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quinta-feira, 25 de junho de 2020

Uns podem... outros não!




FACTOS

01. "O Hospital Dr. Nélio Mendonça recebeu, esta tarde, dez equipamentos de videolaringoscopia que vão servir para conferir maior segurança e conforto ao procedimento de entubação de doentes, como acontece com os que padecem da forma mais grave da Covid-19 e precisam de ventilação. Tratou-se de uma doação do Grupo Sousa, que esteve representado no acto de entrega pelo seu presidente, Luís Miguel Sousa." - Fonte Dnotícias.
02. "Tempestade política com nomeação de líder do BE para chefe de divisão" de receitas e financiamento na Câmara Municipal do Funchal. - Fonte Dnotícias.

COMENTÁRIOS

Primeiro: Não está em causa a aquisição, até porque o material é de extrema importância na actividade clínica. Uma coisa é o profissional de futebol Cristiano Ronaldo, que nada deve à política, ter um gesto de solidariedade através da oferta, por exemplo, de uns quantos ventiladores. Quanto muito é a Madeira que lhe deve a promoção turística que faz; outra, é um empresário tantas vezes visado (bem ou mal, sublinho) por ser um dos DDT, oferecer computadores a uma escola ou materiais para o hospital. São situações completamente diferentes. A primeira doação é de aplaudir porque é limpa de qualquer interesse; a segunda, quando se está sobre um constante escrutínio popular, no mínimo, deve ser evitada. Simplesmente porque, neste mundo, muitas vezes promíscuo entre a política e os negócios, diz-se, com razão, "que não existem almoços grátis".

Segundo: Há pessoas que se esquecem que o exercício da política constitui um serviço à comunidade e não um emprego. O Dr. Paulino Ascensão, líder do BE, primeiro, é um quadro da Câmara Municipal do Funchal, onde já foi "responsável máximo pelo Departamento Financeiro da CMF entre 2002 e 2015"; só depois é, no âmbito da cidadania activa, um actor político. Portanto, reunindo todas as condições para exercer um determinado desempenho profissional, repito, profissional, para mim é ininteligível que alguém levante questões de natureza "política e ética". Era o que faltava que a actividade profissional, melhor dizendo, "o ganha pão" fosse preterido relativamente a uma actividade no quadro da participação democrática. 
Se esse não for o entendimento, tal significa, por um lado, o afastamento do exercício da política dos mais qualificados, daí resultando prejuízo para a democracia e para o êxito das instituições; por outro, a implícita noção que os lugares de carreira, por nomeação, substituição ou qualquer outro formado legal, só podem ser ocupados por alguns imaculados, isto é, não "picados" por pensamentos adversos ao poder maioritário. 
Gostaria de ver o que aconteceria se a mesma lógica fosse aplicada a centenas de casos em toda a Administração Pública regional! O que eu, enquanto cidadão, peço ao Dr. Paulino Ascensão, é que desempenhe o lugar com competência e isenção como sempre o fez. Porque um dia deixará de ser líder do BE e a sua vida terá de continuar exercendo a sua profissão para a qual se preparou.

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