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domingo, 21 de junho de 2020

Presidenciais de 2021


FACTO

A propósito de uma sondagem entre presumíveis candidatos à Presidência da República, o Dr. Miguel Albuquerque surge com, apenas, 2,5% das intenções de voto. Perante o alegado resultado, o seu comentário foi imediato: estou duplamente “bastante satisfeito” (...) sobretudo por ver “o candidato do regime”, Marcelo Rebelo de Sousa (69,6%), aquém do resultado alcançado por Mário Soares na reeleição para o cargo, em 1991, onde obteve 70,35% dos votos. (...) “Eu sem fazer nada tenho 2 e tal por cento e o candidato do regime não chega ao Dr. Soares depois de andar tanto tempo em propaganda balofa”, regozijou-se. (...) Mesmo andando “por aí todos os dias em propaganda, ainda não chegou à votação do Dr. Soares e pelos vistos penso que não vai chegar”, vaticinou. - Fonte dnotícias.

COMENTÁRIO

É óbvio que o Dr. Miguel Albuquerque tem toda a legitimidade para assumir uma candidatura. Não pode é esquecer-se que é presidente do governo regional e, por inerência, Conselheiro de Estado. E neste particular é-lhe exigida, política e socialmente, uma atitude sensata, serena e distante de qualquer sentido mais ou menos ofensivo. Choca-me quando atira, por exemplo, que "o candidato do regime não chega ao Dr. Soares depois de andar tanto tempo em propaganda balofa”. A expressão "propaganda balofa" traz no seu bojo uma intenção política mais vasta e desadequada quando a Madeira precisa, urgentemente, de paz institucional. Não precisa de mais guerra e de provocações sem sentido. A comparação com Mário Soares, associada à mensagem de que Marcelo é um "candidato do regime", para além de desadequadas, ofende a inteligência dos portugueses que são soberanos nas suas escolhas.
Isto preocupa-me, simplesmente porque nem a primeira figura do Estado merece respeito por parte de pessoas com responsabilidades políticas. Não estamos em campanha eleitoral, Dr. Miguel Albuquerque! Pergunto: como é que vai enfrentar o Presidente da República em uma próxima visita a Belém, por assuntos de natureza regional ou, então, no quadro de Conselheiro de Estado? Tais situações só prejudicam a Região, disso não tenho a menor dúvida, porque, independentemente de todos saberem separar as situações, a verdade é que "quem não se sente não é filho de boa gente". 
Ilustração: Google Imagens.

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