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quinta-feira, 3 de janeiro de 2013

TRINTA, VINTE... DOZE DIAS. E AQUI VAMOS!


Eles não estão preocupados com a reorganização das sociedades, com os direitos das pessoas, com as famílias, com a educação, com a saúde, com o direito a ser feliz, antes pensam, de uma forma egoísta e reles, no seu próprio sucesso, na sua carteira, na sua conta bancária, no fundo, onde o dinheiro pode fazer mais dinheiro. Porque, para eles, o dinheiro não tem pátria. À custa desta mentalidade doentia, sôfrega, nem conta dão que a sua própria estabilidade depende sempre da estabilidade dos demais. São tão cegos os discípulos desta mentalidade que, ainda hoje, um tal Eduardo Catroga, conhecido no tempo em que foi ministro das finanças como o "cadroga de ministro", assume: "temos de rever a Constituição para não ser um entrave à governação" (primeira página do Diário Económico). Para ele que, em tempos, por auferir, mensalmente, de muitos milhares de euros, disse que "tem o seu preço de mercado", os outros que se lixem! Isto é, se não vai a bem... vai a mal. Muda-se o texto constitucional e pronto, fica a porta aberta, por um lado, à escravização e precarierização, por outro, ao florescimento das riquezas. 


Já foram trinta dias de indemnização por cada ano de trabalho; já foram vinte e anda aí a proposta para doze dias. A esta situação juntam-se, entre outras que não me ocorrem, a baixa dos salários, o banco de horas, a redução ou, pura e simplesmente o não pagamento das horas extraordinárias, enfim, aperto sobre aperto tendo por base a ditadura da troika.
Eu até posso compreender certos empresários, os honestos e de boa-fé, os que se sentem num mar revolto de problemas, não só pelo facto do mercado encontrar-se bloqueado, mas também pelas exigências que a sobrecarga de impostos está a ocasionar. Entendo o que é chegar ao final do mês e não ter receitas suficientes para liquidar os encargos com os trabalhadores. É um sufoco, certamente que sim. Só que o problema é muito mais vasto do que esse quadro. Se formos à génese do problema confrontamo-nos com uma questão ideológica, que assenta na premissa que vem do início dos anos 90, definida numa simples frase: "nada mais certo no futuro que o emprego incerto". É nesta lógica, aparentemente dinâmica e mobilizadora da sociedade, de cada um construir a sua própria vida, que os "senhores do mundo", impõem as suas regras ditatoriais que correspondem aos novos formatos da escravização do ser humano. Eles não estão preocupados com a reorganização das sociedades, com os direitos das pessoas, com as famílias, com a educação, com a saúde, com o direito a ser feliz, antes pensam, de uma forma egoísta e reles, no seu próprio sucesso, na sua carteira, na sua conta bancária, no fundo, onde o dinheiro pode fazer mais dinheiro. Porque, para eles, o dinheiro não tem pátria. À custa desta mentalidade doentia, sôfrega, nem conta dão que a sua própria estabilidade depende sempre da estabilidade dos demais. São tão cegos os discípulos desta mentalidade que, ainda hoje, um tal Eduardo Catroga, conhecido no tempo em que foi ministro das finanças como o "cadroga de ministro", assume: "temos de rever a Constituição para não ser um entrave à governação" (primeira página do Diário Económico). Para ele que, em tempos, por auferir, mensalmente, de muitos milhares de euros, disse que "tem o seu preço de mercado", os outros que se lixem! Isto é, se não vai a bem... vai a mal. Muda-se o texto constitucional e pronto, fica a porta aberta, por um lado, à escravização, precarierização e pobreza, por outro, ao florescimento das riquezas.  
E vem agora o secretário-geral da UGT, o Engº João Proença, derramar lágrimas de crocodilo, ele que assinou o acordo de concertação social e esteve ao lado do governo, como se fosse possível conceder o benefício da dúvida. Veio falar em má-fé, que a concertação social está em causa e que o acordo poderá ser rasgado por constituir uma "violação total" que, por isso, terá "consequências graves em relação ao clima de diálogo social" (...) que o Governo ignorou o fundo de garantia e apresenta ao mesmo tempo uma redução de 20 para 12 dias, totalmente ao arrepio dos estudos da média da UE"! "Fraude" e "incompetência" do governo foram outras palavras empregues por João Proença. Então ele não sabia o que a direita política, cada vez mais à direita, prossegue?
Ilustração: Google Imagens.

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