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sexta-feira, 25 de abril de 2008

25 DE ABRIL: AS FACES DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA

Bastou apenas uma semana e a verdadeira face política do Senhor Presidente da República ficou à mostra. Por aqui, durante a sua visita oficial, foi claro o seu distanciamento relativamente aos verdadeiros problemas da Madeira. Como se isso não bastasse ignorou, completamente, a qualidade da democracia regional. Uma semana mais tarde, ouço-o na Assembleia da República que "um regime político não pode esquecer as suas origens" (...) que não é "saudável que a nossa democracia despreze o seu código genético e as promessas que nele estiveram inscritas" que (...) "num certo sentido, o 25 de Abril continua por realizar" (...) e que há "ainda um longo caminho a percorrer" naquilo que o 25 de Abril continha em termos de ambição de uma sociedade mais justa. Palavras ditas mas não sentidas. Ele foi incapaz de se apresentar na AR com um cravo pelo que ele simboliza na luta por uma sociedade mais fraterna.
É esta política, com discursos politicamente correctos e de acordo com os contextos, que eu não suporto e que dá cabo da própria democracia. É esta atitude, envolvida numa hipocrisia extrema, que leva a que o Povo se distancie, cada vez mais (até um dia) da política e que os jovens (grande novidade deu o Presidente da República!) não liguem nada à coisa pública e que, como ontem aconteceu, estendidos na areia, vários, numa peça jornalística, sublinharam que o 25 de Abril era o dia da independência de Portugal!. Brilhante. Só o Senhor Presidente não sabia do descalabro que por aí anda.
Decidadamente, lamento ter de o dizer, este é um Presidente da República marcadamente partidário. Por esta via dificilmente fará um segundo mandato. Espero que não o faça, simplesmente porque desejo, em Belém, UM PRESIDENTE ATENTO E DE TODOS OS PORTUGUESES.

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