação de uma "comissão de elaboração, acompanhamento e avaliação do Plano Regional de Emprego". Desde logo considero hilariante esta iniciativa. Vou por partes. Na Assembleia Legislativa da Madeira, durante vários anos, todas as propostas dos partidos ali representados no sentido da implementação de comissões e observatórios foram sempre chumbadas pela maioria PSD. Não me ocorre, uma única iniciativa que tivesse sido viabilizada. Todas levaram chumbo. Vem agora o governo criar uma comissão para estudar a problemática do emprego. Só podem estar a gozar com a população desempregada e com aquela que está no fio da navalha. Simplesmente porque é legítimo que se pergunte o que anda o governo a fazer para não ter soluções? Sendo o problema do emprego uma questão multifactorial que começa na política educativa e desenvolve-se pelas políticas económicas e financeiras, o que andam as várias secretarias regionais a fazer para não terem uma opinião sobre esta matéria? Ou será que são cegos, surdos e incapazes de perceberem o que as associações e sindicatos têm vindo a assumir ao longo dos tempos? E para que serve uma comissão quando bloqueiam os debates sobre as questões do (des)emprego na Assembleia Legislativa? Ou será que pretendem seguir a lógica de que enquanto o pau vai e volta folgam as costas? E mais, partindo do princípio que a comissão chega a brilhantes conclusões e naturalmente propostas, onde vão desencantar o necessário dinheirinho para investir, neste período de cofre vazio, de dívidas e mais dívidas a bancos e às empresas? Meus senhores, não brinquem com este povo que está a sofrer por culpa, única e exclusiva, de quem andou para aí a gastar sem rei nem roque! 
O regresso das senhas para produtos alimentares. Como vinha a dizer, espatifaram o dinheiro em obras não prioritárias, criaram um monumental buraco nas contas públicas que conduziu a Madeira à ruína. E hoje, face à legião de novos pobres, são necessários "cabazes com géneros alimentares" para matar a fome. Ao ponto que a Madeira chegou e ao ponto que tantos que sofrem terão de passar pela humilhação de terem de receber o equivalente a senhas para bens alimentares. Uma vergonha, quando o que as pessoas precisam é de trabalho justamente remunerado, quando o que precisam é de uma economia sustentável. Trata-se de uma humilhação, repito humilhação, o fim de linha de um governo que não o soube ser. É a caridadezinha de volta, é o círculo vicioso da pobreza a pontificar, é a presença de um governo que continua a chutar para fora os problemas que não foram resolvidos, atempadamente, cá dentro.
Enfermeiros. Estão a brincar com a Saúde. A dispensa de enfermeiros e a sobrecarga dos que ficam, o corte dos apoios que vinham a ser atribuídos (médicos e enfermeiros), a monumental factura a pagar por encargos assumidos e não pagos, pode vir a redundar em consequências muito graves, desde uma crescente agitação no sector, até aos utentes, agora, penalizados com as "taxas moderadoras". A situação é muito grave e as respostas que estão a ser encontradas apenas vão gerar uma situação de conflito aberto que deveria ser evitado. E sobre as referidas taxas, tenho que dizer que sou totalmente contra. A justiça fiscal faz-se em sede de IRS, isto é, quem mais ganha, mais paga de imposto e quem aufere de baixos salários pouco ou nada paga de imposto. Daí que, sendo a Saúde um direito Constitucional, logo não faz sentido a dupla tributação, isto é, o cidadão pagar em sede de IRS (justiça fiscal e social) e, depois, pagar no acesso a um direito. Ora, a este propósito, ainda ontem ouvi, na RTP, uns comentários absolutamente despropositados, favoráveis às taxas moderadoras. O que tem de existir (e que falhou redondamente) é a organização do sistema de saúde e a educação das pessoas para a saúde, de tal forma que saibam distinguir uma urgência de, por exemplo, caricaturalmente, uma dor na unha do pé.

Pela boca morre o peixe. Li no blogue Fénix do Atlântico (aqui) que o jovem líder da JSD-M tinha chumbado o "exame de código". Acontece a muita boa gente. No texto, escreve Luís Calisto, autor do blogue: "é preciso 'marrar' a modo os calhamaços do trânsito. Porque errar 9 perguntas, como lhe aconteceu, segundo os nossos dados, revela pouco apego aos livros". Ora bem, quero lá saber que o dito tenha chumbado, mas o texto levou-me a uma gargalhada, essencialmente, por dois motivos: primeiro, uma aprendizagem, para saber quanto custa aos outros o chumbo de uma proposta na Assembleia Legislativa da Madeira; segundo, porque compaginei este chumbito com o título de mau gosto do comunicado "Ai, ai burrito", no qual aquela organização ofendeu os dirigentes da JS-Madeira. Pois é, pela boca morre o peixe e deu-me para rir!
Ilustração: Google Imagens.

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